quinta-feira, 30 de abril de 2009

Perguntas e Respostas: Gripe Suína

Perguntas & Respostas
O que é esta nova estirpe do vírus da gripe suína?
PÚBLICO

Algumas questões sobre o surto da gripe suína que se estima que tenha vitimado mais de 60 pessoas no México e infectado oito nos Estados Unidos, deixando a Organização Mundial de Saúde a falar de um "potencial de pandemia".

O que é a gripe suína?
Frequente e poucas vezes fatal, embora com altos níveis de transmissão, a gripe suína é uma doença respiratória dos porcos. Normalmente, não é contagiosa para humanos, embora em casos de pessoas com contacto muito próximo com porcos seja possível a transmissão dos vírus da gripe suína (que, tal como outros vírus gripais, está em constante mutação). Mais rara ainda é a transmissão entre humanos.
Este surto deve-se a um novo tipo de gripe suína?
Sim. Trata-se de uma nova estirpe, nunca vista anteriormente, do vírus da gripe H1N1. Tem material genético de aves, suínos e humanos.
Quais são os sintomas?
Os sintomas são semelhantes aos da gripe humana normal: dores musculares, febre, tosse, cansaço, embora esta estirpe provoque mais frequentemente náuseas, vómitos e diarreia.
Porque é preocupante?
A gripe suína, mesmo nos casos raros em que é transmitida a humanos, raramente consegue passar de um humano para outro. Mas esta nova estirpe parece ser facilmente transmitida entre humanos, aparentemente do mesmo modo que a gripe: por partículas da saliva de uma pessoa infectada, sobretudo através da respiração e da fala (daí a recomendação de usar máscaras).
Quantas pessoas foram afectadas?
Para já, há 16 mortes confirmadas no México e outras 50 que se pensa terem tido como causa a infecção por este vírus. Nos Estados Unidos há sete descrições de infecção.A OMS avisou para uma potencial pandemia.
Porquê?
Porque é um vírus que está a afectar pessoas jovens e de boa saúde (normalmente a gripe atinge mais crianças e idosos ou pessoas fragilizadas) e ainda por causa da sua distribuição geográfica – casos em várias províncias mexicanas e na Califórnia e no Texas –, o que mostra que não está num lugar restrito.
Há alguma vacina?
Não há ainda uma vacina. Como são produzidas em ovos, as vacinas demoram sempre algumas semanas até chegarem ao público.
E tratamento?
Este vírus é sensível a dois medicamentos antivirais, o Tamiflu e o Relenza, que devem ser, no entanto, tomados nos primeiros dias de sintomas para serem mais eficazes.
E o que estão a fazer os países afectados?
As autoridades dos locais afectados estão a lançar avisos para que as pessoas evitem grandes multidões, e no México foram encerrados museus, bibliotecas. Até os jogos de futebol do fim-de-semana se vão realizar com os estádios vazios. Claro que, como dizia, citado pelo "Times" on-line o perito em saúde pública Michael Osterholm, da Universidade do Minnesota, “milhões de pessoas entram e saem todos os dias da Cidade do México [onde vivem 20 milhões de pessoas]. Tem de se pensar que há mais transmissões não reconhecidas por aí”. A OMS já pediu aos países que tomassem atenção a casos com sintomas semelhantes.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Paises Afectados pela gripe ... preocupante

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Gripe Suína II

Hoje no "Público"...

Mundo deve preparar-se para o pior cenário, avisa a OMS
Alexandra Campos e Romana Borja Santos

Israel e Nova Zelândia também têm casos confirmados de gripe de origem suína. Portugal cria Equipa de Acompanhamento da Gripe
Apesar de ainda ser evitável, o espectro da ocorrência de uma pandemia de gripe aumenta de dia para dia. Ontem, a Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu aos países para se prepararem para o pior dos cenários e admitiu a hipótese de voltar a aumentar o nível de alerta para uma epidemia global em breve. "Os governos deveriam tomar as medidas oportunas para fazer face a uma possível pandemia", avisou o director-geral adjunto da organização, Keiji Fukuda. A nova estirpe do vírus de origem suína H1N1 continua a espalhar-se pelo mundo. Mas é possível que, mesmo evoluindo para uma pandemia, provoque apenas doença moderada, pois por enquanto só morreram pessoas no México, um mistério que continua por desvendar. Keiji Fukuda lembrou, porém, que a gripe espanhola de 1918, que matou até 40 milhões de pessoas, também começou de forma suave. "Temos de ter atenção e respeitar o facto de a gripe se mover de maneiras que não podemos prever". Enquanto no México o número de novos casos parece estar controlado, a crer nas informações oficiais, os casos confirmados em todo o mundo não param de aumentar. Países tão distantes como Israel,a Nova Zelândia e a Costa Rica juntaram-se ontem ao grupo dos que já têm casos confirmados de infecção - e havia 65 casos confirmados de gripe de origem suína nos Estados Unidos, segundo o Centro de Controlo e Prevenção das Doenças daquele país. O Presidente Barack Obama pediu mesmo ao Congresso que desbloqueasse 1,5 mil milhões de dólares para reforçar a capacidade de reacção dos EUA face a uma eventual agravamento da epidemia, adiantou a Casa Branca. E na Califórnia foi decretado o estado de emergência enquanto se investigam duas mortes suspeitas. A OMS está agora a concentrar as suas atenções nas necessidades dos países em vias de desenvolvimento, que normalmente são os mais afectados nas pandemias. "São atingidos de forma desproporcionadamente dura", frisou Fukuda. Também a revista médica The Lancet assinalava em editorial o risco que correm sobretudo os países mais pobres. Usando dados da gripe espanhola de 1918, a revista calculou em 2006 que a próxima pandemia poderá matar 62 milhões de pessoas, sendo que 96 por cento vivem em países de menores recursos. O que o responsável da OMS quis dizer foi que "não podemos olhar só para o nosso umbigo, estamos dependentes do que vai acontecer noutros países", explica Filipe Froes, pneumologista e consultor da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Países que, ao contrário dos mais ricos, não prepararam planos de contingência para uma pandemia, nem compraram reservas de antivirais. "E todos estamos separados uns dos outros no máximo por três escalas de avião", nota.Ontem, a comissária europeia de Saúde, Androulla Vassiliou, depois de inicialmente ter recomendado que as pessoas não viajassem para o México, recuou, considerando prematura a imposição de restrições de viagens para os países afectados. Anunciou que vai avaliar hoje com a indústria farmacêutica a necessidade de produção de uma nova vacina e os stocks de medicamentos e disse esperar que a reunião extraordinária de ministros da Saúde convocada para amanhã no Luxemburgo permita chegar a protocolos comuns sobre vigilância, recomendações a turistas e tratamento dos casos confirmados. A Comissão insistiu que os casos de gripe suína nos humanos não estão relacionados com o consumo de carne de porco e decidiu mudar o nome da doença para "nova gripe".Portugal sem casos confirmadosPortugal respondeu a esta crise sanitária mundial com a criação de uma Equipa de Acompanhamento da Gripe, que vai "monitorizar a evolução da actualização da situação do H1N1", explicou a ministra da Saúde, Ana Jorge. Com elementos do Governo, da Direcção-Geral da Saúde, do Instituto Ricardo Jorge, do INEM, para além de infecciologistas, epidemiologistas e virologistas, o grupo vai fazer todos os dias o ponto da situação. Sublinhando que Portugal tem um plano de contingência para a pandemia de gripe (desde 2006), Ana Jorge não quis antecipar cenários como o encerramento de escolas. Por agora, estamos no grau quatro de alerta de pandemia de uma escala de seis. "Isto significa que existe um ou mais pequenos surtos no mundo com transmissão pessoa-a-pessoa limitada. Assim, cabe aos Estados conter o novo vírus ou retardar a sua disseminação", justificou. Uma opinião partilhada pelo director-geral da Saúde, Francisco George. "Não sabemos exactamente como se irá propagar", pelo que "não faz sentido accionar respostas sem ser o momento certo". "Estamos em posição de alerta, mas não alarmados".A ministra esclareceu também que não se confirmaram as suspeitas que recaíam sobre duas portuguesas que regressaram domingo do México e que apresentavam um quadro clínico gripal. Sobre os dois casos já confirmados em Espanha, defendeu que a proximidade não é factor a considerar. Para além dos dois casos confirmados, até ontem, as autoridades espanholas tinham 32 doentes em estudo, à espera dos resultados das análises. "Estão a responder bem ao tratamento e a sua situação não apresenta perigo", comentou a ministra da Saúde e Políticas Sociais, referindo-se aos dois estudantes da Universidade de Valência afectados. Ao jovem de 23 anos somou-se outro de 24 anos, que esteve no México na mesma viagem de fim de curso. E as autoridades espanholas alargaram o protocolo de prevenção que aplicam às rotas oriundas do México aos voos com origem nos EUA. com Nuno Ribeiro, em Madrid 62 milhões de pessoas poderiam morrer na próxima pandemia de gripe, calculou The Lancet em 2006

