quarta-feira, 27 de maio de 2009

Carta aberta ao primeiro-ministro (Santana Castilho)

Subscrevo a carta hoje publicada por Santana Castilho no Público

Carta aberta ao primeiro-ministro
Santana Castilho

A maior taxa de desemprego de sempre, uma dívida externa como nunca se viu e um défice nunca antes atingidoSenhor primeiro-ministro:Como sabe, uma carta aberta é uma figura retórica. Usamo-la para dizer publicamente coisas que reputamos de interesse geral e para as quais queremos mobilizar os outros. É este o meu fito. Claro. Dispensando mantos negros de campanhas da mesma cor. A assinatura vai no fim. Responsabiliza e o senhor sabe quem se lhe dirige.Quer acredite, quer não, começo por lhe confessar que tenho, repetidas vezes, verdadeira compaixão de si e da vida que construiu ao longo dos últimos anos. Não se pode sentir bem, mesmo que se julgue um salvador. Porque, objectivamente, o país que resulta da sua governação está pior do que o país que tomou e porque são muitos os que o têm por carrasco das suas existências. É, por exemplo, o caso do grupo profissional a que pertenço, os professores. A ministra e os secretários de Estado que o senhor descobriu infernizaram um sistema de ensino que já não precisava de ajuda para ser medíocre. Mas foram longe no cumprimento da missão que lhes determinou. Tornaram-no um caos. A responsabilidade, primeira e última, de tudo quanto aqui disse à sua dilecta ajudante, no meu último artigo, é sua. Sua, senhor primeiro-ministro! O senhor tem vindo perseverantemente a destruir a credibilidade da escola pública, a hipotecar o futuro da juventude e, com ela, do país. Se aplicar a si próprio a ligeireza taylorista da avaliação do desempenho que impôs aos outros, estritamente assente em resultados, só pode concluir que falhou e não merece a renovação do contrato. Três exemplos, entre tantos: o senhor conseguiu a maior taxa de desemprego de sempre e uma dívida externa como nunca se viu na nossa história; sufocou-nos com a obsessão dos 3 por cento para, afinal, terminar a legislatura com um défice nunca antes atingido. O senhor, no partido e fora dele, rodeou-se de iluminados fanáticos que lhe têm feito crer que as suas posições - melhor dizendo, imposições - são as únicas razoáveis, ainda que diametralmente opostas às da maioria a quem se destinam. E não me venha com o discurso da legitimidade que conquistou nas urnas. Começou a perdê-la no dia seguinte, quando deixou de cumprir o que prometeu aos que em si votaram. Umas vezes de modo sub-reptício, outras de forma desavergonhada, fui assistindo à coacção social para aceitar ideias denominadas de progressistas, que não são mais que retrocessos civilizacionais. Falo da escola a tempo inteiro. Falo daquilo a que chamou escola inclusiva. Falo do desmembramento do Sistema Nacional de Saúde. Falo do desastre da Justiça e da produção legislativa pré-ordenada para fins diferentes dos do interesse colectivo. Falo do incentivo à bufaria e da continuada tentativa de domar a imprensa livre. Falo do TGV, do fim dos concursos públicos e dos ajustes directos, das derrapagens escandalosas de preços e dos favorecimentos mais que duvidosos. Falo do esbatimento desapropriado e inaceitável das fronteiras entre o Estado e o PS.Os funcionários públicos, em geral, e os professores, em particular, foram apresentados à população como os responsáveis pelos males do país. O senhor pulverizou carreiras em nome de uma modernização que ninguém vê. Tornou tudo precário. Deitou borda fora gente experiente e competente para acabar contratando em outsorcing depois. O último ajuste directo foi feito com Freitas do Amaral, por 72.000 euros, para rever a lei das fundações. Naturalmente que não está em causa a competência do professor. Em causa está o princípio. Em causa está a memória, que ainda não se apagou, de outro contrato para colectar, por mais do triplo daquele valor, imagine-se, uma legislação que qualquer secretaria-geral dominava e utilizava no dia-a-dia. Entrámos em campanha eleitoral. Três eleições seguidas, arrastadas, com os mesmos que nos trouxeram à encruzilhada a dizerem que têm as soluções para o país, sem que ninguém peça desculpa por ter sido protagonista dos mesmíssimos erros que aponta aos adversários. Entre eles, o senhor sobressai pela falta de credibilidade. Pelo que acabo de referir, a título paradigmático, mais pela falta de cabal e atempado esclarecimento de tanta trapalhada em que tem sido envolvido. Queria que a rectidão do seu carácter não fosse com frequência objecto de dúvida. Gostaria que os olhos nos olhos da argumentação política substituísse o absurdo e a mentira manipuladora do receituário definitivo. Mas como quer, por exemplo, que o cidadão comum tome a sério o combate apressado ao enriquecimento ilícito, simulado na mesma casa que se abriu, sem pudor político nem vergonha cívica, quase por unanimidade, ao deboche do financiamento partidário? Ou que seja generoso quando o vê, lá fora, ridiculamente exposto a falar em castelhano que não domina, ou a promover computadores manhosos numa cimeira internacional? Reconhecem-lhe dons oratórios. Discordo. O senhor é tão-só um pugilista da frase previamente fabricada (para o observador atento são significativos os seus erros discursivos: diz perdão, faz rewind e carrega no forward para prosseguir sem pestanejar). O seu vício para reduzir a argumentação ao pugilato verbal é irrecuperável, mesmo que a tarefa seja entregue à equipa de Obama que, dizem, vai contratar. Tenho para mim que o que mais o aproxima desse político é o tom da pele. Imagine como vejo grande a distância que vos separa e difícil a tarefa daqueles técnicos de comunicação. Sejam quais forem os resultados, o senhor já perdeu. Porque resignou um povo a viver explorado, sem esperança e sem alegria. Professor do ensino superior

