segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Palhotas idênticas, escrituras com valores dispares...

Mais uma jogadinha do iluminado José Sócrates...

Apartamentos idênticos, escrituras com valores muito diferentes
20.02.2009, Cristina Ferreira e Paulo Ferreira

O negócio foi fechado em 1996. Sócrates declarou ter pago 47 mil contos pelo seu apartamento. Dois anos antes, um emigrante havia pago mais de 70 mil contos.

O apartamento de José Sócrates em Lisboa, segundo consta da escritura notarial, foi adquirido pelo preço de 47 mil contos (235 mil euros). Dois anos antes desta venda, um apartamento idêntico no mesmo prédio (o 3º E) foi comprado por um emigrante português que estava isento do imposto de sisa por 70.200 contos (351 mil euros), ou seja, mais 50 por cento do que o valor declarado por Sócrates. Estes valores referem-se aos apartamentos sem arrecadação, tendo o de Sócrates, o 3ºA, uma área bruta de 183 metros quadrados e o 3ºE de 175 metros quadrados. O actual primeiro-ministro pagou mais mil e quinhentos contos por uma arrecadação.O valor pago pelo imigrante está muito mais próximo da tabela de preços que a mediadora imobiliária, no início dos anos noventa, entregava aos potenciais compradores. Neste documento, de que o PÚBLICO tem cópia, o preço que a Richard Ellis pedia pelo apartamento comprado pelo então ministro-adjunto do primeiro-ministro era de 78 mil contos (390 mil euros), igual ao do imóvel adquirido pelo emigrante português. Já depois de o PÚBLICO ter contactado o gabinete do primeiro-ministro, a Richard Ellis fez chegar ao público uma outra tabela, com a indicação de que estaria em vigor a partir de Março de 1994, e que fixava o valor de venda do apartamento onde vive o chefe do Governo em 60.650 mil contos (302.520 euros.).Respondendo ao PÚBLICO, José Sócrates garante que pagou o "valor que corresponde à tabela de preços praticada na altura pela agência imobiliária", tendo liquidado o imposto de sisa correspondente, pelo que "qualquer insinuação no sentido do incumprimento das minhas obrigações fiscais só pode ser por mim considerada como caluniosa e difamatória" (ver caixa com respostas de Sócrates na íntegra).Tomando como correctos os valores que constam das escrituras, Sócrates teve um desconto de 31 mil contos (155 mil euros), cerca de 40 por cento abaixo do preço inscrito na primeira tabela, enquanto o desconto do emigrante foi de 7.800 contos, cerca de 10 por cento sobre o preço pedido pela imobiliária. Face à segunda tabela a que o PÚBLICO teve acesso, então o abatimento de que Sócrates teria beneficiado foi superior a 22 por cento. Pela compra do apartamento, que teve a escritura realizada em 1998, José Sócrates liquidou 4.700 contos de imposto de sisa (10 por cento do montante declarado na aquisição do apartamento). O emigrante, se não estivesse isento desse imposto, teria sido obrigado a pagar 7.020 contos, face à quantia que consta na escritura.A discrepância de valores registada nas escrituras dos apartamentos do prédio da Rua Braancamp, próximo do Marquês de Pombal, em relação a qualquer das duas tabelas de preços de negociação não acontece apenas entre estas duas fracções. De acordo com os documentos consultados pelo PÚBLICO nas conservatórias do registo predial e em notários, a generalidade das transacções que contaram do lado vendedor com a empresa offshore Henron International N.V., com sede nas Antilhas Holandesas, foi feita por quantias muito abaixo das que constavam das tabelas utilizadas pela mediadora imobiliária Richard Ellis, mas também do valor declarado pelo emigrante que beneficiou de isenção de sisa (imposto substituído em 2003 pelo Imposto Municipal de Transacções). Este empresário, que vive desde os 11 anos em Paris, adquiriu a sua habitação num ano de recessão, o que "conteve" os preços comerciais. A partir de 1995 iniciou-se a recuperação do mercado imobiliário, que em Portugal sofreu um impulso positivo em consequência da preparação da entrada para o Euro e da baixa das taxas de juro. Além da excepção verificada na compra do emigrante, há um outro negócio realizado por valores idênticos: foi realizado em 2001, quando uma empresa também isenta de