E o resto do mundo coça a cabeça... Teresa de Sousa

E o resto do mundo coça a cabeça...
Teresa de Sousa

1. Hugo Chávez (ainda) foi saudado efusivamente à entrada do Centro Diplomático de Port of Spain, Trindade e Tobago, quando chegou para participar na cimeira das Américas. Foi a sua única oportunidade. Barack Obama tinha decidido entrar discretamente pela porta de trás. A maioria dos 33 chefes de Estado e de Governo do Hemisfério Ocidental haveria de ovacioná-lo de pé. O Presidente venezuelano não teve outro remédio senão ficar sentado e calado no seu lugar. Obama concedeu-lhe um caloroso aperto de mão que fez as manchetes e abriu os noticiários na América. Chávez ofereceu-lhe um livro sobre os malefícios do imperialismo americano. E porque não? Como escreveu Jorge Castañeda na última Newsweek, tudo o que Obama ofereceu aos países da América Latina foi um discurso a explicar qual era a sua nova visão (uma "parceria entre iguais", um "absoluto respeito pelos governos democraticamente eleitos" e o reconhecimento do óbvio: que, por vezes, os Estados Unidos tinham pretendido "impor os seus termos") e um sinal de abertura ao regime cubano. O suficiente para criar a ideia de que era possível um novo começo. A cimeira foi dele e não de Chávez. O antiamericanismo era um dos pilares fundamentais do regime populista de Caracas. Os conservadores americanos mais empedernidos indignaram--se. Castañeda também lembra que apenas Fidel Castro os acompanhou. Sentiu-se obrigado a vir a terreiro corrigir a disponibilidade do seu irmão Raul para corresponder à abertura de Washington e lembrar que Obama não era mais do que a nova face da velha América.
2. "Teerão está aterrorizada: a América está a ser amigável", escrevia recentemente Richard Beeston no Times. O editor internacional do jornal de Londres questionava-se sobre o efeito da nova política americana nas eleições presidenciais iranianas. A mão estendida do Presidente não fará mudar a natureza do regime dos ayatollah (nem é esse o seu primeiro objectivo, ao contrário da administração anterior), mas está a deixar Ahmadinejad nervoso. As eleições terão em confronto duas ideias diferentes sobre como responder a um Presidente que diz estar disposto a negociar directamente e que teve a extraordinária ousadia de ir a Praga anunciar que o seu objectivo era um mundo sem armas nucleares.O antiamericanismo também é um pilar fundamental do regime de Teerão. Os dois episódios servem para exemplificar até que ponto a revolução que Barack Obama iniciou em quase todas as frentes da política externa do seu país está, pelo menos, a obrigar o resto do mundo a repensar as suas próprias políticas. Desestabilizou os inimigos. Mas também desafiou os amigos.
3. Pouca gente terá dado a atenção devida a uma pequena frase de Obama no final da cimeira do G20, em Londres. "Se fossem apenas Roosevelt e Churchill reunidos numa sala com um brandy na mão, isto seria muito mais simples. Mas esse já não é o mundo em que vivemos. E isso não é necessariamente uma perda para a América." O que houve de extraordinário na cimeira do G20 teve pouco a ver com aquilo que parece interessar mais aos europeus: se Obama conseguiu o nível de estímulos à economia mundial que pretendia ou se a regularização dos mercados foi suficientemente longe. Foi a maneira como o novo Presidente disse à China, à Índia ou ao Brasil que está disposto a aceitar uma nova ordem mundial em que eles têm um lugar à mesa ao lado da América e para discutir com a América as novas regras do jogo."O Presidente mostrou com toda a clareza que não considera que a parceria transatlântica seja já suficiente para lidar com os desafios mundiais e que as instituições internacionais devem conseguir incluir as potências emergentes", escreve Álvaro de Vasconcelos no site do Instituto de Estudos de Segurança da UE. O seu périplo europeu teve em Londres e em Istambul os seus momentos politicamente mais fortes. Acresce que Obama retirou à Europa aquilo que lhe restava da era Bush: poder reclamar a superioridade moral. Não ficará eternamente à espera que ela se decida sobre que papel quer ter na nova ordem que está apostado em construir. Em 100 dias, o novo Presidente redefiniu a política americana, capitalizando sobre a boa vontade mundial que a sua eleição suscitou. Devolveu à América o seu prestígio e a sua autoridade moral. Pôs o resto do mundo a coçar a cabeça. Não se pode dizer que tenha sido pouco.

Ayrton Senna: 15 anos de saudade

O que eu chorei naquele domingo (1 de maio de 2004)
Ayrton Senna: O "mago" morreu há 15 anos

Perfeccionista, metódico, determinado, persistente e individualista - estes eram alguns dos traços do carácter do brasileiro Ayrton Senna, um dos melhores pilotos da história da Fórmula 1 e um verdadeiro mago sob chuva ou em qualificação.

Conhecido como Beco em família, Harry durante o seu percurso nas categorias de promoção na Grã-Bretanha, ou simplesmente Mágico no "Grande Circo" da Fórmula 1, Ayrton Senna da Silva nasceu em Santana, no estado de São Paulo, em 21 de Março de 1960 e morreu em Imola, Itália, a 01 de Maio de 1994, aos 34 anos.

Faz sexta-feira 15 anos, uma falha mecânica - a ruptura da coluna da direcção - lançou o Williams-Renault de Senna contra um muro de betão na curva Tamburello do Autódromo Enzo e Dino Ferrari, na sétima volta do Grande Prémio de São Marino, terceira prova do Campeonato do Mundo.