quinta-feira, 21 de maio de 2009

A quem confiamos nós os nossos filhos?

Tenho três filhas, duas delas já se encontram a frequentar a escola, a mais nova ainda não. Todos os dias vou pôr as minhas filhas mais "velhas" à escola e nunca me assolou qualquer tipo de medo ou receio de as deixar na escola. Porquê? Porque confio nas suas educadoras e porque nunca e em momento algo as minhas filhas se queixaram das mesmas, antes pelo contrário. Confesso que muitas vezes saí das respectivas escolas com o coração apertado pelas mais variadas razões, ou porque estavam doentes ou porque queriam ficar connosco, mas nunca temi pelo seu bem-estar.No caso de Espinho, em que uma professora de História de 42 anos, mãe de dois filhos (11 e 6 anos respectivamente) dá o triste espectáculo a que todo o pais assistiu só tem um caminho pedir a demissão ou ser demitida, mesmo sabendo que as escutas não são admitidas como prova temos a prova testemunhal e essa são todos os alunos daquela turma do 7º ano. Ainda agora me interrogo o que é que os Romanos tem a ver com a virgindade ou não das alunas daquela turma, ou com as cuecas molhadas dos alunos, enfim um rol de obscenidades que revelam a pobreza de espirito desta "professora". Eu não confiava os meus filhos a esta senhora doutora (como ela, sem humildade, se intitula) e tenho muitas dúvidas se manteria a guarda dos filhos dela aos cuidados da mesma.
Nota de interesses: O meu irmão e a minha cunhada são professores, e conheço muitos professores que me fazem acreditar que 99,9% da classe docente em Portugal é decente.

