quarta-feira, 26 de agosto de 2009

I Don't Wanna Miss a Thing

I could stay awake just to hear you breathing

Watch you smile while you are sleeping

While youre far away dreaming

I could spend my life in this sweet surrender

I could stay lost in this moment forever

Every moment spent with you is a moment

I treasureDont want to close my eyes

I dont want to fall asleep

Cause Id miss you baby

And I dont want to miss a thing

Cause even when I dream of you

The sweetest dream will never do

Id still miss you baby

And I dont want to miss a thing

Lying close to you feeling your heart beating

And Im wondering what youre dreaming

Wondering if its me youre seeing

Then I kiss your eyes

And thank God were together

I just want to stay with you in this moment forever

Forever and ever

Dont want to close my eyes

I dont want to fall asleep

Cause Id miss you baby

And I dont want to miss a thing

Cause even when I dream of you

The sweetest dream will never do

Id still miss you baby

And I dont want to miss a thing

I dont want to miss one smile

I dont want to miss one kiss

I just want to be with you

Right here with you, just like this

I just want to hold you close

Feel your heart so close to mine

And just stay here in this moment

For all the rest of time

Dont want to close my eyes

I dont want to fall asleep

Cause Id miss you baby

And I dont want to miss a thing

Cause even when I dream of you

The sweetest dream will never do

Id still miss you baby

And I dont want to miss a thing

Dont want to close my eyes

I dont want to fall asleep

I dont want to miss a thing

Damien Rice - The Blower's Daughter



Per te!!!

É isso aí (The Blower's Daughter)

É isso aí

Como a gente achou que ia ser

A vida tão simples é boa

Quase sempre

É isso aí

Os passos vão pelas ruas

Ninguém reparou na lua

A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar

Eu não sei parar de te olhar

Não vou parar de te olhar

Eu não me canso de olhar

Não sei parar

De te olhar

É isso aí

Há quem acredite em milagres

Há quem cometa maldades

Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí

Um vendedor de flores

Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar

Não sei parar de te olhar

Não vou parar de te olhar

Eu não me canso de olhar

Não vou parar de te olhar

terça-feira, 25 de agosto de 2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Como o dinheiro público se transforma em dinheiro privado

Como o dinheiro público se transforma em dinheiro privado
Santana Castilho - 20090819