sisa comprou um apartamento semelhante e declarou, para efeitos fiscais, que a aquisição foi feita por 375 mil euros. Este imóvel tinha sido adquirido à Heron dois anos e meio antes por um particular que fizera a escritura por 220 mil euros. Avaliação do fisco contraria diferenças nos preçosComo se explicam estas diferenças nos preços declarados nas transacções? A consulta dos valores patrimoniais atribuídos pelas Finanças para efeitos tributários (sobretudo para a incidência do Imposto Municipal sobre Imóveis) não permite encontrar uma relação entre o valor a que os apartamentos foram registados e a avaliação fiscal. Na revisão dos valores patrimoniais efectuada em 2006 pelos serviços fiscais, o apartamento de Sócrates aparece como um dos mais valiosos do prédio: 303.354 euros, mais do que os 235 mil por que foi registado. Já o apartamento do emigrante, comprado por 351 mil euros, e o que foi adquirido pela empresa isenta de sisa por 375 mil euros, viu ser-lhe fixado um valor patrimonial inferior ao do apartamento do actual primeiro-ministro: 294.423 euros.Este é também o valor de avaliação que as Finanças atribuíram ao apartamento que a mãe de José Sócrates comprou no mesmo prédio em Maio de 1998 por um valor declarado de 250 mil euros. A compra foi feita a uma sociedade offshore, a Stolberg, que o tinha adquirido três anos antes à Heron por um valor declarado de 280 mil euros. Ou seja, de acordo com as escrituras, a Stolberg, que está a ser investigada no âmbito do caso Freeport (ver caixa na pág. 4), perdeu 30 mil euros com a transacção desse imóvel numa altura em que os preços do imobiliário subiam sustentadamente em Portugal.O outro apartamento que tem um valor tributável igual ao de Sócrates é o 4º A. Este foi comprado por João Vale e Azevedo 33 dias antes do então ministro de António Guterres ter negociado o seu imóvel e por menos dois mil contos: 45 mil contos (225 mil euros). O preço de venda anunciado no primeiro prospecto da Richard Ellis para o apartamento de Vale e Azevedo era de 79.500 contos. Na segunda tabela surge com o valor de 61.625 contos. Na altura o ex-dirigente do Benfica realizou a transacção através de uma sociedade, a Imaved - Investimentos Imobiliários, proprietária, entre outros activos, da quinta de Almoçageme, a residência da família Vale e Azevedo. Quatro anos depois, Vale e Azevedo venderia essa fracção por 366 mil euros, ou seja, com uma mais-valia de 141 mil euros.As transacções envolvendo a Imaved e este apartamento foram alvo de uma denúncia anónima entregue no 2º Bairro Fiscal, por suspeita de fuga ao fisco, mas o processo acabaria por ser arquivado.O que dizem os intervenientes"O valor escriturado na minha compra coincide com o valor pago à Heron e foi um pouco mais de 70 mil contos, pois beneficiei de um abatimento sobre o preço de venda", declarou o emigrante que comprou o apartamento 3º E. Contactado pelo PÚBLICO por telefone para comentar a discrepância de preços, explicou que o negócio foi acordado com a mediadora imobiliária Richard Ellis, nunca tendo tido contactos com a Heron. E esclareceu que não realizaria a escritura por um valor inferior ao montante do negócio: "Não a aceitava, pois eram remessas de dinheiro proveniente do estrangeiro, eu não pagava sisa nem contribuições e tinha que provar onde aplicava o dinheiro que mandava para Portugal."O contrato celebrado em Dezembro de 1993 entre a offshore e o emigrante, refere que o comprador está isento de Imposto Municipal de Sisa, nos termos do Decreto-Lei 140-A/86 de 14 de Junho, pois à data do negócio tinha transferido para uma conta Poupança Emigrante um total de 53 mil contos. Nessa época os capitais não circulavam livremente na Europa, como hoje sucede, pelo que a movimentação de divisas entre países europeus carecia de justificação detalhada.O empresário vizinho do PM, que se desloca a Portugal com alguma frequência, recusou tecer outros comentários, designadamente sobre a situação dos restantes proprietários de habitações no Edifício Castilho Heron e alegou que vive em França desde os onze anos, razão pela qual não sabe o que se passa em Portugal.Já Pedro Seabra, que está à frente da imobiliária Richard