Eu gravo-te, tu gravas-me, ele grava-o...Helena Matos - Público

Eu gravo-te, tu gravas-me, ele grava-o...
21.05.2009, Helena Matos - Público

De cada vez pensamos que já vimos tudo o que tínhamos para ver. Umas semanas depois descobre-se algo de muito pior
...E assim sucessivamente nos andamos a gravar uns aos outros.- Se quiseres eu mostro-te as provas.- Ai tem? E quer que lhe faça também um desenho?Estas são algumas das frases trocadas entre a professora da escola de Espinho e uma das alunas que se ouve na gravação. Nada disto tem o mínimo de razoabilidade ou é sequer moralmente aceitável. Mas, se virmos bem, é assim que o país está, entre o demente e o acanalhado, com uns a dizerem "Se quiseres eu mostro-te as provas" e os visados a responderem "Ai tem? E quer que lhe faça também um desenho?"Já tínhamos tido as imagens captadas por um telemóvel que mostravam uma professora a ser agredida dentro da sala de aula. Já tivemos também as gravações de gangs a dispararem e agredirem quem lhes apeteceu. E, claro, temos o folhetim das gravações do senhor Smith. De cada vez que uma destas gravações é revelada supõe-se que já se viu tudo o que se tinha para ver. Umas semanas depois descobre-se que temos para visionar algo de muito pior e assim vamos embalados em play nesta estranha forma de vida em que uns gravam, outros são gravados e o povo visiona.Honestamente temos de admitir que as gravações clandestinas são o que de mais relevante a nossa memória guarda dos últimos anos em Portugal. Já não nos lembramos dos factos em si mesmos, mas não esquecemos o momento em que aquelas imagens, captadas às escondidas, passaram pela primeira vez diante dos nossos olhos. Tal como os voyeurs que só obtêm prazer observando o sexo dos outros, também os portugueses se satisfazem vendo imagens captadas clandestinamente e que na verdade não revelam nada que já não saibamos. Que existem professores que não têm condições para o ser é um dado incontornável. Que a indisciplina se instalou nas escolas é um facto. Que os gangs impõem as suas regras nuns bairros por ironia chamados sociais é óbvio. E quanto aos mecanismos para obter licenciamentos explicados ao vivo pelo senhor Smith também sabemos que pouco têm de original. Muito mais sofisticado e danoso para o país do que o Freeport foi o processo da Cova da Beira e dúvidas muito mais sérias se colocam nesse caso em relação ao procedimento de José Sócrates. Mas como não existem gravações clandestinas na Cova da Beira mas sim factos, o assunto não suscita interesse ao visionador a que está reduzido cada português. Digamos que não se perde grande coisa com o facto de não existirem gravações secretas do caso Cova da Beira. Ou seja, apenas se perde espectáculo, pois tal como os voyeurs não têm actividade sexual propriamente dita, satisfazendo-se em espreitar os outros, também os cidadãos-visionadores se esgotam na reacção de indignação aquando do visionamento. Em seguida, já satisfeitos, caem numa abulia da qual só serão brevemente despertos por uma gravação ainda mais alarve.O que é grave nestas gravações não é portanto o que elas mostram acerca dos desgraçados que nelas surgem, mas sim o que elas mostram sobre nós. Sobre a nossa demissão em relação ao país. Por exemplo, o que é que já fizemos para flexibilizar a escolha das escolas pelas famílias? Recordo que as escolas têm tido de manter em funções professores não apenas perturbados como a senhora da gravação da escola de Espinho, mas também gente acusada de crimes graves, como a pedofilia, ou até condenada por eles. Se, no ensino público, os pais pudessem mudar os seus filhos de escola ou de turma, os professores problemáticos não desapareciam mas certamente que não se arrastariam anos e anos pelas escolas até que resolvessem concorrer para outro lado. O estranhíssimo universo revelado pelas gravações efectuadas nas salas de aula é o resultado inevitável daquilo que não temos tido coragem nem paciência para mudar na educação.Em 2009, o país vive sob a perversão do voyeur, aquele que trocou o fazer pelo ver: o povo tornou--se não na razão de ser do regime mas sim no seu visionador. Não por acaso vemos os movimentos radicais interrogando-se todos os dias sobre o momento em que também em Portugal se verão essas imagens de pneus a arder, gente de cara tapada apedrejando sedes de empresas e gestores sequestrados. Isso não resolve nada e contribui para uma mais acelerada deslocalização das empresas. Obviamente quem anseia por esses acontecimentos sabe-o muitíssimo bem. Mas sabe também que essas imagens refrescariam o imaginário do cidadão--visionador. Infelizmente não é apenas a insolente gaiata da gravação que anda para aí a perguntar : "E quer que lhe faça também um desenho, s'tora?" Tanto quanto sei, estão dez milhões à espera para ver. (helenafmatos@hotmail.com)
A polémica. "Para travar a polémica e procurar um consenso, o deputado Pedro Nuno Santos, secretário-geral da Juventude Socialista (JS), explica que a maioria socialista quer envolver as unidades de saúde nessa distribuição de contraceptivos" - elucidava a TSF num daqueles dias em que a voz de quem lê os noticiários tremelica na antecipação de mais uma questão fracturante que divida o país em progressistas inteligentes e reaccionários estúpidos. Cabe perguntar a que polémica se refere o secretário-geral da Juventude Socialista. Na verdade não existe polémica alguma, nem pode existir. Há décadas que as unidades de saúde distribuem gratuitamente em Portugal contraceptivos aos jovens. Convém que se recorde que nas cidades de Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Figueira da Foz, Évora, Faro, Leiria, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Viseu, Vila Real, Caldas da Rainha e Pombal existem gabinetes específicos para esta questão. Regra geral são designados como Gabinetes de Apoio à Saúde e Sexualidade Juvenil e, segundo informação oficial disponível a qualquer um de nós, deputado ou não, 29 enfermeiros, 27 médicos, 26 psicólogos, cinco nutricionistas, dois assistentes sociais, um dietista e um psiquiatra atendem nos mais variados horários os jovens que aí os procuram. Se destes gabinetes citadinos passarmos para as unidades de saúde que cobrem todo o país, perceberemos que já há muitos anos foram criadas consultas de planeamento familiar às quais os jovens podem ter acesso independentemente do centro de saúde em causa estar ou não na sua área de residência (infelizmente, o mesmo princípio não se adapta aos adultos!) Esta possibilidade é muitíssimo importante sobretudo nos meios mais pequenos onde é mais difícil assegurar a privacidade dos utentes. Está estabelecido até que não é necessário fazer marcação prévia para ir a uma dessas consultas. E também em Portugal, devidamente apoiados pelo Ministério da Saúde, existem escolas onde funcionam gabinetes de promoção da saúde - cuja experiência e número deveriam ser muito mais alargados -, onde os alunos não só recebem contraceptivos como informação dada por técnicos qualificados sobre planeamento familiar, doenças sexualmente transmissíveis, alimentação, alcoolismo, etc.Donde não conseguir perceber o que pretende o deputado Pedro Nuno Santos, secretário-geral da Juventude Socialista, quando afirma que a maioria socialista quer envolver as unidades de saúde nessa distribuição de contraceptivos. Isso e muito mais e melhor já é feito há muito tempo, e o resto é conversa. Ou procura dela.
A ética republicana. A ética republicana é como o Espírito Santo: não se consegue explicar exactamente o que é, nunca se avista, mas acredita-se que opera milagres. Lembrei-me muito da ética republicana ao ver as imagens da demissão de Michael Martin, o speaker da Câmara dos Comuns. Tal como nos anos 70 era difícil explicar, em Portugal, as razões da demissão de Nixon, pois usar as polícias para espiar as campanhas dos partidos da oposição era então um direito adquirido do Governo, também hoje surge como bizarro que este homem se tenha demitido não porque ele mas sim alguns deputados tenham utilizado dinheiros públicos, ainda por cima em quantias irrisórias, em benefício próprio ou mais propriamente em benefício dos seus jardins e casas. Isto é o que acontece nos países onde a ética é simplesmente ética e não uma basófia do regime.a A tralha. A propósito ainda do pedido de demissão de Michael Martin, é interessante ver como o Parlamento inglês apresenta uma pobreza tecnológica e até uma falta de conforto constrangedores quando comparados, por exemplo, com o Parlamento português. Nenhum daqueles parlamentares britânicos exibe computadores durante as sessões, até porque,à excepção dos joelhos, não teria onde colocá-lo. Mas questionam e discutem como compete a quem tem História e presta contas ao povo. Por cá exibem computadores, sempre ligados para dar um ar de ocupação, como os funcionários das repartições.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Reembolsos de IRS e IVA na hora já a partir de 2010 - Só acredito quando estiver na minha conta