É chocante o desprezo pela autonomia das escolas, sempre apregoada, mas sempre calcadaClara Viana (PÚBLICO de 16/8/09) veio dar- nos conta daquilo que alguns gostariam que passasse de fininho: por convite directo, sem concurso nem publicitação, foram gastos mais de 20 milhões de euros em projectos de arquitectura de remodelação de escolas secundárias. Num útil trabalho jornalístico, Clara Viana e as suas fontes, o presidente da Ordem dos Arquitectos e o director do Departamento de Salvaguarda do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, entre outros, deixaram inquietos os contribuintes conscientes. Quando está em jogo um investimento de 2,5 mil milhões de euros, não é aceitável a falta de transparência e os expedientes dúbios agora denunciados.
Os impostos são a forma universal de transformar o dinheiro privado em dinheiro público. A engenharia burocrática é um dos processos particulares de verter em dinheiro privado o dinheiro público. Enquanto fórmulas legais de extorsão, estão sujeitas à censura política e ao crivo da apreciação ética e moral. Foi por isso que critiquei, em artigo de 26 de Fevereiro de 2007, a constituição da "Parque Escolar, EPE", "entidade pública empresarial", na origem da matéria em análise.
As chamadas empresas públicas nasceram como cogumelos. Na sua génese estão teorias ligeiras, de cariz neoliberal, segundo as quais só há eficácia no sector privado, ou espertezas que visam tornear as dificuldades de um Estado que não se sabe reformar. Falsas questões. Porque há empresas privadas tão burocratas como o mau Estado e instituições públicas que funcionam bem e são eficazes. A dicotomia não é, portanto, entre o público e o privado. É entre o bem gerido e o mal gerido. A diferença séria está no que visam instituições diferentes: o sector privado visa o interesse (legítimo) privado; o sector público visa o interesse colectivo; o que significa que existem matérias que devem ficar sob o foro público e outras em que o Estado não se deve meter, senão para regular e fiscalizar. Mas naquelas em que podem (e devem) coexistir os dois modelos, é bom que não sejamos promíscuos.
Uma "entidade pública empresarial" afigura-se-me uma coisa promíscua, híbrida como as fundações modernas, que retiram do saco público, directamente, ou por interposto expediente, o dinheiro que deveria ser próprio. A "Parque Escolar, EPE" nasceu para desempenhar um papel híbrido, adequado à gestão política do Governo que a concebeu. Sendo Estado (porque é integralmente do Estado, foi do Estado que recebeu o património, é ao Estado que reporta e é o Estado que lhe nomeia os corpos gerentes e cobre, com os nossos dinheiros, os resultados de eventual má gestão) não se sujeita às regras das instituições do Estado. Com efeito, pode, entre outras prerrogativas, vender, comprar e contratar por ajuste directo; pode admitir trabalhadores sem sujeição a congelamentos; pode fixar-lhe livremente o salário e os modelos de gestão, em todas as vertentes, disciplinar inclusa. Sendo empresa, tem privilégios que fazem inveja: não paga taxas, não tem que fazer qualquer registo, nem sequer o comercial; tem poderes para expropriar, embargar, cobrar taxas e decretar demolições. O desaforo é tal que, se algum português demandar pessoalmente, em juízo, qualquer titular da "Parque Escolar, EPE", ou simples trabalhador (presto tributo a este rasgo proletário), por factos praticados no exercício das suas funções, os ditos estão isentos do pagamento de custas judiciárias e têm direito a patrocínio judiciário, que pode ser assegurado pelos serviços jurídicos respectivos ou por advogado contratado (e pago por todos nós).
O que fica dito a propósito desta empresa pública não esgota os reparos possíveis e é tão-só paradigma de uma maneira reprovável de gerir e mascarar factos: o Governo diminuiu as verbas consignadas às remunerações certas e permanentes do funcionalismo público, cortou e extinguiu aí, para aumentar exponencialmente as consignadas a aquisições de serviços em outsourcing, num belo processo de transformar rápida e legalmente dinheiro público em dinheiro privado. Como se a moral não existisse e não devesse preceder sempre a invocação da capa asséptica da lei. Como se a verificação da conformidade com as normas resolvesse a incomodidade cívica que resulta da ausência de ética neste tipo de gestão. Como se a maioria preterida, gente de segunda, devesse ceder, subserviente, o passo à minoria preferida, gente de primeira.
No caso concreto em apreço e noutra vertente de análise, é chocante o desprezo pela autonomia das escolas, sempre apregoada, mas sempre calcada. O mesmo Governo que a invoca em nauseantes discursos de pura propaganda política retirou aos gestores das escolas qualquer direito sobre um dos instrumentos de gestão mais básicos, qual seja o próprio espaço físico em que actuam. De uma penada, o direito de propriedade de sete escolas de referência (Liceu Nacional de D. Dinis, Liceu D. João de Castro, Liceu Pedro Nunes, Liceu de Passos Manuel, Liceu Rodrigues de Freitas, Escola do Príncipe Real e Escola Comercial Oliveira Martins) passou para a "Parque Escolar, EPE". Os utentes de décadas nem mereceram que o seu quadro de utilização futura justificasse qualquer referência, simbólica que fosse. A capacidade dos professores gerirem o interesse das escolas no quadro das intervenções técnicas de arquitectura foi liminarmente ignorada. Mas a capacidade da "Parque Escolar, EPE" verter na sua actividade os desenvolvimentos da Psicologia, das Ciências Sociais e das Políticas Públicas foi acolhida em lei. Significativa distinção. Professor do ensino superior.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Adeus, não afastes os teus olhos dos meus


Sabe bem ouvi!!!