Senna, campeão do Mundo em 1988, 1990 e 1991, rolava a cerca de 310 km/h e a colisão violenta foi inevitável. Com graves lesões cerebrais, provocadas pela perfuração do crânio por um tirante da suspensão, acabaria por ser declarado morto pouco depois de dar entrada no hospital Maggiore, em Bolonha.

Este foi um dos fins-de-semana mais trágicos da história de Fórmula 1: cerca de 25 horas antes tinha morrido o austríaco Roland Ratzenberger, que aos 31 anos disputava o seu terceiro Grande Prémio, quando o seu Simtek-Ford embateu a 315 km/h contra um muro de betão na curva Villeneuve, após perder uma parte da asa dianteira.

Sexta-feira, na primeira sessão de qualificação, o Jordan-Hart de Rubens Barrichello descolou na Variante Baixa, a cerca de 200 km/h, embateu nas redes de protecção e capotou três vezes, deixando o piloto brasileiro inconsciente e impedido de alinhar na corrida, devido aos ferimentos sofridos, entre os quais uma fractura no nariz.

Mas a corrida também começou mal, pois na largada o português Pedro Lamy não conseguiu evitar que o seu Lotus-Mugen Honda embatesse violentamente na traseira do Benetton-Ford do finlandês J.J. Lehto, que ficara parado, e a colisão lançou uma roda para as bancadas, o que provosou ferimentos em quatro pessoas.

Este acidente ditou a entrada em pista do "safety car", que controlou o ritmo do pelotão até à sexta volta, pelo que Senna realizava a sua primeira volta lançada quando se despistou.

Mais tarde, perto do final da corrida, o drama voltou a acontecer, mas desta vez nas "boxes": depois de reabastecer e trocar de pneus, o italiano Michelle Alboreto preparava-se para regressar à pista, quando se soltou uma roda do seu Minardi-Ford, num incidente de que resultaram ferimentos em três mecânicos da Ferrari e num da Lotus.

O dramático Grande Prémio de São Marino de 1994 marcou uma viragem histórica na Fórmula 1, pois não só obrigou a Federação Internacional do Automóvel (FIA) a alterar de forma radical as regras de segurança, como acabou por ser o momento da sucessão entre Ayrton Senna e Michael Schumacher.

Se acabava de perder o único campeão mundial do plantel, a Fórmula 1 assistia ao início da glória do mais titulado piloto de sempre: o alemão, então na Benetton-Ford, alcançou em Imola a terceira das duas quatro vitórias consecutivas na abertura da época, lançando-se em definitivo para a conquista do primeiro dos seus sete Mundiais.

Já no final da carreira, Schumacher, que então foi muito criticado por ter celebrado no pódio o triunfo em Imola, ainda foi a tempo de retirar a Senna o seu mais emblemático recorde, ao totalizar 68 "pole positions" contra as 65 do brasileiro, que assim é segundo nesta estatística.

No entanto, 15 anos após a sua morte, Senna, que disputou 162 Grandes Prémios desde a sua estreia na Fórmula 1, em 1984 com um Toleman-Hart, ainda tem vários registos notáveis: é o terceiro piloto com mais vitórias (41), pódios (80) e pontos (614), sempre atrás de Schumacher e do francês Alain Prost.

Em 01 de Maio de 1994, o "mágico" da chuva, que alcançou a sua primeira vitória na Fórmula 1 no Grande Prémio de Portugal de 1985, num autódromo do Estoril completamente alagado, deixou Schumacher sem adversário à altura: "O Rei morreu, viva o Rei".

terça-feira, 28 de abril de 2009

A gripe mexicana...

 


Esta gripe está a propagar-se com uma rapidez terrível, sugiro que tomem as devidas precauções, especialmente quem tem filhos.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Porque às vezes apetece mudar...

Mudei o layout do meu blog por várias razões:

  1. Estava farto dos convencionais.
  2. É Primavera e a disposição é outra.
  3. Apesar de não gostar de limonada estas rodelas de limão lembram-me a Verão, logo lembram-me a férias grandes longe de seres que já não suporto.

Espero que tenham gostado da surpresa.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Desemprego cresceu 23,8% em Março

Estatísticas: Desemprego cresceu 23,8 por cento em Março
Desemprego cresceu 23,8 por cento em Março
23.04.2009

O desemprego registado nos centros de emprego atingiu em Março de 2009 484.131 pessoas, o que representa uma subida de 23,8 por cento face ao período de homólogo de 2008. Esta variação mantém a tendência de subida verificada desde Junho de 2008.

Em termos mensais, face a Fevereiro, o desemprego registado subiu 3,2 por cento.

"O desemprego registado, no País, apresentou um crescimento, quer em termos homólogos (+23,8 por cento), quer comparativamente ao mês anterior (+3,2 por cento), destaca o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) no boletim mensal divulgado hoje. "O acréscimo anual do número de desempregados foi comum a ambos os géneros, com maior incidência no masculino (+38,9 por cento). Por grupo etário, a subida afigurou-se mais significativa nos jovens (+27,2 por cento), do que no segmento adulto (+23,3 por cento)", sublinha o IEFP.

Recorde-se que a divulgação do boletim referente ao mês de Março, ocorre depois de a CGTP e o Bloco de Esquerda terem protestado pelo facto de, quase no fim do mês de Abril, ainda não serem conhecidos os dados de Março.

Segundo os dados do IEFP, tendo em conta o tempo de permanência dos desempregados inscritos, assistiu-se a uma subida superior a 42 por cento dos desempregados inscritos há menos de um ano e uma diminuição de 3,2 por cento dos desempregados de longa duração inscritos há menos de um ano).

Desagregando os dados do IEFP a nível regional, "verifica-se que o acréscimo do desemprego, homólogo e anterior, foi extensível a todo o País", sublinha o Instituto. Ou seja, "em termos anuais, o Algarve assinalou a oscilação mais elevada (+55,2 por cento), enquanto que a Madeira mereceu destaque com o aumento de 6,2 por cento no espaço de um mês", sublinha o IEFP, adiantando ainda que "no fim de Março do corrente ano, o Norte detinha 43 por cento do desemprego registado, cabendo aos Açores a percentagem mais baixa (1,1 por cento)".

E depois do adeus - Paulo de Carvalho - Um hino à nossa liberdade!



O nosso grito do Ipiranga em 25 de Abril de 1974!!!

Obrigado a todos os que contribuiram para o meu crescimento em liberdade (tinha só 3anos em 1974)!

Obrigado por tornarem realidade muitos sonhos de uma imensidão de pessoas!

Viva a liberdade! Viva o 25 de Abril! Viva Portugal livre!

Para reflectir...

