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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia da Terra: A nossa vida tem de mudar...

Dia da Terra: A nossa vida tem de mudar
José Manuel Fernandes

Há 25 anos discutia-se em Portugal a construção de uma central nuclear. A aprovação do projecto esteve por um fio num épico Conselho de Ministros onde o então ministro da Qualidade de Vida, Francisco Sousa Tavares, levou a melhor sobre o ministro da Indústria, Veiga Simão. Dois titãs num executivo que ainda hoje é muito injustamente apreciado, o do Bloco Central.
O país discutiu na altura, com profundidade e grande repercussão na opinião pública, um Plano Energético que, numa época em que algumas das renováveis hoje operacionais eram apenas quimeras, já colocava o dedo na ferida: o país necessitava de apostar mais na conservação de energia, tinha de investir em energias mais limpas e, sobretudo, era preciso que a economia crescesse a um ritmo mais rápido do que o do consumo de energia.Passados todos estes anos – uma geração – alguns destes problemas continuam em cima da mesa. Introduzimos o gás natural na última década do século passado, mas cometendo alguns erros. Atrasámo-nos demasiado na promoção das energias renováveis – sobretudo na exploração da energia eólica – já que, depois da passagem de Nuno Ribeiro da Silva pelo pelouro da Energia, só voltámos a ter alguém com categoria nesse lugar no final da era de Guterres, com Oliveira Fernandes.Mas se hoje as renováveis são uma espécie de coqueluche do Governo, o único projecto sustentável e capaz de criar um cluster nacional é o eólico.O aproveitamento da energia solar tem conhecido demasiadas hesitações e é duvidoso que a opção por mega-instalações seja a mais adequada. Esteve-se muito tempo sem construir novas barragens e pouco se desenvolveu a área das minihídricas.Há bons projectos de co-geração mas pouco se avançou na micro-geração, para muitos técnicos uma das soluções com mais futuro.O muito que se andou não evitou, contudo, que o ritmo de crescimento do consumo de energia tenha sido, neste período, muito superior ao ritmo de crescimento da riqueza nacional. Ainda hoje o ritmo de crescimento do consumo de energia é superior ao ritmo de crescimento do PIB quando, há 25 anos, a maior parte dos nossos parceiros europeus já tinham conseguido inverter essa tendência.Isto que significa que continuamos a ser pouco eficientes na melhor utilização da energia, em boa parte porque o país depende em demasia do transporte automóvel, quer para as mercadorias, quer para as deslocações particulares, porque a qualidade de construção não melhorou, porque os hábitos de consumo dos portugueses levam-nos a consumir muito mais energia nos inúmeros aparelhos que hoje enchem as suas casas.Tempos de crise como os que hoje atravessamos devem-nos levar a repensar muitos dos hábitos fáceis que adquirimos.Não basta, por exemplo, trocar as lâmpadas normais por lâmpadas de baixo consumo: é necessário fazer como os nossos avós, que apagavam a luz quando saíam da sala. Não chega escolher um frigorífico mais eficaz ou uma televisão mais económica, é necessário aprender a utilizá-los de forma racional. E não se pode continuar a escolher um automóvel sem olhar para os níveis de emissão de CO2.Tudo isto e muito mais tem de ser feito porque nem que colocássemos torres eólicas em todas as cristas das nossas serras e forrássemos o Alentejo de painéis solares produziríamos a energia suficiente para as nossas necessidades. As renováveis são boas, mas não resolvem todos os problemas se mantivermos os nossos actuais hábitos de consumo. É bom não ter ilusões.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mar de Chamas


Infelizmente, a natureza não está a ajudar os bombeiros australianos no combate aos incêndios em Victoria, Australia.
Ontem a temperatura ambiente rondou os 50º e hoje apesar da descida de temperatura ela ainda se situa nos 42º.
Força, rapazes!!!
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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Afasta de mim essa lâmpada!!!