Não toques nos objectos imediatos

Não toques nos objectos imediatos.
A harmonia queima.
Por mais leve que seja um bule ou uma chavená,são loucos todos os objectos.
Uma jarra com um crisântemo transparentetem um tremor oculto.
É terrível no escuro.
Mesmo o seu nome, só a medo o podes dizer.
A boca fica em chaga.
(Herberto Helder)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Desemprego...9.1%

Infelizmente, o desemprego atingiu e ultrapassou a mítica barreira dos 500000 desempregados, muitos deles jovens que não conseguem ou alcançar ou manter um emprego. Para mim é muito preocupante esta situação, embora julgue que deve-se a uma conjuntura adversa e uma redireccionalização de valores económicos e como tudo no mundo da economia e cíclico.
No entanto, não deixo de pensar naqueles que querem trabalhar e não conseguem um emprego e logo ficam sem sustento para as suas famílias e os outros aqueles que chamo de "sugas" que não querem trabalhar, nem querem ouvir falar em trabalho e recebem alegremente um cheque no valor de 350€ ao final do mês a título de Rendimento Mínimo Garantido.
Estou fartinho deste governo que não quer ver como está este país que nós (pelo menos eu) amamos a se definhar de dia para dia como que atacado por um cancro que o roí até aos ossos, e o nosso filósofo (Sócrates) a assobiar para o lado.
Haja vergonha, cadê os 150000 empregos, onde pára o deficit ??? E quando a bolha nos rebentar nas mãos quem nos irá acudir? Não temos petróleo, logo estamos feitos...
Desculpem o mau humor, mas já não aguento com a imbecilidade de certas pessoas nas quais infelizmente votei.

As fases das filhas

Declaração de interesses: Adoro as minhas três filhas e não consigo encontrar-lhes defeitos!
Posto isto, estamos a atravessar uma fase curiosa na nossa relação com as nossas filhas, a mais velha (6 anos) é muito responsável, muito atenta e, diria eu, uma verdadeira irmã galinha, com ela podemos conversar de algo mais sério, explicar-lhe que o dinheiro infelizmente não cai do ceú, e que para termos umas coisas temos de prescindir de outras que achemos não serem tão prioritárias, apesar de algumas "mini birras" de frustração na generalidade entende e tem o condão de servir de correia transmissora da mensagem para a irmã do meio.
A minha filha do meio (com 4 anitos) vive uma fase de afirmação pessoal com um turbilhão de emoções que se passam naquela cabeça, deixou de ser a mais nova e também não é a mais velha e isso penso que está a afectá-la um pouco, mas tentamos minimizar os danos colaterais, com doses extra de paciência (que confesso às vezes falta) e muito carinho. Ficou angustiado de pensar que ela por algum momento se sinta menos desejada, ainda por cima no meu intimo gosto daquela capacidade que ela tem de transgredir com uma carinha de santa que só vendo. Por estes dias releio O Grande Livro da Criança (Mário Cordeiro) e em breve o Livro do Brazelton (uma bíblia para mim). Com ânimo conseguiremos ultrapassar esta fase como o fizemos com a mais velha e faremos com a mais nova.

A minha filha mais nova (18 meses) começou a andar tarde (aos 17 meses), mas agora ninguém a pára, adora interagir com as irmãs e não tarda nada estará a "cravar" uma estadia mais prolongada/permanente no quarto das ditas. Adora a mamã, e julgo que chama mamã a todos aqueles de quem gosta em casa, eu por exemplo, sou mamã para ela, os avós são abô ou abó, diz gato e chá manda a nossa Labrador se deitar com um deita afirmativo, entre muitas outras palavras, mas eu sou mamã, apesar de dizer-lhe já umas 1500 vezes que sou o papá.
Enfim, vamo-nos adaptando às fases das nossas filhas que, no fundo, são novas fases de vida para nós enquanto casal.

Wherever you will go - The Fray

Memory (Thomas Bailey Aldrich)

Memory

My mind lets go a thousand things,
Like dates of wars and deaths of kings,
And yet recalls the very hour--
'Twas noon by yonder village tower,
And on the last blue noon in May--
The wind came briskly up this way,
Crisping the brook beside the road;
Then, pausing here, set down its load
Of pine-scents, and shook listlessly
Two petals from that wild-rose tree.