O que fazer se 600 mil portugueses ficarem sem emprego?
23.04.2009
José Manuel Fernandes

O activismo do Estado prejudica mais a recuperação da economia, e contraria as previsões do FMI, do que abster-se de dirigir e centrar-se na oferta de garantias mínimas a todos os cidadãos que queiram trabalhar, inovar, arriscar, investir. Em liberdade e com sentido de responsabilidade
O FMI apresentou ontem números mais negros para a evolução da economia portuguesa. Mais negros do que os do Banco de Portugal. Muito mais negros do que os do Governo. A organização costuma ser pessimista nas suas previsões, mas arrepia pensar que em 2011 - não em 2009, não em 2010 - o número de desempregados em Portugal pode chegar a 600 mil. Mais do que ficarmos inquietos com uma previsão de decréscimo da riqueza nacional de 4,2 por cento em 2009, arrepia pensar que a economia portuguesa vai continuar a encolher em 2010. Face a este cenário, mesmo que pessimista (e temo que ainda se revele pior), não é mais possível continuar a ouvir a ladainha de que se está a fazer tudo o que é possível fazer, nem se consegue suportar os anúncios sucessivos de milhões atirados para cima da economia ou do sistema de segurança social. Face a este cenário é preciso perceber que compete a qualquer governo falar verdade e procurar dizer aos portugueses qual a linha de rumo.Podemos passar dias a discutir se é tudo culpa da crise internacional, se outras políticas nos poderiam ter colocado ao abrigo da tempestade que apenas começou, mas não é muito útil. O mais importante é tentar perceber como vamos viver com 600 mil desempregados, com menos riqueza para distribuir e com um tecido empresarial a esfarelar-se. O que é importante é ter a humildade de perceber os limites do Estado e do activismo governamental num país com as nossas características. O que é mais importante não é dizer que já sabemos por onde vamos, mas saber por onde não devemos ir e assumir perante o país, como Obama fez nos Estados Unidos, que muitos caminhos errados serão tentados sem sucesso, mas acrescentando que temos muito menos margem para errar.Não tenhamos ilusões e digamo-lo com toda a frontalidade: a) Portugal é uma pequena economia aberta e periférica muito exposta a qualquer crise, pois dependemos das exportações de produtos que nem sequer são muito diferenciados; b) em Portugal o peso do Estado na economia continua a ser asfixiante e incapaz de atrair o investimento estrangeiro ou de permitir que as melhores empresas portuguesas ganhem dimensão; c) não houve milagres e ao país continuam a faltar as elites de qualidade, os hábitos de exigência e as rotinas de trabalho que são tão ou mais importantes do que um título académico; d) estamos endividados, pagamos caro o crédito e habituámo-nos a viver acima das nossas possibilidades. Talvez os eleitores não gostem de ouvir estas verdades, mas o país que desesperava Eça de Queirós é o mesmo país que hoje nos faz desesperar. E esse país nem sequer é o país da grande informação, é o país que lê menos jornais por habitante que a Turquia e onde um chico-esperto mais facilmente alcança o sucesso. É o país iliberal e avesso ao risco, o país dos empresários provincianos e dos trabalhadores dos "direitos adquiridos", o país onde, como se escrevia há mais de um século, se sucedem os governos que, mais do que derrubar, se deseja apagar com benzeno, como quem limpa uma nódoa.Vendo-nos ao espelho tal qual somos, sem ilusões nem fantasias, devíamos saber tirar as devidas consequências. Uma delas é que mais do que tentar sair da crise por nós, nos devemos preparar para sair da crise apanhando a vaga dos mais ricos e mais produtivos - que não sabemos quando vai chegar e em que direcção nos vai levar.Como fazê-lo da melhor maneira? Ultrapassando o actual paradigma do Estado protector e dirigista para o paradigma de um Estado garantia que assegura oportunidades a todos e a todos permite que escolham livremente os seus caminhos. Um Estado que garante aos cidadãos que estes não ficam sem protecção, mas não quer impor-lhes modelos de vida, de comportamento ou dizer-lhes onde devem ou não investir. Este Estado é parcimonioso na forma como gasta o dinheiro público, este Estado não tem empresas "amigas" e empresas "hostis", este Estado não diz onde se deve ou não investir, ou educar um filho, ou consultar um médico, antes assegura que ninguém cai fora da rede de protecção social, mas, ao mesmo tempo, ninguém lá pode construir para sempre o seu ninho parasita. Este Estado descentraliza e devolve poder aos cidadãos, acreditando que mais cabeças, mesmo que menos "iluminadas", pensam melhor do que algumas cabeças beneficiadas com o suposto dom da omnisciência. Este Estado prefere estimular as microiniciativas, em vez de subsidiar as empresas de arribação que vivem à sua sombra. Este Estado, por fim, é realista: quando não há dinheiro para gastar, não gasta, não se endivida, não facilita o endividamento das empresas e dos particulares.É preciso cerrar os dentes para dizer que não se devem esperar soluções milagrosas e que apenas se procura tornar a justiça mais justa e célere, a burocracia menos pesada, a vigilância menos omnipresente, a desconfiança menos castrante? Que não haverá grandes obras para inaugurar, nem megaprogramas para anunciar, antes nos temos de entregar a tapar os buracos, a recuperar o território, a tornar mais acolhedoras as escolas, a acreditar mais na responsabilidade das pessoas, sejam elas professores, pequenos empreendedores, grandes empresas?Os portugueses já estão a perceber: o tempo das vacas gordas está a acabar. O Estado e os seus responsáveis permanecem autistas - isso mesmo: autistas, sem medo da palavra, ou de um qualquer twitter, e sem ofensa para quem sofre da trágica doença.

Vai mais um processo, Zé?

O processo agora terá de ser contra Cândida Almeida, Procuradora Geral Adjunta. Ora leiam o que a senhora ontem disse na Rádio Renascença.

Procuradora geral adjunta reage a declarações de José Sócrates à RTP
Cândida Almeida garante que não há manipulação política no processo Freeport
23.04.2009 - PÚBLICO

A procuradora geral adjunta, Cândida Almeida, garantiu ontem à Rádio Renascença que não há qualquer manipulação política no processo Freeport e que a investigação segue o seu curso, numa reacção às declarações do primeiro-ministro José Sócrates numa entrevista à RTP.
A responsável pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal não se revê nas críticas sobre os alegados “timmings” políticos do caso, como referiu José Sócrates na entrevista.“Ponho as mãos no lume e pela Polícia Judiciária que nos coadjuva também. Não há qualquer manipulação”, garantiu à Renascença.Cândida Almeida justifica os atrasos normais com a complexidade do processo, nomeadamente devido às cartas rogatórias pedidas a Inglaterra.“O senhor primeiro-ministro e todos os cidadãos do país têm que ter confiança nas instituições”, disse, acrescentando: “temos um estatuto de Ministério Público mais independente da Europa e quiçá do mundo”.

Para onde se liga a dizer que Portugal tem um problema? - Helena Matos (Público)

