Para quem tiver dinheiro para poupar, aqui vão algumas dicas saidas hoje no DE:
Dicas dos bancos para as poupanças
O Diário Económico fez de cliente mistério e foi avaliar as sugestões dos bancos.
Alexandra Brito e Sandra Almeida Simões
“Onde investir neste momento?” Está é certamente uma das questões mais colocadas durante o último ano. Com as bolsas a apresentar desempenhos desanimadores e os investidores à beira de um ataque de nervos, a questão assume cada vez maior importância. E para responder à dúvida, o “Diário Económico” e o “Semanário Económico” visitaram como cliente-mistério as agências de 10 bancos diferentes na zona da Grande Lisboa. À mesma hora, bancários de dependências da Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp, BES, Banco BPI, Santander Totta, Montepio Geral, Banif, Banco Popular, BBVA e Barclays estavam a ser confrontados com as mesmas questões. A missão era clara: saber quais os melhores produtos para um montante de cinco mil euros. Além disso, o cliente-mistério tentou ainda saber se esta era uma boa altura para entrar no mercado de acções. E, nesta última questão quase ninguém se atreveu a recomendar o investimento em acções. A excepção foi o BES que recomendou o investimento de uma pequena parcela num fundo de acções, tendo alertado o cliente para o facto de se tratar de um investimento a médio-longo prazo.Mas alguns funcionários de bancos fugiram das acções, “como o diabo da cruz”. Outros consideraram o actual momento interessante para apostar em acções, mas rejeitaram para já tal investida. No final, o cliente-mistério acabou por sair das 10 agências visitadas com panfletos de depósitos promocionais e produtos estruturados de capital garantido debaixo dos braços. Na verdade, todas as instituições recomendaram produtos de risco quase nulo. A segurança e as rendibilidades atractivas (no caso dos depósitos) foram algumas das qualidades realçadas pelos bancários consultados pelo SE/DE.Quem ganha com estas recomendações?No caso dos depósitos, “juntou-se a fome com a vontade de comer”, visto ser um produto que vai de encontro aos interesses dos bancos – que vêem nos depósitos uma forma de assegurar a liquidez e, como tal, não se importam de pagar taxas mais elevadas – e dos investidores– que agora estão muito menos avessos ao risco.Já no caso dos produtos estruturados de capital garantido, os investidores têm pouco a ganhar. Esta é pelo menos a convicção do professor universitário Paulo Pinho. Não só por porque muitas vezes apresentam rendibilidades ínfimas no final da maturidade do produto, mas também porque são muito difíceis de analisar. Foi o que aconteceu, por exemplo, com um produto estruturado aconselhado pelo Barclays (3Yr Eur Autocall on Global Indices). Houve também casos, em que os produtos aconselhados nem sempre se adequavam ao perfil do investidor. O Santander, por exemplo, aconselhou um Plano de Poupança Reforma, com pouco risco e sem nenhuma exposição a acções. Isto para um cliente com 30 anos, com perfil para investir num plano que comporta um nível de risco mais elevado. Mas o “medo” das acções parece estar a inibir as estratégias de aconselhamento. Apesar de algumas falhas detectadas, a maioria dos bancos soube informar sobre as taxas de juro brutas e líquidas dos depósitos aconselhados e, de uma forma em geral, alertaram para os riscos associados ao investimento. Houve também quem se mostrasse muito prestável. A funcionária bancária do BPI, por exemplo, deu ao cliente-mistério uma dica para conseguir uma taxa mais atractiva. “No caso de um depósito a prazo a um ano, se conseguisse investir um pouco mais do que os 5.000 euros era melhor. Isto porque segundo a tabela ao investir 5.000 euros tem uma taxa de cerca de 1% e se conseguir investir por exemplo 5.100 euros já salta para um juro de aproximadamente 4%”.Depósitos em alta Os números do Banco de Portugal revelam uma verdadeira corrida aos depósitos. Desde o início do ano e até Julho, os portugueses aplicaram 8 mil milhões de euros em novos depósitos. A aversão ao risco e o aumento da rendibilidade destas aplicações têm convencido muitos investidores. A crise de liquidez leva os bancos a aumentarem a remuneração destes produtos. É possível, por exemplo, encontrar depósitos com taxas líquidas de 4,5%.
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