(Thomas Bailey Aldrich)

Greg Laswell-Off I Go [Grey's Anatomy Soundtrack Season 5]



Series que nos tocam, que nos transportam para uma realidade que pode muito bem ser a nossa, a do dia a dia que por vezes não é cor de rosa, que tem os seus momentos cinzentos, mas que no fim com força e animo conseguimos dar a "volta" por cima, encontrando forças onde nunca imaginamos ter.

P.S - A Anatomia de Grey que religiosamente eu e a minha mulher vemos às 5ªs feiras (ou noutro dia, quando não podemos ver no dia, graças à Zon Box)não será a mesma sem o George O´Malley, como o ER nunca mais foi o mesmo sem o Dr.Bent ou o Dr.Green e o Carter cresci humanamente com o ER, a Anatomia de Grey, o Everwood, e tantas outras series que nos enriqueçem e nos fazem amadurecer enquanto homens.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

José Sócrates: Cronologia de um líder improvável (conclusão)


Janeiro a Dezembro de 2008 - Casos e campanhas
Helena Matos
José Sócrates: cronologia de um líder improvável (conclusão)
É como se fosse um jogo de xadrez: a cada caso, o primeiro-ministro responde vitimando-se e espalhando dinheiro. Em simultâneo, os ministros dão o dito por não dito e recuam nos intuitos reformistas que tiveram. Na Educação, o resultado é grotesco: incutiu-se a ideia de que os sacrifícios são necessários à reforma mas o ministério recuou praticamente em tudo, à excepção do acréscimo de burocracia. Doutros ministros, como os da Defesa, Justiça, Ambiente e Negócios Estrangeiros, quase se pode supor que se esforçam por tornar o mais discreta possível a sua presença no executivo. Mês a mês, reforça-se a convicção de que José Sócrates governa como se nunca equacionasse que um dia pode ser oposição. A politização da administração pública, a actuação servil dos organismos de regulação e um Estado cada vez mais omnipresente são o legado que deixa a quem lhe suceder. Estranhamente, até ao final deste ano, nunca parece ter pensado que não seria ele a suceder-se a si mesmo.Janeiro e Fevereiro de 2008 - O maior problema do Governo não foi a substituição de Isabel Pires de Lima por um equívoco chamado Pinto Ribeiro e de Correia de Campos por Ana Jorge, muito mais hábil com as corporações do sector e com a imprensa. Muito menos as acusações de governamentalização do BCP para cuja administração passam, vindos directamente da CGD, Carlos Santos Ferreira, Armando Vara e Victor Fernandes. Nestes meses, as preocupações do executivo iam dar a umas casas cujos projectos Sócrates terá assinado embora os donos das mesmas casas não o confirmem. No meio da confusão entre a acumulação de funções empresariais e o cargo de deputado por parte de Sócrates, o caso enreda-se. Para o futuro, fica a carta que José Sócrates escreve ao director do PÚBLICO, pois nela estão delineados os argumentos que já ouvíramos aquando do caso da licenciatura e que se ouvirão seguidamente no caso Freeport e que, por fim, se tornarão na linha da campanha do PS: tudo o que questione Sócrates é uma mentira nascida de motivações ocultas. Março a Maio de 2008 - Nos bastidores dos partidos, vivem-se momentos dos quais não reza a História mas que sabemos simbólicos. Um desses momentos sucedeu em Março de 2008, no Porto, quando os responsáveis do PS transferiram para o Pavilhão Académico o comício inicialmente convocado para a Praça de D. João I. Esta mudança implicou explicar a José Sócrates que o PS não ia conseguir competir em matéria de rua com a Fenprof, que, a 8 de Março, enchera as ruas de Lisboa. Ao país, o confronto entre o discurso da propaganda e a realidade chega não tanto pela queda do indicador da OCDE sobre a economia portuguesa ou as denúncias da intervenção governamental na Lusa. O que condensa essa divergência entre o dito e o acontecido é a notícia de que Sócrates fumou a bordo de um avião da TAP durante uma viagem oficial à Venezuela. De repente, foi como se as palhaçadas de agit-prop a que Chávez sujeitaria a delegação governamental portuguesa tivessem entrado também no avião. Afinal, o primeiro-ministro que, em Maio de 2008, fumou a bordo era exactamente o mesmo cujo Governo fazia sair legislação severa para erradicar os locais de fumo e que, mais uma vez, se assanhava com o pequeno comércio, incapaz de cumprir tanto regulamento. O argumentário do primeiro-ministro coloca-o novamente do lado da legalidade face às polémicas infelizes: "Estava convencido de que não estava a violar nenhuma lei nem nenhum regulamento. Infelizmente, há essa polémica em Portugal e eu quero lamentar essa polémica". No ar ficou não o fumo do cigarro mas qualquer coisa de Chávez.Junho de 2008 - O primeiro--ministro, com o novo aeroporto