Para onde se liga a dizer que Portugal tem um problema?
Helena Matos
O primeiro-ministro acha que magistrados, polícias e jornalistas conspiram para lhe inventar passados Não quero saber da mãe, do primo, do tio e de quem mais seja das relações do cidadão José Sócrates. Muito menos me interessa saber quais os canais de televisão de que gosta ou não gosta. O que não é suposto é que as entrevistas ao primeiro--ministro se tornem numa sessão de psicanálise em torno de um qualquer eu. Quero mesmo acreditar que não foi o primeiro-ministro de Portugal quem esteve na RTP a ser entrevistado mas sim uma outra pessoa que por acaso se chama José Sócrates e que, naquilo que na gíria se chama contar um caso de vida, ali foi dar conta de como pensa enfrentar os conflitos reais ou imaginários que outros mantêm com ele. Quando os homens da Apollo 13 perceberam que algo estava a correr mal naquela que parecia ser mais uma viagem à Lua, lançaram o célebre: "Okay, Houston, we've had a problem here". E Houston respondeu e naturalmente pediu-lhes que repetissem o que acabavam de dizer. Afinal as más notícias precisam muito mais do que as boas de serem repetidas para que consigamos acreditar naquilo que se acaba de ouvir. A minha grande dúvida ao ver as últimas intervenções de José Sócrates é: a quem avisamos nós que temos um problema?Portugal não tem propriamente Governo neste momento. Temos sim uma estrutura que vive do anúncio do futuro liderada por um primeiro-ministro que acha que magistrados, polícias e jornalistas no país e fora dele conspiram para lhe inventar passados. À semelhança da Apollo 13, Portugal está num não-lugar e num não-tempo em que à sexta--feira o povo vê e ouve sobre o passado do primeiro-ministro algo que já não sabe se o deve fazer rir ou chorar. Às quintas é a vez de o primeiro-ministro contrapor com cenários do futuro, venha esse futuro através de leis cada vez feitas mais à pressa ou pelo lançamento virtual de obras cuja factura funciona tipo cartão de crédito a pagar pelos nossos filhos e netos. José Sócrates tem de facto um problema com o tempo. Desde logo porque tropeça sistematicamente no seu passado. Depois porque, para seu e nosso azar, por causa desse passado vê cada vez mais comprometido o prestígio do cargo que presentemente ocupa. E por fim, mas não menos grave, quando José Sócrates anuncia medidas para o futuro percebe-se que não só não mudou desde esse passado como se constata que não aprendeu nada com o que designa como a sua "cruz" presente: tal como dantes mandava exames por fax e, enquanto ministro, aceitou participar em reuniões que o mais distraído presidente de junta de freguesia sabe que pode comprometer o mais honesto dos cidadãos, endossa agora para as gerações futuras as contas das medidas do seu Governo. Justa ou injustamente acossado pelo passado, o primeiro--ministro está irritado com o presente e pode comprometer o nosso futuro ao deixar-nos com obras onde o seu nome consta na pedra de lançamento e o nosso na lista dos endividadíssimos que, sem saber como, terão de pagar porque algures em 2009 foi preciso inventar futuros.
O nosso problema é empobrecer lícita e legalmente. Dá jeito açular a populaça com o rendimento ilícito, as grandes fortunas, os ordenados milionários dos gestores mas não é por causa disso que estamos cada vez mais pobres. Nesse campo colocam-se questões éticas. Mas no que respeita ao empobrecimento do país, a causa é outra. A causa é essa mediocridade na hora de gerir a coisa pública, essa cultura da desresponsabilização e um Estado incapaz de fazer reformas. Por exemplo: quanto nos custa o facto de o Estado português ter achado que ajudaria os pobres fixando rendas? Ou fixando valores e prazos insustentáveis para os licenciamentos a privados? Façam-se as contas a alguns números agora conhecidos em Lisboa e que dão conta de quanto custam as obras de recuperação e reabilitação feitas pela CML. A uma empresa municipal, a EPUL, foram entregues 50 edifícios para recuperação, na gestão de Santana Lopes. Saiu Santana, veio Carmona e por fim António Costa. Desses 50 edifícios, e ao fim de vários anos e três presidentes, a dita empresa recuperou apenas 5. Mas como nos 50 edifícios que seguiram para recuperação habitava gente, houve que proceder a realojamentos. Os mesmos custam mais de um milhão de euros por ano. Como ainda estão 45 edifícios para recuperar, presume-se que os realojamentos continuarão a correr por conta do contribuinte. Em simultâneo com esta empresa que trabalha a este ritmo temos na mesma cidade de Lisboa sociedades de reabilitação urbana das quais algumas, segundo afirmação da CML, nunca fizeram nada mas tiveram custos de funcionamento de 14 milhões de euros. Foram também afectados 27,6 milhões de euros para reabilitar outros 77 edifícios. Gastaram-se já 23,2 milhões mas só se reabilitaram 33. Logo, 44 estão à espera. E se chegarmos às obras coercivas as contas não são menos assombrosas: gastou-se 1,3 milhões de euros num simples edifício de cinco pisos e às despesas da obra ainda há que juntar os custos com o alojamentos dos habitantes. Tudo isto aconteceu em Lisboa mas casos semelhantes não faltam pelo país. Tudo isto é lícito, tudo isto é legal e é o nosso fado "A dra. Cátia está em reunião. A dra. Sandra hoje não pode atender. A dra. Marina só volta de tarde." Uma das consequências da passagem do tempo é que vamos percebendo que as crianças com que andámos ao colo são já doutoras. Outra consequência da passagem do tempo em Portugal é a feminização da função pública. Assim, legiões de doutoras com nomes que nos fazem velhos esperam por nós em cada serviço público. O que fazem todas essas jovens doutoras e demais funcionários masculinos - esses cada vez menos doutores - em vários serviços públicos é para mim um mistério. E o mistério adensou-se quando li uma reportagem de Ricardo Garcia no PÚBLICO que dava conta que o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) não enviara um técnico ao Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina para avaliar o que se passava naquele parque com uma praga vegetal. Dizia o PÚBLICO que tal se deve à falta de meios do ICNB. Digamos que a falta de meios tem as costas muito largas. Os serviços públicos estão cheios de funcionários e dificilmente se concebe que não se conseguisse encontrar um único funcionário capaz de ir até Aljezur. Provavelmente não encontraram nenhum porque devem estar todos entretidos a encomendar regulamentos para tornar impraticável a vida às populações dos parques naturais, nomeadamente aos residentes do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Este universo de doutoras e assessores sempre em reunião e sem disponibilidade para tratar das suas reais competências - por exemplo verificar se existe ou não uma praga numa zona protegida - é particularmente simbólica daquilo em que se transformaram muitos dos nossos serviços públicos.
Importa-se de repetir? Mário Mendes, secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, declarou na Assembleia da República que a PJ desconhece o local do crime em 85 por cento dos casos. Confesso que não percebo. Duvido mesmo que alguém perceba.

Céu Azul


Com este céu azul e este calorzinho gostoso, sinto "inveja" de quem pode passear na praia com a namorada, sim mesmo casado, a minha mulher continua a ser a minha namorada!!!
Desejos inconcretizaveís no momento presente, talvez lá para Setembro.

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Dia Mundial do Livro

Hoje é o dia mundial do livro, mais que uma obsessão é uma paixão!!!
É um prazer folhea-los, tocá-los, cheirá-los e melhor que tudo lê-los!
Enfim, VIVA O LIVRO!!!
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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Desemprego dispara para os 11 % em 2009...em Portugal

Lá está a politica do bota abaixo do FMI essa instituição internacional que foi tomada de assalto pela oposição portuguesa...
Sr. Pinto de Sousa, leia com atenção vamos chegar aos dois digítos no desemprego , mas está tudo bem, "eles" é que nos gostam de empurrar para baixo!!! Mais uma difamação "sai um processo contra o FMI, por favor! E depois traga-me a conta"...
Previsões da Primavera

Desemprego dispara para 11 por cento no próximo ano, diz o FMI
22.04.2009
Sérgio Aníbal

O Fundo Monetário Internacional está a antecipar uma escalada da taxa de desemprego em Portugal durante este ano e o próximo, com a barreira dos 10 por cento a ser ultrapassada.
Nas previsões de Primavera hoje publicadas, o Fundo diz que este indicador, em Portugal, passará de 7,8 por cento em 2008 para 9,6 por cento este ano, continuando a subir no próximo ano, momento em que poderá atingir os 11 por cento da população activa. A confirmarem-se estes números, seria batido o máximo da taxa de desemprego em Portugal das últimas três décadas.A subida do desemprego prevista acontece num cenário em que o FMI acredita que a economia portuguesa registará, em 2009 e 2010, dois anos de variação negativa do PIB. O recuo previsto é de 4,1 por cento este ano e de 0,5 por cento no próximo, em linha com a média europeia.A subida de desemprego está longe de ser um exclusivo português. Para o total da Zona Euro, o Fundo está a prever uma taxa de 10,1 por cento em 2009 e de 11,5 por cento em 2010.