Concordo, em absoluto, com o artigo da jornalista Ana Gerschenfeld hoje no "Público" na "P2"...
Afasta de mim essa lâmpada
22.10.2008,
Ana Gerschenfeld

Já trocou as lâmpadas todas lá de casa por lâmpadas de baixo consumo, que protegem o ambiente e a sua factura da EDP? Então veio ter à página certa e tem de ler o que se segue. E se ainda não trocou ...
Podem ser ecologicamente correctas e dividir a nossa conta da electricidade por seis no fim do mês, mas é de admitir que as lâmpadas incandescentes de baixo consumo, que têm começado a invadir as nossas casas, são uma seca por várias razões. Mudam a cor da mobília (uma mesa que à luz do dia é amarelo-mostarda passa a ter um tom verde-cocó, por exemplo); não se acendem logo, o que faz com que às vezes pareçam ter avariado (o que seria de mau gosto, uma vez que são supostas ser de longa duração); e demoram a "aquecer", deitando inicialmente uma luz tétrica sobre o mundo. Tudo bem: com estas pormenores conseguimos viver, desde que seja por uma boa causa e alivie o nosso orçamento doméstico.O assunto já não é tão pacífico quando nos vêm dizer que as ditas lâmpadas poderão ser perigosas para a saúde. Ora, um alerta oficial, emitido há uns dias pela idónea Agência de Protecção da Saúde britânica (HPA), afirma exactamente isso: que certas lâmpadas económicas emitem radiações ultravioletas (UV) que ultrapassam as doses recomendadas, havendo "o risco imediato [de] uma irritação da pele semelhante à de um escaldão" e que "há também um pequeno risco adicional de cancro da pele".Já em Abril, a mesma agência tinha alertado para o facto de as lâmpadas de baixo consumo conterem mercúrio, explicando porém que o risco para a saúde de uma fuga deste metal em caso de ruptura era muito reduzido, dadas as quantidades envolvidas ("4 miligramas por lâmpada - apenas suficiente para cobrir a ponta de uma esferográfica"). Mesmo assim, aconselhava-se "evitar o contacto desnecessário com o mercúrio", bem como com os estilhaços de vidro - nada mais razoável. Mas perante o mais recente aviso, ficamos mesmo totalmente confusos. Afinal, será que fizemos bem em mudar TODAS as lâmpadas lá de casa para as de baixo consumo para poupar electricidade e reduzir as emissões de carbono? A saúde dos nossos filhos - e a nossa - não valem mais do que isso?Mas comecemos pelo começo: antes de mais, o alerta agora emitido apenas se aplica as lâmpadas ditas "abertas" ou não encapsuladas - ou seja, àquelas onde os tubinhos que contêm os filamentos incandescentes estão à vista. As outras, as "encapsuladas", que têm o aspecto de uma lâmpada incandescente normal, não apresentam problemas, dizem-nos no site da HPA.Don't panic!De qualquer forma, o problema tem solução e ela não passa por deitar as lâmpadas para o caixote do lixo. "Se tem lâmpadas incandescentes de baixo consumo em sua casa", diz ainda a HPA, "não precisa de se preocupar, a menos que utilize lâmpadas abertas a uma distância da sua pele inferior a 30 centímetros durante mais de uma hora por dia." O texto prossegue: "Se precisa mesmo de uma lâmpada a grande proximidade durante um período prolongado, então sugerimos que mude a lâmpada e coloque uma lâmpada de baixo consumo de tipo encapsulado. Ou então, afaste a lâmpada até ela ficar a pelo menos 30 centímetros de distância." Ou seja, mude a lâmpada do candeeiro de secretária, ao pé do computador, e as dos candeeiros das mesinhas de cabeceira, se costuma ler na cama até altas horas da noite. Entretanto, a HPA e o Ministério britânico da Saúde já apelaram "à União Europeia, às entidades de regulação industrial e à indústria da iluminação para que considerem formas de reforçar as normas dos seus produtos".Os números que motivaram o alerta provêm de um estudo realizado pela equipa de Marina Khazova, da HPA, que foi publicado online na revista Radiation Protection Dosimetry. Entre outras coisas, estes investigadores estimam que se uma pessoa se encontrar "a grande proximidade (2 cm) de algumas lâmpadas não encapsuladas, os níveis de radiação UV podem ser equivalentes à exposição solar num dia de sol no Verão no Reino Unido, o que exige algumas precauções". Sem referir marcas, constatam que, em cerca de 20 por cento das lâmpadas testadas, "o limite de exposição a grande proximidade teria sido ultrapassado em menos de dez minutos" e que para cerca de metade das lâmpadas isso aconteceria "passada meia hora". "A distâncias maiores (20 cm), apenas oito por cento das lâmpadas ultrapassaram, ao fim de oito horas, as doses diárias máximas recomendadas na UE (pela Comissão Científica para os Riscos para a Saúde Emergentes e Recentemente Identificados, ou SCENIHR).O alerta, precisa a HPA, é de "carácter provisório" e poderá ser afinado mal outros investigadores, que também se estão a debruçar sobre a questão, tenham resultados suplementares.