já devidamente arrumado em Alcochete, apresenta agora o TGV como o "projecto que vai mudar Portugal" e mostra-se particularmente à vontade na ambiência de catástrofe anunciada em que os líderes políticos engrenaram há alguns anos: depois das alterações climáticas e da gripe das aves, chegou a vez de a escassez dos combustíveis e a subida do preço dos cereais servirem de pretexto para o lançamento vertiginoso de programas, taxas e apoios que se esfumam tal como as catástrofes anunciadas. No último dia de Junho de 2008, Dias Loureiro apresenta a biografia de Sócrates da autoria da jornalista Eduarda Maio. Esta tem por título Sócrates - O menino de ouro do PS. O título pode não ser grande coisa, mas é uma realidade: em Junho, Santos Silva reafirma a intenção do PS de pedir maioria absoluta nas legislativas. Na AR, Paulo Rangel, cujo discurso do 25 de Abril de 2007 fora notado, passa a liderar a bancada do PSD. Sendo certo que toda a opinião pública e publicada considera que o principal partido da oposição tem um problema no silêncio de Manuela Ferreira Leite, que sucedera a Luís Filipe Menezes. Os exames colocam uma nova questão: está o ministério a fazer testes mais fáceis para assim obter melhores estatísticas? Sócrates garante que não.Julho, Agosto e Setembro de 2008 - Quando, a 31 de Julho de 2008, o Presidente da República faz uma comunicação ao país, os portugueses sentem-se desiludidos por o tema ser o Estatuto dos Açores. Perderam-se horas a aventar hipóteses sobre doenças e demissões. A paixão nacional pelas doenças levará a que se especule gulosamente com o quadro clínico de quem nos governa mas só um grande infantilismo político, a par de um profundo desconhecimento sobre as personalidades de Cavaco Silva e José Sócrates, pode explicar que neste Julho de 2008 se concebesse como possível repetir o quadro de Novembro de 2004, quando Jorge Sampaio fez cair o Governo de Santana Lopes. Quando, dentro de um ano, o Tribunal Constitucional se pronunciar sobre o mesmo Estatuto e pouco depois surgir o caso da não recondução de João Lobo Antunes no Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida dá-se como banal adquirido que quer os partidos quer o primeiro-ministro assumem compromissos com Cavaco Silva que posteriormente não cumprem. Mas, no Verão de 2008, o Estatuto dos Açores é ainda uma espécie de moinha nas relações entre Cavaco e Sócrates. A moinha voltará a dar sinal quando se tornar público que o PR espera há dois meses pelos estudos das obras públicas. Alguns militantes socialistas denunciam o que definem como "claustrofobia asfixiante" existente no PS. No país, cresce o sentimento de insegurança perante a criminalidade, mas, para o Governo, esse é um erro de percepção.Outubro de 2008 a Dezembro de 2008 - Este é um período estranho: em Portugal, voltou a conjugar-se o verbo nacionalizar, no caso o BPN. Nas ruas de Lisboa, a Fenprof recria o ambiente do PREC graças ao que define como maior manifestação de sempre. Manuel Alegre continua a fazer render o seu milhão de votos. Sócrates já admite vir a governar em minoria. Mais invulgares para os hábitos nacionais são os ataques ao governador do Banco de Portugal e a prestação do primeiro-ministro promovendo o Magalhães na Cimeira Ibero-Americana. Mas o que é realmente importante neste período não é, por enquanto, visível: José Sócrates sabe que, depois do caso da licenciatura, depois dos projectos das casas, está para chegar o Freeport. Por enquanto, são apenas pequenas notícias dando conta de que o processo Freeport, em segredo de justiça há vários anos, foi pedido para "consulta" pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal e que a polícia inglesa investiga fluxos suspeitos de dinheiro para Portugal. Mas quando o primeiro-ministro se dirige aos portugueses na mensagem de Natal de 2008, prometendo-lhes ajuda em tempos de crise económica, já está a fazer o seu caminho a carta rogatória das autoridades britânicas que o engloba na investigação ao Freeport. Em Janeiro de 2009, chega às primeiras páginas dos jornais. Desde aí, deixa de estar em causa o que o Governo faz ou não faz, pois o eixo da vida política deslocou-se para outro plano: o das histórias e vicissitudes do primeiro-ministro. E é sob esse ângulo ou suspeição que tudo é visto. Sócrates não é mais o homem a quem os portugueses deram uma maioria absoluta em 2005 e que esta cronologia procurou acompanhar. É alguém que corre contra o tempo para ganhar não eleições, coisa comezinha, mas sim os votos que lhe darão um novo ciclo político. Poucos candidatos tiveram alguma vez tanto em jogo quanto Sócrates vai ter em Setembro de 2009. Jornalista