Reembolsos de IRS e IVA na hora já a partir de 2010

O fisco vai reembolsar de forma instantânea o IRS a pequenos contribuintes. No próximo ano será a vez de acertos na hora no IVA de PME.
Os reembolsos de impostos sobre salários e outros rendimentos, o IRS, de centenas de milhares de "contribuintes de baixo risco" serão devolvidos de forma instantânea, já este ano e com mais intensidade em 2010, logo depois de os contribuintes submeterem as declarações do imposto, de acordo com o plano de actividades para 2009 da DGITA, a direcção do Fisco responsável pela informática.
Este ano, o Governo já antecipou em alguns meses os reembolsos do imposto sobre o trabalho (ver caixa), mas agora o objectivo é "implementar um sistema de liquidação e de emissão de reembolsos online", descreve o plano da Direcção Geral de Informática Tributária. A nova aplicação do Fisco destina-se a contribuintes com "reembolsos de pequeno valor" e sem historial de execuções fiscais. "O cadastro fiscal dos contribuintes terá de estar limpo", afirma um alto quadro do Fisco ao DN, adiantando que a administração fiscal ainda não definiu quais os escalões de rendimentos que poderão beneficiar do reembolso quase imediato do imposto. O sistema de pré-preenchimento das declarações será alargado, o que "permitirá a expansão do actual preenchimento automático", diz o plano da DGITA.
Também no IRS está previsto que entre em funcionamento o "envio automático de alertas" aos contribuintes, "com guias de retenção do imposto na fonte, submetidas e não pagas". Uma aplicação informática que impedirá o pagamento de reembolsos aos contribuintes cujas retenções nas fontes não sejam enviadas para os cofres fiscais.
Em fase de arranque - ainda não calendarizado pela máquina fiscal - estará, igualmente, um sistema semelhante de pagamento de reembolsos online para os contri- buintes em IVA - imposto que recai sobre as transacções de bens e serviços. Também aqui serão privilegiadas as pequenas e médias empresas - o objectivo é agilizar a gestão de tesouraria - dos sectores de actividade com menos incidentes fiscais, sendo excluídos os contribuintes com historial negativo no cadastro fiscal, tal como sucederá no IRS. Os reembolsos on-line do IVA só deverão abranger pequenos montantes, ainda não definidos.
A luta contra a fraude carrossel no IVA vai levar o Fisco a desenvolver "modelos de propensão à fraude" no imposto e segmentar os contribuintes de acordo com níveis de risco. Isto passa pela "análise das características dos contribuintes e respectivas declarações e pagamentos" para identificar casos de "fraude carrossel ou facturação falsa".
Em paralelo, o fisco vai reforçar a componente de captação de informação fiscal na UE27. "Visa o controlo do comércio intracomunitário, utilizando uma rede europeia de comunicações", o que permitirá a "troca de informações de aquisições e transmissões intracomunitárias", refere o documento do Fisco.
RUDOLFO REBÊLO

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Crónica do reino designado Onde o Que Não Pode Ser Já É - Helena Matos (Público)


Crónica do reino designado Onde o Que Não Pode Ser Já É

Os portugueses em 1509 chegaram a Sumatra. 500 anos depois, aportámos ao Reino Onde o Que Não Pode Ser Já É