Dia da Terra: A nossa vida tem de mudar...

Dia da Terra: A nossa vida tem de mudar
José Manuel Fernandes

Há 25 anos discutia-se em Portugal a construção de uma central nuclear. A aprovação do projecto esteve por um fio num épico Conselho de Ministros onde o então ministro da Qualidade de Vida, Francisco Sousa Tavares, levou a melhor sobre o ministro da Indústria, Veiga Simão. Dois titãs num executivo que ainda hoje é muito injustamente apreciado, o do Bloco Central.
O país discutiu na altura, com profundidade e grande repercussão na opinião pública, um Plano Energético que, numa época em que algumas das renováveis hoje operacionais eram apenas quimeras, já colocava o dedo na ferida: o país necessitava de apostar mais na conservação de energia, tinha de investir em energias mais limpas e, sobretudo, era preciso que a economia crescesse a um ritmo mais rápido do que o do consumo de energia.Passados todos estes anos – uma geração – alguns destes problemas continuam em cima da mesa. Introduzimos o gás natural na última década do século passado, mas cometendo alguns erros. Atrasámo-nos demasiado na promoção das energias renováveis – sobretudo na exploração da energia eólica – já que, depois da passagem de Nuno Ribeiro da Silva pelo pelouro da Energia, só voltámos a ter alguém com categoria nesse lugar no final da era de Guterres, com Oliveira Fernandes.Mas se hoje as renováveis são uma espécie de coqueluche do Governo, o único projecto sustentável e capaz de criar um cluster nacional é o eólico.O aproveitamento da energia solar tem conhecido demasiadas hesitações e é duvidoso que a opção por mega-instalações seja a mais adequada. Esteve-se muito tempo sem construir novas barragens e pouco se desenvolveu a área das minihídricas.Há bons projectos de co-geração mas pouco se avançou na micro-geração, para muitos técnicos uma das soluções com mais futuro.O muito que se andou não evitou, contudo, que o ritmo de crescimento do consumo de energia tenha sido, neste período, muito superior ao ritmo de crescimento da riqueza nacional. Ainda hoje o ritmo de crescimento do consumo de energia é superior ao ritmo de crescimento do PIB quando, há 25 anos, a maior parte dos nossos parceiros europeus já tinham conseguido inverter essa tendência.Isto que significa que continuamos a ser pouco eficientes na melhor utilização da energia, em boa parte porque o país depende em demasia do transporte automóvel, quer para as mercadorias, quer para as deslocações particulares, porque a qualidade de construção não melhorou, porque os hábitos de consumo dos portugueses levam-nos a consumir muito mais energia nos inúmeros aparelhos que hoje enchem as suas casas.Tempos de crise como os que hoje atravessamos devem-nos levar a repensar muitos dos hábitos fáceis que adquirimos.Não basta, por exemplo, trocar as lâmpadas normais por lâmpadas de baixo consumo: é necessário fazer como os nossos avós, que apagavam a luz quando saíam da sala. Não chega escolher um frigorífico mais eficaz ou uma televisão mais económica, é necessário aprender a utilizá-los de forma racional. E não se pode continuar a escolher um automóvel sem olhar para os níveis de emissão de CO2.Tudo isto e muito mais tem de ser feito porque nem que colocássemos torres eólicas em todas as cristas das nossas serras e forrássemos o Alentejo de painéis solares produziríamos a energia suficiente para as nossas necessidades. As renováveis são boas, mas não resolvem todos os problemas se mantivermos os nossos actuais hábitos de consumo. É bom não ter ilusões.

Mais do mesmo ...

Coitado do Sr. 1º Ministro, que está a ser alvo de uma campanha negra por parte da TVI, Correio da Manhã, Público, e do colunista do DN João Miguel Tavares, para além do FMI, da OCDE e outros organismos ao serviço da oposição.
É triste, mas é verdade o monólogo de JS foi mais do mesmo, isto é, eu sou inocente, querem assassinar-me politicamente, um discurso a fazer lembrar o do "célebre" padre Frederico com a frase: "Eu sou inocenti, mamãe!!!!". Há um ditado que diz que "cada povo tem o que merece" e nós ao que parece só merecemos ser governados por tipos como este fulano ou o Engº Guterres, ou o Santana, e o Zé Manel.
Está na hora de mudar, eu que cometi a asneira de votar nestes senhores, leia-se PS, já decidi que enquanto estiver na posse das minhas faculdades mentais não mais votarei em semelhante partido, por isso sempre que puder vou aqui colocar mentiras de campanha apresentadas por este senhor como aquela dos 150000 empregos.
Post-Scriptum - Repararam na postura da Drª Judite e do Dr. J. Alberto Carvalho.
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terça-feira, 21 de abril de 2009

É preciso consumir mais ...

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Lobos disfarçados de cordeiros...

Num mundo cada vez mais cão já são poucas as pessoas que podemos confiar incondicionalmente, eu tenho sorte que posso privar com algumas pessoas nas quais posso confiar de forma incondicional, mas também tenho o azar de me cruzar diariamente com um "verme" disfarçado de coitadinha, doentinha, boazinha, e essas "inhas" todas. No entanto, no recato do gabinete é provavelmente a pessoa mais dissimulada que existe, esta alma que tem 30 e tal anos tem uma mentalidade de alcoviteira, na cultura da coscovilhiçe, de saber da vida de um e de outro e novelizar. Está bom de ver que esta alma não tem namorado (nem sei se alguma vez teve ou terá), não tem amigos e não cultiva muito as amizades entre os seus familiares mais próximos, enfim, uma psicopata. A essa pessoa e às outras como ela exige-se que ARRANJEM UMA VIDA PARA VIVER e deixem os ditos "normais" viverem a sua em paz e longe das suas invejas.

Pensamento...

"A história é uma galeria de quadros onde há poucos originais e muitas cópias"

Charles Tocqueville

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Muitos Parabéns...


Eras assim quando vieste para casa, quase três semanas depois de teres nascido, sem avisares!
Eras tal qual ainda o és a luz dos nossos olhos, mas o nosso Amor por ti foi crescendo e hoje é diferente daquele que sentimos no dia em que te vimos pela 1ª vez e no qual só nos preocupava saber se sobreviverias. Ainda bem que ficaste connosco, sempre foste obstinada e logo no ínicio da tua vida conseguiste sobreviver à tempestade que, fruto da tua prematuridade, sobre ti se desabou.

Filha, continua assim tal qual és:
- FORTE
-DETERMINADA
-CARINHOSA
-INTELIGENTE
-SONHADORA

Afinal, a inspiração para o teu nome foi dada por uma grande rainha!!!!

Muitos parabéns e muitos e bons anos de vida!!!