Dia Mundial do Canhoto

É verdade, também há um dia mundial para todos aqueles que como eu são canhotos!!!
Com efeito, deste pequenino senti as dificuldades que um canhoto passa, a enumerar (só algumas):
  1. As tesouras são, ou melhor, eram só pensadas para os destros, os canhotos para cortarem uma simples folha de papel além de levarem horas, cortavam-na mal, com falhas, enfim, horrivel!
  2. Para escrever se a caneta tivesse um pouco de tinta a mais ficava tudo borrado, uma vergonha mostrar um cópia ou um ditado à professora primária naquele estado, e pior era fazê-la entender que era mesmo verdade por ser canhoto borrava, e não por ser descuidado com os trabalhos.

Quando fui estudar para Lisboa, encontrei no Bairro Alto uma loja, ou melhor, um templo com utensilios só para canhotos, foi como um sonho tornado realidade, uma felicidade extrema, com um único obstáculo as canetas continuam borrando e às vezes é aborrecido, mas agora como sou "dr." já ninguém tem lata de dizer que está borrado, que fica "feio" acham piada ao facto de ser canhoto (também nunca entendi qual era a graça, mas...).

Enfim, vivam os canhotos deste mundo alguns deles famosos a começar por mim acabando no Bill Clinton ou no Barack Obama (viram quando ele assinou o termo de posse como Presidente dos EUA a ginástica que fez para não borrar a assinatura!!).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Março a Dezembro de 2007: as traquinices do menino de ouro