Saiba Vossa Majestade que a terra é formosa mas habitada por uma gente muito bizarra. Para eles, nada é como parece ser. A palavra alegado, que repetem a todo o momento, tem para este povo as funções que, noutros reinos, cumpre o Deus me perdoe. Assim, se um homem é roubado, dizem que se trata da alegada vítima de um alegado roubo que eles preferem chamar explosão de insatisfação social. Os criminosos são alegados suspeitos, alegados investigados ou uma mui misteriosa cousa que dá pelo nome de arguido. E de alegado em alegado se enredam até que as vítimas passam a alegados culpados, os alegados culpados parecem tornar-se alegadas vítimas e assim sucessivamente prosseguem até nada se perceber e o povo ficar completamente confundido como se tivesse caído numa nova Babilónia. Se Deus Nosso Senhor fizer a bendita mercê de me levar de novo à Vossa presença, desta particular matéria dos alegados Vos darei conta narrando o espantoso caso aqui sucedido numa casa a que sem grande fundamento chamam Pia. Mas por ora e até porque a tal Casa Pia é cousa que assim escrita não se acredita, continuarei a dar-Vos novas do país e suas gentes tal como me incumbistes. Do muito que neste reino tenho perguntado posso afirmar que o seu viver nunca foi de muito acerto pois há séculos que se obstinam em acreditar que doutras partes do mundo lhes virão as riquezas que aqui não produzem mas gastam. Daí dividirem os tempos passados em arcas. Tiveram as arcas da Índia, do Brasil e da Europa. Tudo isso acabou. O pior é que ao pouco tino desta gente se soma agora uma espécie de desmoralização, pois, tal como os moços que vão servir em casa de ladrões e acabam eles mesmos na quadrilha, esta gentinha enfiou-se por um caminho onde todos os dias aceita como bem aquilo que na véspera amaldiçoava. Dos cartórios desaparecem documentos de escrituras e ninguém diz nada. Os mestres passam diplomas ao Domingo, dia de Nosso Senhor, e o mais que acontece é ouvirem-se anedotas até porque se poucos acreditam na palavra dos alunos menos ainda são os que acreditam na seriedade dos professores. E até nomes como Cova da Beira, Vale da Rosa ou Estuário do Tejo, apesar da vocação milagreira do país, não indicam quaisquer rotas de aparições divinas mas sim a aparição de humanas obras que ninguém consegue entender como podem ter sido autorizadas daquela maneira. O povo ora vive para enganar ora para sustentar o seu Estado que cada ano gasta mais do que no anterior. Engana-se Vossa Majestade se pensar que quem engana o Estado são os de pior condição. Neste reino, quem mais e melhor engana o Estado é quem o governa, mas aqui não se deve falar de enganos porque nesta terra ter poder é sinónimo de fazer leis cuja interpretação é sempre dúbia.Assim aqueles a que aqui chamam deputados mas não passam de peões bem mandados, ao mesmo tempo que aprovaram leis para vasculhar os dinheiros de cada cidadão, decidiram também que os partidos podiam receber mais malas com dinheiro sem explicar donde lhes vem tal fortuna. A não ser que nesta terra desatinada mas onde se come bem todos resolvam acreditar que se ganham milhares vendendo carne grelhada em arraiais de Verão, tal lei é mais uma estultícia de quem sabe que Deus põe, o legislador dispõe e o povo cumpre, paga e cala.Não sei como explicar a Vossa Majestade este paradoxo mas ponha Vossa Majestade na Sua ideia o seguinte: há quem governe impondo uma coisa que se aplica inexoravelmente a todos os outros menos a si mesmo. Assim o governo deste reino presume dos licenciamentos. Para tudo tem de existir um licenciamento. Creio que só para respirar ainda não têm licenciamento mas ainda lá chegarão pois se a falta de dinheiro do Estado é muita, o engenho destes governantes para inventar taxas ainda é maior. Pois acredite Vossa Majestade que todos os dias se sabe que os mesmos que impõem os tais licenciamentos concedem a uns quantos o privilégio de não os cumprir. No início, tal cousa ainda causava perguntas, agora já não e creio que o desígnio de cada um dos habitantes deste reino não é pôr fim a este estado de cousas mas sim conseguir também para si esse tal artifício que permite a alguns ganhar a vida fazendo leis que depois não têm de cumprir. Que Vossa Majestade me perdoe que fale tão desassombradamente mas um poder sem vergonha faz perder a vergonha a gente que se dizia honrada. Contudo o que causa mais espanto entre os recém-chegados a este reino já não é tanto o que sucede - e que a cada dia é mais pasmoso - mas sim a desfaçatez dos envolvidos. Para quem, como eu, vive no meio deles não há lugar para espanto pois descobri que os povos tudo suportam quando quem os governa faz deles seus cúmplices.Eu não tenho ilusões e bem sei que vozes invejosas as há infelizmente em todo o lado e também nesse nosso bendito reino e não faltará quem insista junto de Vossa Majestade dizendo que só à minha falta de persistência ou perda de tino se podem assacar as informações que abaixo envio sobre aquilo a que aqui se chama justiça e investigação. É certo que já gastei largos cabedais desse nosso reino tentando perceber o que se designa nesta terra por casos mas até agora apenas posso dizer a Vossa Majestade que um caso é um crime em que os criminosos têm meios para contratar advogados e efectuar pressões para que o crime passe a caso e em seguida seja esquecido. Ou se de todo em todo se chegar a julgamento que apenas se julgue quem baste para que tudo fique na mesma. Creio até que o melhor será embarcarmos alguns indígenas destas terras e levá-los para o nosso reino onde não só se civilizariam como poderiam relatar a Vossa Majestade muitas das estranhezas que por aqui acontecem. E certamente dariam conta dos muitos trabalhos que aqui tenho padecido e muito contribuiriam para que Deus Nosso Senhor iluminasse Vossa Majestade, fazendo-o desistir de mandar mais gente desse nosso reino a estas terras pois para sofrimentos já bastam os meus.Todos os dias aguardo pela Vossa carta que me fará de novo regressar a casa donde jamais sairei e levarei se Vossa Majestade assim o entender, o resto dos meus dias contando às crianças, pois os adultos não me acreditarão, histórias do Reino Onde o Que Não Pode Ser Já É. Jornalista