Papá e Mamã
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sem eira nem beira - Xutos e Pontapés (letra)

Sem Eira Nem Beira
Xutos & Pontapés

Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um "passou bem"

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar, despedir
Ainda se ficam a rir

Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir encontrar mais força para lutar

Mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir

Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar, enganar
O povo que acreditou

Conseguir encontrar mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a f***r

Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a...

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Dê-me um pouco de atenção

Sem eira nem beira - Xutos e Pontapés

Subscrevo a letra na integra.

Férias da Páscoa


Passei (amos) parte das férias da Páscoa neste local maravilhoso, e ainda quase virgem, que é Quiaios (perto da Figueira da Foz). Foram mini-férias maravilhosas junto daqueles (as) que mais amo e foram relaxantes!!! É dificil de acreditar, não é? Especialmente quando se tem três filhas pequenas.

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quinta-feira, 16 de abril de 2009

O regresso à escrita....e Bolas de Cristal!!!!

Com efeito, tenho de vos pedir desculpa pelo facto de não ter desejado uma Boa Páscoa, mas a última semana de trabalho foi "alucinante" e descuidei-me na actualização do blog. Desculpas pedidas (e espero que aceites) comprometo-me a ser mais assíduo na escrita e actualização do blog.
Quando regressei de férias que foram bem retemperadoras junto das minhas mais que tudo (mulher e filhas) fui à internet para uma actualização dos sites que mais consulto (blogs incluidos) e constatei que um dos blogs de que era leitor assíduo e atento já não permite a entrada (só por convite que não tenho), falo claro está do "Bolas de Cristal" não sei que razões levaram a autora do mesmo a privatizá-lo, mas devo dizer que para mantermos um blog "aberto" por vezes é preciso ter algum estomago e "costas largas", espero que mantenha o seu blog actualizado e que continue a dar o prazer aos seus (uas) leitores (as) dos relatos da sua vida quotidiana (que eram deliciosos!).
Por outro lado, tive o grato prazer de constatar que a consulta ao meu perfil aumentou esponencialmente o que para mim é reconfortante saber que tenho algum feed back do outro lado do computador.
Bom regresso ao trabalho para quem fez férias e fiquem bem ...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Porreiro,pá !!!

Nunca se deve dar poder a um tipo porreiro
Helena Matos - 20090402

O porreirismo de Sócrates, pela natureza do cargo que ocupa, criou um problema moral ao país.No início, ninguém dá nada por eles. Mas, pouco a pouco, vão conseguindo afirmar o seu espaço. Não se lhes conhece nada de significativo, mas começa a dizer-se deles que são porreiros. Geralmente estes tipos porreiros interessam-se por assuntos também eles porreiros e que dão notícias porreiras. Note-se que, na política, os tipos porreiros muito frequentemente não têm qualquer opinião sobre as matérias em causa mas porreiramente percebem o que está a dar e por aí vão com vista à consolidação da sua imagem como os mais porreiros entre os porreiros. Ser considerado porreiro é uma espécie de plebiscito de popularidade. Por isso não há coisa mais perigosa que um tipo porreiro com poder. E Portugal tem o azar de ter neste momento como primeiro-ministro um tipo porreiro. Ou seja, alguém que não vê diferença institucional entre si mesmo e o cargo que ocupa. Alguém que não percebe que a defesa da sua honra não pode ser feita à custa do desprestígio das instituições do Estado e do próprio partido que lidera. O PS é neste momento um partido cujas melhores cabeças tentam explicar ao povo português por palavras politicamente correctas e polidas o que Avelino Ferreira Torres assume com boçalidade: quem não é condenado está inocente e quem acusa conspira. Nesta forma de estar não há diferença entre responsabilidade política e responsabilidade criminal. Logo, se os processos forem arquivados, o assunto é dado por encerrado. Isto é o porreirismo em todo o seu esplendor. Acontece, porém, que o porreirismo de Sócrates, pela natureza do cargo que ocupa, criou um problema moral ao país. Fomos porreiros e fizemos de conta que a sua licenciatura era tipo porreira, exames por fax, notas ao domingo. Enfim tudo "profes" porreiros. A seguir, fomos ainda mais porreiros e rimos por existir gente com tão mau gosto para querer umas casas daquelas como se o que estivesse em causa fosse o padrão dos azulejos e não o funcionamento daquele esquema de licenciamento. E depois fomos porreiríssimos quando pensámos que só um gajo nada porreiro é que estranha as movimentações profissionais de todos aqueles gajos porreiros que trataram do licenciamento do aterro sanitário da Cova da Beira e do Freeport. E como ficámos com cara de genuínos porreiros quando percebemos que o procurador Lopes da Mota representava Portugal no Eurojust, uma agência europeia de cooperação judicial? É preciso um procurador ter uma sorte porreira para acabar em tal instância após ter sido investigado pela PGR por ter fornecido informações a Fátima Felgueiras. Pouco a pouco, o porreirismo tornou-se a nossa ideologia. Só quem não é porreiro é que não vê que os tempos agora são assim: o primeiro-ministro faz pantomina a vender computadores numa cimeira ibero-americana? Porreiro. Teve graça não teve? Vendeu ou não vendeu? Mais graça do que isso e mais porreiro ainda foi o processo de escolha da empresa que faz o computador Magalhães. É tão porreiro que ninguém o percebeu mas a vantagem do porreirismo é que é um estado de espírito: és cá dos nossos, logo, és porreiro.E foi assim que, de porreirismo em porreirismo, caímos neste atoleiro cheio de gajos porreiros. O primeiro-ministro faz comunicações ao país para dizer que é vítima de uma campanha negra não se percebe se organizada pelo ministério público, pela polícia inglesa e pela comunicação social cujos directores e patrões não são porreiros. Os investigadores do ministério público dizem-se pressionados. O procurador-geral da República, as procuradoras Cândida Almeida e Maria José Morgado falam com displicência como se só por falta de discernimento alguém pudesse pensar que a investigação não está no melhor dos mundos...Toda esta gente é paga com o nosso dinheiro. Não lhes pedimos que façam muito. Nem sequer lhes pedimos que façam bem. Mas acho que temos o direito de lhes exigir que se portem com o mínimo de dignidade. Um titular de cargos políticos ou públicos pode ter cometido actos menos transparentes. Pode ser incompetente. Pode até ser ignorante e parcial. De tudo isto já tivemos. Aquilo para que não estávamos preparados era para esta espécie de falta de escala. Como se esta gente não conseguisse perceber que o país é muito mais importante que o seu egozinho. Infelizmente para nós, os gajos porreiros nunca despegam. Jornalista
I) A morte pode ter a capacidade de mostrar os absurdos da vida. Assim aconteceu com a morte de Sara Tavares. Em primeiro lugar porque essa morte tornou óbvio aquilo que aqueles que defenderam o novo código negavam que pudesse vir a acontecer: um homicida voluntário que, como sucedeu neste caso, esfaqueia alguém não fica necessariamente em prisão preventiva. Mas se o facto de o assassino se passear tranquilamente pelas ruas pode causar indignação ou pelo menos polémica, mais difícil ainda é entender que o dinheiro com que paga a bica provenha do subsídio de funeral da mulher que matou. Acontece que o Estado português não atribui o subsídio de funeral a quem apresenta os recibos das despesas efectuadas nessa cerimónia - no caso, o pai da vítima -, mas sim àqueles que considera herdeiros. E o marido de Sara, a par da filha, é seu herdeiro. Aliás, ele, que a matou, até pode vir a receber do mesmo Estado português uma pensão por ser viúvo, pensão essa que, por ironia, se designa pensão de sobrevivência. As circunstâncias da morte de Sara Tavares tornam obscenas algumas das disposições que regulam a atribuição destes apoios. Mas mesmo que este homem não tivesse assassinado a mulher, mesmo que ele tivesse sido o melhor dos maridos e um padrasto responsável - recordo que ele esfaqueou a jovem diante da filha desta, uma criança de 10 anos -, cabe perguntar se a atribuição generalizada destes apoios faz sentido nos dias de hoje. O que leva, por exemplo, a que se atribuam pensões de sobrevivência a adultos saudáveis no ano de 2009? Ao contrário do que acontecia no passado, em que as mulheres estavam confinadas às tarefas domésticas ou trabalhavam em actividades familiares em que não apareciam como activas, a viuvez não significa necessariamente desprotecção nas novas gerações. Todo este universo de subsídios, complementos e apoios para o cônjuge viúvo foi concebido para um outro tempo, outras formas de viver e outras necessidades. No presente, todo este esquema de protecção aos viúvos, além de indignação como no caso excepcional do marido de Sara Tavares, gera um bizarro fenómeno no que respeita ao casamento em si mesmo: gente que se podia ter casado e não o fez, uma vez viúva, apressa-se a tratar de todos os papéis que lhe permitem usufruir de todos os apoios destinados aos casados. Como se todas as reservas e indiferença que manifestaram perante o casamento e o seu lado burocrático cessassem miraculosamente no momento de fazer contas à reforma. Já aqueles que se casaram com papéis, bolo e grinalda e que um dia se viram viúvos rejeitam em absoluto celebrar oficialmente um novo casamento para não perderem as pensões e reformas a que têm direito por serem viúvos.
II) Não percebo o escândalo com o incumprimento por parte de João Pedroso da encomenda que lhe fora feita pelo Ministério da Educação. João Pedroso prestou um belo serviço ao país e poupou muito papel não fazendo o trabalho de levantamento da legislação daquele ministério pelo qual o ministério lhe pagou adiantadamente 290 mil euros. Esse trabalho já estava feito. Não só os Diários da República estão digitalizados como o ministério possui índices da legislação. Para o país não vem prejuízo algum por João Pedroso ser como diz a senhora ministra um incumpridor nato e uma surpresa lamentável. O problema mesmo é a senhora ministra ser, ela sim, uma incumpridora nata na hora de dar explicações sobre as suas políticas e uma supresa lamentável para todos aqueles que nela depositaram algumas esperanças. Comecemos por uma coisa simples: consegue a senhora ministra explicar por que encomendou e pagou a João Pedroso um trabalho que não fazia falta alguma?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A putrefacção - Santana Castilho