Março a Dezembro de 2007: as traquinices do menino de ouro
Helena Matos
José Sócrates: cronologia de um líder improvável (continuação)Este é um tempo marcado pelas revelações em torno da licenciatura de Sócrates. Perante o escândalo, o PS reagiu como reagem as grandes famílias quando o seu menino de ouro faz asneira: uniu-se, pelo menos publicamente, acusou os outros de mentir e, no limite das evidências, culpou as companhias e arrumou o assunto como se fosse uma traquinice. Teria sido diferente a atitude do PS caso o partido não estivesse no poder? Talvez. Mas acontece que o PS era poder e entendeu que devia defender o seu líder. Os efeitos dessa opção para o partido ver-se-ão no futuro. Para o país foi um desastre, pois desde Março de 2007 que o maior partido português confunde deliberadamente responsabilidade criminal e responsabilidade política.
Março e Abril de 2007 - Dado o ritmo a que a blogosfera comenta o processo académico de Sócrates, em S. Bento sabe-se, desde o fim do Fevereiro, que se está em contagem decrescente para que o assunto se transforme em notícia. Só resta saber quando. Mas enquanto a crise da licenciatura não estala eis que a criação do Conselho Superior de Investigação Criminal, a ser presidido pelo primeiro-ministro, suscita uma inusitada reacção por parte dos assessores de Sócrates que telefonam para alguns daqueles que assinaram artigos de opinião criticando este novo organigrama das forças policiais e do próprio Governo: o então ministro da Administração Interna, António Costa, e o secretário de Estado José Magalhães iniciam um blogue na própria página do ministério onde fazem comentário aos comentadores. Se o reforço do Estado-polícia gera polémica, já a actuação do Estado-empresário, essa continua inquestionável: neste mesmo mês de Março, a Caixa Geral de Depósitos votou contra a desblindagem da Portugal Telecom inviabilizando assim a OPA da Sonae sobre a PT. Entretanto a rua emerge: a CGTP garante ter congregado mais de cem mil pessoas em protesto contra a política governamental. E um dado que o futuro provaria não ser irrelevante em matéria de manifestações: Mário Nogueira foi eleito secretário-geral da Fenprof.Quase no final de Março o assunto da licenciatura de Sócrates é finalmente tratado na imprensa escrita, mais precisamente no PÚBLICO. O que sucede nas semanas seguinte é apenas controlo de danos: o ministro Santos Silva fala de "jornalismo de sarjeta" e defende um novo Estatuto para a classe. Mário Soares diz que Sócrates é alvo de "ataques raivosos da direita". Os assessores governamentais continuam a fazer de telefonistas e a responder aos blogues. A Assembleia da República descobre que tem dois registos biográficos de José Sócrates datados de 1992 e a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) pretende averiguar se existem pressões. O reitor da UnI é detido. Na sua posse tem uma pasta com documentos sobre as licenciaturas de José Sócrates e Armando Vara. Os partidos vivem tudo isto com manifesto embaraço. José Sócrates dá finalmente a entrevista possível na RTP. Parafraseando uma velha frase: aos costumes disse nada. Mas também o objectivo desta entrevista não era esse: tratava-se sim de um ritual para encerrar este equívoco capítulo do passado. Ritual cumprido, Sócrates tem boas notícias para o futuro: Novas Oportunidades, projectos de Potencial Interesse Nacional (PIN) e possibilidade de referendo ao que então ainda se chamava Tratado Constitucional da UE. Sócrates acaba o mês a acusar a oposição de "bota-abaixismo", sendo o principal visado desta acusação Marques Mendes que levantara questões sobre a Ota e a ida de Pina Moura para a TVI. O país constata que Sócrates é um osso duro de roer. Característica que provavelmente agradou aos portugueses que já começavam a acreditar ser sua sina que os primeiros-ministros não terminassem os mandatos.
Maio de 2007 - Para defender a escolha da Ota, Mário Lino declara que "na margem sul não há cidades, não há gente, não há hospitais, nem hotéis nem comércio" e garante, em francês, que jamais o aeroporto irá para esse "deserto".Com declarações deste teor Sócrates deixou de precisar de explicar que sem ele o Governo não passava dum conjunto de baratas tontas. Quanto ao PS, a avaliar pelas declarações do seu presidente, Almeida Santos - "um aeroporto na margem sul tem um defeito: precisa de pontes. Suponham que uma ponte é dinamitada?" - o desacerto era evidente e o partido bem precisava do apoio do secretário-geral para fazer face às revelações sobre os financiamentos que o PS aceitara quer em Felgueiras