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Campeões da Treta

Em Portugal assiste-se cada vez mais à cultura do futebol para esquecer as desgraças que por ai anda, querem provas!?
1 - Basta ver os telejornais do fim de semana e que se prolongaram pelo dia de hoje para ver que em todos, digo e sublinho todos, os telejornais não há noticia mais importante no mundo que o tetra campeonato de futebol cá do burgo conquistado por um clube que é sistemáticamente conotado com a corrupção e viciação de resultados.
2 - Com desemprego a atingir números recorde e com tendência de subida, dá-se vivas aqueles que nos últimos quatro anos invariávelmente tem de uma maneira ou de outra vencido o campeonato de futebol.
3 - Já se interrogaram porventura os portugueses se estes meninos lhes iram valer em caso de desemprego, ou em caso de fome?
Já repararam que os constantes "ataques de fúria" do presidente do FCPorto com frase do género : "Nós só queremos ver Lisboa a arder", grito secundado por milhares de mentecaptos adeptos do referido clube só tem uma consequência já ninguém pode ouvir falar em futebol que lá vem as ditas guerras Norte -Sul.
Acho sinceramente de uma pobreza franciscana, sem ofensa a tal ordem, que o nosso pais gravite à volta do futebol e suas novelas, haja pachorra para aturar "O Dia Seguinte" o "Trio d´Ataque" e outros programas que infestam os canais noticiosos nacionais difundidos pelo cabo, à mesma hora na CNN emite-se o "Situation Room" só porque a situação mundial é um pouco mais importante do que os play-offs da NBA e na BBC News e na SKy News os malucos dos ingleses transmitem notícias de pouca importância como a Gripe A ou a situação económica mundial ao invés de comentarem o penalti não considerado no jogo XPTO da Premier League (que palermas estes ingleses).
Só resta dizer que eu gosto de futebol, mas já não suporto tanto futebol nas televisões portuguesas, e também já que estou em maré de confissões já não consigo ver um jogo de futebol do Campeonato Português por que será?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A jornada de luta da mulher da esfregona - Helena Matos (Público)


Os sindicatos são noticiados com paternalismo e só quando os amigos de ontem se tornam ministros é que o verniz estala