A putrefacção
Santana Castilho - 20090401

Do outro lado, está uma gente que despreza os tribunais e que só conhece uma lei: a sua vontade autocrática. O parecer de Garcia Pereira sobre o diploma que instituiu o novo figurino de gestão das escolas veio parcialmente a público. O pouco que li é suficiente para adivinhar que, no fim, a iniciativa legislativa em apreço resultará arrasada, com inteligente e objectiva fundamentação jurídica. Só que, como manifestei relativamente ao anterior, trata-se de uma iniciativa meritória, mas condenada a não dar resultados. Porque do outro lado está uma gente que despreza os tribunais e nunca é condenada por litigar de má fé; que só conhece uma lei: a sua vontade autocrática. Que o digam, a este propósito, as centenas de conselhos executivos que, com desprezo olímpico pelo que a lei consigna (artigo 63º, número 2, do DL 75/2008) vão ser corridos sem os mandatos terminados, para que os régulos da 5 de Outubro concluam, antes das eleições, o serviço encomendado. Que o diga o persistente professor da Régua, que viu a razão reconhecida em todas as instâncias judiciárias sem que a ministra as acatasse, como é prática assumida pelos pequenos ditadores em tirocínio. Porque, pese embora um enorme respeito pelos resistentes, sinto que os professores começaram a desistir, cansados e enganados. Como, aliás, se verifica no país, onde as pessoas simplesmente aceitam as coisas, limitando a existência à sobrevivência a um sistema político em decadência acelerada. Há quem fale mesmo em putrefacção.Silva Lopes, um senhor muito ouvido e respeitado, defendeu recentemente, com autoridade e bonomia, o congelamento dos salários dos portugueses que, recorda o boletim estatístico de Janeiro passado do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, se cifrava, em termos médios, em 891,40 euros mensais. Socorro-me de um estudo realizado pelo economista Eugénio Rosa para trazer à colação que aquele senhor: auferia mensalmente 102.562,30 euros quando, em Maio transacto, deixou a presidência do Montepio; por 4 anos de actividade naquela instituição, vai receber cerca de 4.000 euros de reforma mensal, que somará a outra da Caixa Geral de Depósitos e, ainda, a uma terceira, do Banco de Portugal; embora invocando a necessidade de descansar para sair do Montepio aos 74 anos de idade, aceitou, de seguida, o cargo de administrador da EDP Renováveis, provavelmente em coerência com a sua visão socialista da economia e do mercado de trabalho. Obviamente que o pecúlio de Silva Lopes é legalmente imaculado e não me incomoda a sua abundância. Mas, do alto do seu luxo, não lhe sobra moral para vir a público referir-se à miséria dos outros. Isto, que numa sociedade civilmente vigorosa teria merecido vivo questionamento, foi, outrossim, tranquilamente retomado para outros excelsos intérpretes do politicamente correcto anunciarem que o garrote continuará a torturar o indígena.
O DVD em posse das autoridades inglesas que investigam o caso Freeport veio a público e provocou duas relevantes reacções: o visado, primeiro-ministro de Portugal, pondera actuar judicialmente contra a comunicação social que divulgou matéria protegida pelo segredo de justiça; a procuradora que investiga a matéria diz que não viu nem ouviu, nem quer ver nem ouvir. A senhora procuradora terá toda a razão formal, mas o povo não entende esta justiça que, em nome da forma, não vai à procura do espírito. E é mau, drasticamente mau, para a democracia, quando o povo não entende a justiça e por isso desiste de clamar por ela. Como é mau que o povo não reaja a um poder que persegue a imprensa. A história mostra que os totalitarismos que ensombraram o mundo começaram por desprezar os tribunais, como faz a ministra da Educação, e dominar a imprensa, como parece querer fazer o primeiro-ministro.Ou o meu mundo é outro ou o que o novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público disse poderá configurar uma ameaça grave ao normal funcionamento das instituições, protegido constitucionalmente como coisa fundamental da vivência democrática. O magistrado João Palma afirmou haver pressões sobre os colegas que tutelam o caso Freeport. Instado a clarificar a matéria, o magistrado João Palma considerou ser demasiado grave fazê-lo e falou de "situações explosivas". O magistrado João Palma não é um cidadão qualquer e o que disse só pode inquietar profundamente qualquer cidadão. Apesar disso, em vez de consequências na hora, até à hora em que escrevo estas linhas, só notei a chegada da Primavera. Professor do ensino superior.
s.castilho@netcabo.pt