quer no Brasil.Continuavam as notícias sobre a licenciatura de Sócrates ou mais precisamente sobre aquilo que o liga a António Morais e Armando Vara. No meio de tanto passado as questões do presente correm em catadupa: no final do mês, o Presidente da República faz um apelo a que se reaprecie o dossier Ota; o primeiro-ministro anuncia que meio milhão de pessoas vai ter computador e Internet mais baratos, a CGTP organiza uma greve geral e a candidatura de António Costa à autarquia lisboeta obriga à sua substituição no MAI por Rui Pereira.A suspensão de um funcionário da Direcção Regional de Educação do Norte por este ter feito um comentário jocoso sobre a licenciatura do primeiro-ministro chama a atenção para a partidarização da administração pública. Nada que não se soubesse acontecer mas que com o PS de Sócrates é assumido.
Junho 2007 - O Governo começa a preparar o recuo na questão da Ota: quando Cavaco Silva recebe o estudo patrocinado pela Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), que apontava Alcochete como alternativa à Ota, Mário Lino anuncia que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) vai comparar as opções Ota e Alcochete.A CGTP continua a encher as ruas. Quanto ao primeiro-ministro, parece apostado em transmitir convicção: diz que Portugal não voltará a enfrentar crises orçamentais, dado o alcance das reformas que o Governo empreendeu e anuncia que o acordo com Joe Berardo deslocou o roteiro internacional de arte contemporânea de Madrid para Lisboa
Julho, Agosto e Setembro de 2007 - Boas notícias para José Sócrates: Portugal tem a presidência da UE; António Costa torna-se presidente da CML; o ex-inspector da PJ que denunciou o caso Freeport foi condenado a oito meses de prisão e ao pagamento de uma multa; a PGR arquivou o inquérito à sua licenciatura, embora não consiga explicar como um certificado com data de 1996 inclui um impresso que só podia existir depois de 1998. Entretanto o PSD está sem líder, pois Marques Mendes demite-se na sequência dos resultados das autárquicas lisboetas.Este é o Verão em que a ASAE se enfurece com as bolas-de-berlim, a aguardente de medronho e a Ginginha do Rossio. O responsável da ASAE defende publicamente que metade dos cafés de Portugal deve fechar e comporta-se como se dirigisse um corpo especial e inquestionável de polícia.
Outubro, Novembro e Dezembro de 2007 - Agentes policiais levam material da sede de um sindicato na Covilhã, cidade que iria ser visitada por Sócrates. No meio deste ambiente meio anacrónico tem lugar a cimeira UE-África que traz a Lisboa ditadores vários e o festival da tenda de Kadhafi. Pragmaticamente os portugueses constatam que da América Latina a África aquilo a que pomposamente se chamava política externa é cada vez mais uma política de negócios no estrangeiro. Este é o tempo do "porreiro, pá" que Sócrates profere a Durão no final da conferência que viu nascer o Tratado de Lisboa: no Parlamento está tudo reduzido a combates entre o imbatível primeiro-ministro e o menino-guerreiro, ou seja, Santana Lopes, que o novo líder do PSD, Luís Filipe Menezes, tornara líder parlamentar. A oposição está sobretudo na rua, sobretudo na CGTP, que só em Outubro fez desfilar 200 mil manifestantes. Mas, acredita-se por essa época em S. Bento, não será difícil mostrar as ligações da CGTP ao PCP e como tal apresentar toda esta contestação como um entrave ao espírito reformista do Governo de de Sócrates, que finda o ano em beleza com a assinatura do Tratado de Lisboa.Para Sócrates, o pior parece ter passado. (continua). Jornalista

Falar verdade...

Não costumo emitir opiniões partidárias no meu blog (que está aberto a todos sem excepção), no entanto houve algo que ouvi que me chateou imenso...
Ontem, ouvi estarrecido o papagaio, perdão, o porta-voz do PS dizer que as listas do PSD eram uma mentira que não estavam a falar verdade sobre os candidatos, nomeando o Alberto João Jardim quando se sabia que ele não seria candidato a deputado, será que esta alma não reparou que em todas as eleições à Assembleia da República tem sido assim????
Mais tarde, a voz do dono chamado Pedro Silva Pereira veio dizer que tinha existido um saneamento político no PSD pelo afastamento dos adversários internos à líder do PSD, agora pergunto o que foi que se passou com as listas do PS às legislativas, não houve um saneamento dos chamados "alegristas" e não existiram propostas indecentes à inefável Joana Amaral Dias.
É caso para se concluir que impera a velha máxima nos dois maiores partidos portugueses, isto é, "fala o roto do esfarrapado".