No mesmo dia 2 de Maio em que a imprensa dava grande destaque às agressões de que Vital Moreira fora alvo na manifestação convocada pela CGTP sabia-se que um dos sindicatos filiados na mesma central sindical, o Sinttav, despedira a sua única funcionária da limpeza. O argumento invocado foi a extinção do posto de trabalho. Acontece que na delegação do Porto do Sinttav, onde trabalhava a funcionária despedida, ela era a única a exercer essa função, logo rapidamente se percebe que algo não bate certo nesta história. E, se recuarmos alguns dias, ainda os cravos estavam vermelhos nas lapelas daqueles que os usaram neste Abril, quando se soube que três dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), que também são militantes do PCP, estavam a ser alvo de inquéritos internos instaurados pelo partido, por não terem apoiado a lista B nas eleições do Sitava.Destes casos infelizmente pouco se fala, pois, ao contrário do que sucedeu com Vital Moreira, o repórter não só nunca está lá, como raramente lá procura estar. Os sindicatos são noticiados regra geral com paternalismo e apenas quando os amigos de ontem se tornam nos ministros de hoje é que o verniz estala, como aconteceu quando este Governo revelou quanto custavam os delegados sindicais nos CTT ou no Ministério da Educação. Fora isso, as notícias sobre os sindicatos são apenas uma reprodução dos seus comunicados. E isto é válido para o despedimento da mulher da esfregona em 2009 ou dos jornalistas em 1990.Para os anais da dificuldade que os jornalistas portugueses têm em noticiar o que acontece nesse universo que vai do PCP aos sindicatos (e agora também às franjas do BE, mas isso não é o assunto desta crónica) ficará sempre o caso do fecho do jornal O Diário, afecto ao PCP, em Junho de 1990. Tal como acontece a muitas empresas que hoje fecham as suas portas, também O Diário recebera subsídios vários, mas nem assim se impediu o fecho. Ao reler as páginas de 1990 percebe-se o embaraço gerado pelo caso de O Diário, tanto mais que os despedimentos foram feitos ao abrigo duma legislação que o PCP e os sindicatos que lhe eram afectos contestavam com veemência.Em 2009, quando se vê, por exemplo, gente a salivar com os sequestros de gestores efectuados pelos sindicatos franceses ou se tenta desculpar a agressão a Vital Moreira com a crise, convirá que se perceba que os sindicatos, tal como acontece com os representantes doutros interesses, precisam de ser noticiados sem as habituais condescendências. Tanto mais que os sindicatos, tal como a democracia, podem ser péssimos, mas ainda não se arranjou nada melhor para os substituir. a Ditoso livro que tais vendas tem. É um remake: a cadeia de supermercados Jumbo tornou mais uma vez pública a decisão de não vender um livro, concretamente A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro, e logo surgiram catadupas de indignação com o que rapidamente é definido como censura. Nunca percebi esta fixação do grupo Auchan na alegada pornografia do livro em questão, mas menos percebo ainda o espalhafato indignado que o caso tem merecido e que nada tem a ver com censura. Quem frequenta supermercados, do grupo Auchan ou doutro qualquer, e procura mais que livros de auto-ajuda, guias de viagens e romances históricos com dragões e raios ofuscantes na capa percebe rapidamente que existem milhares de títulos que nunca foram comercializados nos mesmos supermercados. A falar verdade, alguns títulos nem sei se chegam a ser vendidos nas livrarias, pois actualmente o tempo de vida de um livro numa livraria consegue ser inferior ao de um iogurte num supermercado.Quanto a Nélson de Matos, o editor em Portugal de A Casa dos Budas Ditosos, embora publicamente defina esta decisão do grupo Auchan como um "acto inamistoso", certamente que já ouviu falar de publicidade gratuita e também sabe que os supermercados não vendem tudo o que é editado, tal como os editores não publicam tudo o que lhes põem à frente. Os únicos que realmente se podem indignar são os accionistas do grupo Auchan, pois o livro em causa, tal como o seu autor, são sinónimo de sucesso de vendas e uma empresa excluir um bom negócio é algo que os accionistas não costumam apreciar. Ainda para mais em tempos de crise.a O embargo. Há um país que se antecipou a todos os outros e sem qualquer hesitação proibiu por tempo indeterminado todos os voos de e para o México. Ao fim de 48 horas as autoridades desse país autorizaram excepcionalmente alguns voos para que os mexicanos pudessem regressar ao seu país. Falo de Cuba naturalmente e das medidas que aí foram tomadas para combater a gripe suína, mexicana, A ou o que lhe quiserem chamar. O regime dos irmãos Castro goza certamente da melhor imprensa do mundo, pois não só este fecho de fronteira ou embargo passou praticamente incógnito, como por ironia foi decidido poucos dias antes das celebrações do 1º de Maio naquela ilha, onde o tema dominante dos discursos foi, como é hábito há décadas, a contestação ao embargo norte--americano. Não deixa de ser paradoxal que, apresentando-se o regime cubano como contrário ao capitalismo, apresente como a única e obsessiva razão do seu falhanço o facto de não ter relações comerciais com os EUA. Sendo certo que Cuba mantém essas relações com todo o restante mundo, onde aliás compra 80 por cento dos alimentos consumidos na ilha. Outra constante desta data em Cuba é a presença de delegações que representam sindicatos do restante mundo, nomeadamente de países europeus. De Portugal apenas encontrei o rasto a Armanda Fonseca, que preside à Associação de Amizade Portugal-Cuba e que, como não podia deixar de ser, defendeu o fim do embargo norte-americano. Do embargo de Cuba ao México nem uma palavra, mas valha a verdade que em Cuba também ninguém lhe deve ter perguntado o que pensava sobre tal assunto. O que contudo aqui na pátria poderíamos aproveitar com esta viagem a Havana da presidente da Associação de Amizade Portugal-Cuba era sermos elucidados sobre como reagiram os trabalhadores cubanos às declarações de Salvador Valdés Mesa, presidente da única central sindical do país, que lhes disse que tinham de ser mais disciplinados, trabalhar mais e poupar mais. E para quê tudo isto? Para viverem melhor? Terem mais direitos? Não. Muito prosaicamente para construírem o socialismo "sob a direcção do Partido Comunista de Cuba, de Fidel e Raúl". Aplique-se esta frase a Portugal, Espanha, França etc. e talvez se torne mais óbvio o reino cadaveroso que dá pelo nome de Cuba socialista. a Não digam que não avisei. A associação Juntos pela Vida enviou uma carta aos autarcas das cidades que proibiram as touradas pedindo--lhes que também proíbam, nos seus concelhos, estabelecimentos onde se pratiquem abortos. Rapidamente o presidente da Associação Animal veio dizer que "este apelo é absurdo" e que a dita associação está a fazer uma "confusão tremenda de poderes". Infelizmente a Juntos pela Vida não está a confundir nada. Acontece simplesmente que o voluntarismo dos autarcas no caso das touradas, a par do proselitismo dos ditos amigos dos animais, criou um precedente gravíssimo em matéria de licenciamento. Pode ou não um autarca não licenciar uma actividade legal no país? Dado o absurdo da questão e sobretudo porque estão autárquicas à porta, rapidamente se tem tentado transformar o que começou por ser apresentado como uma proibição num "não apoio" por parte das autarquias. O caso é particularmente sensível em Sintra onde o regulamento que impede as touradas nasceu sob os auspícios do BE. Ora, o BE percebeu tarde mas percebeu que o sucedido em Sintra o pode levar a perder a sua única autarquia, por sinal a muito tauromáquica Salvaterra de Magos. Da exultação inicial com a proibição das touradas, o BE passou, pela pena do próprio Louçã, o que denota a preocupação que o assunto suscita naqueles lados, para a explicação de que o regulamento de Sintra apenas impede o apoio municipal. Esquece Louçã que o tipo de tourada que existia em Sintra exige licenciamento municipal, pois o concelho de Sintra era dos raros senão o único que no continente tinha tourada à corda. Sem querer arranjar uma quezília entre o lobby dos antropólogos do BE e Louçã, ainda acrescento que a mesma tourada era descrita como o que sobrava de uma antiga celebração de características pagãs inserida numa festa religiosa católica.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Lei do Financiamento dos Partidos