Ellis, afirmou ao PÚBLICO, que "a nossa actuação resultou de um pedido da Heron para actuarmos enquanto agentes e negociadores do preço final". Observou ainda que foi a Heron que celebrou directamente os contratos de compra e venda dos andares do Edifício Heron Castilho e que esta, "por ser inglesa e ter contabilidade organizada, tinha interesse em declarar tudo como deve ser". Seabra garantiu que não conhece "nenhuma transacção em que o preço pago fosse superior ao escriturado", apesar de, inquirido pelo PÚBLICO, ter dito não poder "garantir que, sem o meu conhecimento, tenham existido transacções com outros preços acordados". Aliás, adianta, os valores que estavam no prospecto de venda estavam um pouco inflacionados pelo que houve dificuldade em colocar todo o prédio, cuja componente de escritórios é superior à da habitação, admitindo que possa ter existido "alguma revisão do preço" (ver texto nestas páginas). Contudo quando lhe perguntámos se, para o mesmo piso, um andar semelhante e com preço inicial de comercialização igual, podia ter uma diferença de 50 por cento na escritura, respondeu: "Isso já me parece muito". Esta resposta foi dada antes do gabinete do primeiro-ministro ter recebido, na terça-feira à tarde, as perguntas enviadas pelo PÚBLICO (e que reproduzimos nestas páginas). Na quarta-feira, após novo contacto do PÚBLICO, a mediadora imobiliária fez pela primeira vez referência a uma segunda tabela de preços dos apartamentos e que teria começado a ser aplicada em Março de 1994. Mas mesmo tendo por base os novos preços, o valor descrito no contrato do primeiro-ministro fica mais de vinte por cento face à tabela revista. Confrontado pelo PÚBLICO sobre se existiria uma terceira tabela, Pedro Seabra informou que não, mas lembrou que a partir de 1995 a venda das habitações do Edificio Heron Castilho foi entregue a outros dois promotores, a SITSA, que vendeu as casas a Vale e Azevedo e ao primeiro-ministro, e a Luxor.Quando o PÚBLICO contactou Isabel Tello, da SITSA, para obter uma declaração, também esta já tinha sido abordada pelo Gabinete de Sócrates, tendo declarado que o negócio realizado entre a Heron e o actual chefe de Governo fora "irrepreensível". Disse que existia uma terceira tabela de preços, a que foi aplicada quando a promotora começou a trabalhar na comercialização dos apartamentos do Heron Castilho. Acrescentou porém que essa tabela se encontrava num arquivo da empresa no Algarve e que nos próximos dias a iria reaver. Até ao fecho desta edição não nos fez chegar qualquer novo documento. Garantiu que "não existe nenhum valor escriturado, dos apartamentos vendidos por nós que não seja real".Empresa não comentaContactado pelo PÚBLICO, o advogado que representou a Heron nos contratos de compra e venda dos apartamentos do Edifício Castilho Heron, Frederico Pereira Coutinho, do gabinete Cuatrecasas, Gonçalves Pereira e Associados, remeteu uma explicação para a sede do grupo em Londres, pois o seu gabinete já não tem a Heron como cliente.O PÚBLICO fez várias diligências, durante mais de uma semana, junto da Heron International, enviando múltiplos e-mails para Londres, já que a Heron International N.V. já não opera em Portugal, enviando perguntas por correio electrónico no sentido de obter um esclarecimento sobre as discrepâncias entre os valores escriturados nos contratos de venda de apartamentos idênticos. Até ontem não tinha surgido nenhuma resposta. A existência de uma offshore para negociar a venda de imóveis é legal mas permitr pagar menos impostos sobre os resultados das vendas. Uma pesquisa do PÚBLICO a documentos oficiais e públicos mostra que o apartamento comprado pelo Eng. José Sócrates em Lisboa, no edifício Heron Castilho (fracção AE do nº 40 da Rua Braancamp), foi escriturado no dia 2 de Março de 1998 por 47 mil contos. Antes disso, um apartamento de menor dimensão foi escriturado por 70.200 contos por um comprador que beneficiava de isenção do imposto de sisa por ser emigrante. Acresce que a tabela de preços da mediadora imobiliária que fez a comercialização dos apartamentos desse imóvel indicava um preço indicativo de 78 mil contos para o apartamento adquirido pelo Eng. José Sócrates.