João Cravinho sobre a nova lei do financiamento dos partidos
"É uma pouca vergonha!
Mais vale dizer que está aberto o leilão à corrupção, porque é isto mesmo que se trata. É uma pouca vergonha. É uma provocação". Foi desta forma que João Cravinho, ex-deputado do PS classificou ontem a nova lei do financiamento dos partidos políticos.


Jornal de Negócios Online


"Mais vale dizer que está aberto o leilão à corrupção, porque é isto mesmo que se trata. É uma pouca vergonha. É uma provocação”. Foi desta forma que João Cravinho, ex-deputado do PS classificou ontem a nova lei do financiamento dos partidos políticos.Falando na “Edição da Noite” da Rádio Renascença, o antigo ministro socialista manifestou-se indignado com as alterações aprovadas no Parlamento a semana passada. “Abrir a porta a uma entrada de dinheiro 1.250.000 euros, sem qualquer fiscalização sem qualquer contraprova? É uma coisa inaudita. É a porta aberta a todas as corrupções e não me digam que é por causa da Festa do Avante. Isso é um argumento da carochinha”, afirmou.“O que é preciso é regulamentar e fiscalizar directamente, no próprio local e na hora exacta, em tempo real” e dessa forma apurar “qual era o resultado líquido dessa festa ou de outras que outros partidos viessem a fazer”, defendeu João Cravinho, que apelou à intervenção do Presidente da República, por considerar que está em causa “um atentado ao bom funcionamento das instituições democráticas”. “Espantar-me-ia que o Presidente da República achasse isto tudo bem e não tivesse qualquer reparo a fazer”, acrescentou.O actual presidente do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) criticou também os deputados por não terem aproveitado a oportunidade para regulamentar o financiamento das campanhas internas para as lideranças partidárias, classificando essa atitude como “autismo completo” .“Se é possível alguém ou um grupo ou vários reunirem-se, ou alguém por si só financiar uma campanha de 1 milhão, ou de 2 milhões, ou de 30 milhões de euros para conquistarem um partido chave, estão a dizer que é o poder a saque e ainda por cima barato”.Comprar “uma liderança de um partido é uma hipótese que, na sua opinião, é “uma possibilidade muito real” e uma “ideia que já ocorreu a muito boa gente”.O vice-presidente da bancada parlamentar socialista, Ricardo Rodrigues, já reagiu às declarações de João Cravinho, afirmando que o ex-deputado desconhece a nova lei.“Não há a entrada de um cêntimo em nenhum partido que seja sindicável pelo Tribunal de Contas [e Constitucional]”, garantiu o dirigente do PS.“A entrada de dinheiro vivo corresponde sempre a uma conta específica em relação a uma receita”, explicou Ricardo Rodrigues, especificando que “a Festa do Avante é o símbolo daquilo que nós pretendemos com a entrada de dinheiro vivo que o eng. Cravinho critica”. “O Partido Comunista terá de fazer um anexo específico desta conta, dizendo qual a despesa que teve com a festa – com os actores, o café, o pão, tudo. E isso é sindicável pelo Tribunal Constitucional”, esclareceu ainda o deputado.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Morreu ontem Vasco Granja



Olá amiguinhos, era assim que começavam invariávelmente os programas de Vasco Granja, o homem que me ensinou a achar graça aos filmes de animação da Checoslováquia, mas também me presenteava com a Pantera Cor de Rosa ou o Bugs Bunny (para ele Perna-Longa), ou ainda com o Tom e Jerry, enfim, com ele ontem morreu uma parte de mim, da minha infância, que ele ajudou a tornar mais feliz com o seu programa de Animação. Que descanse em paz, amigo Vasco!