O "pobre" José "Chico Esperto" Sócrates



O verdadeiro portuguesinho de gema!!!!
Português que se preze não falha uma oportunidade de indrominar o Estado, não é verdade Zézinho??!!

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Metade da comida que se produz é desperdiçada...

Metade da comida que se produz é desperdiçada
20.02.2009, Ana Fernandes

Para alimentar a população que se adivinha existir em 2050, bastaria usar com eficiência o que hoje o planeta já produz
Fala-se tanto da eficiência energética, mas impedir o desperdício de alimentos é tão ou mais essencial, sobretudo depois do susto do ano passado. E o caso está a assumir proporções gigantescas - as Nações Unidas dizem que metade do que hoje é produzido perde-se na produção, na distribuição e no consumo. Poucos serão os que não tiveram na infância uma voz avisada - ou calejada pela guerra - que obrigava a não se deixar nem um grão de arroz no prato. Mas o certo é que, em toda a cadeia, do campo ao prato, muito fica pelo caminho."Para alimentar toda a população projectada para os próximos anos, bastaria tornarmo-nos mais eficientes. Isso ainda asseguraria a sobrevivência de muita da vida selvagem do nosso planeta", disse, na terça-feira, Achim Steiner, director do Programa das Nações Unidas para o Ambiente. As contas são simples: para alimentar a população mundial em 2050, altura em que haverá mais 2700 milhões de seres do que hoje, será necessário aumentar a produção em 50 por cento. Ora se metade do que já hoje se produz não chega às bocas de todos...Uma coisa já se sabia: o mundo produz comida suficiente para alimentar toda a gente - a fome é muito fruto de uma distribuição desigual, que inunda de abundância certas regiões do planeta e deixa à míngua muitas outras. As razões são diversas, vão das guerras às dificuldades de acesso aos mercados, mas o problema-base continua lá. Agora, num relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, sobre o papel que o ambiente pode ter na prevenção de novas crises alimentares, os investigadores dão conta do imenso desperdício num planeta cuja agricultura, só por si, já está ameaçada por problemas ambientais, como as alterações climáticas, a degradação do solo, o aumento das pragas e a escassez de água. Um quarto da produção agrícola está ameaçada por este tipo de problemas.Como se isso não bastasse, ainda se perde comida. Frutos e vegetais apodrecem no circuito da distribuição - um quarto, nos EUA -, os consumidores não seguem os conselhos dos avós - na Austrália, metade do lixo nos aterros é restos de alimentos e, no Reino Unido, um terço do que é comprado não chega a ser comido. Na produção, perdem-se colheitas devido a pragas ou práticas pouco eficientes, tanto de colheita como de armazenamento.Daí ser cada vez mais fundamental tornar toda a cadeia mais eficiente. Porque o futuro não se afigura risonho. Segundo as projecções, nas próximas décadas, os preços da comida podem aumentar 30 a 50 por cento. Quem vive na extrema pobreza gastará 90 por cento dos rendimentos só na alimentação - a recente alta de preços já fez com que subisse para os 70-80 por cento.As soluçõesFace às ameaças que pendem sobre a produção agrícola, que dificilmente aumentará a produtividade para os níveis necessários, com a subida de custos dos pesticidas e fertilizantes, conjugado com as perdas de culturas devido a fenómenos extremos meteorológicos, o mais provável é que o mundo chegue a 2050 a produzir menos um quarto do que necessita.Por isso, defende o estudo, é necessário encontrar novos caminhos. Há duas respostas possíveis: a primeira é fazer subir o preço dos alimentos e tentar aumentar a produtividade a todo o custo. Todos os seres vivos sofrerão com esta opção, a começar pelos milhões de humanos que todos os dias se levantam e adormecem com fome. E a acabar na vida selvagem, que cada vez mais terá de ceder espaço à expansão de uma agricultura altamente ineficiente.A outra solução é a eficiência. Uma das questões fundamentais é encontrar alternativas para a alimentação animal. O estudo considera que um dos grandes desperdícios advém da enorme quantidade de cereais gastos nas rações - um terço do que hoje é produzido, podendo chegar a 50 por cento.A classificação de "desperdício" atribuído a este uso não será consensual, mas o relatório não advoga que se deixe de consumir carne - apesar de aconselhar a que o seu consumo estabilize nos países mais ricos, dado o enorme impacto que a pecuária tem nas alterações climáticas.Antes considera que se devem encontrar alternativas, através da reciclagem dos resíduos alimentares e desenvolvendo novas tecnologias, como as que estão a ser desenvolvidas para os biocombustíveis, de forma a produzir alimentos calóricos a partir de palha, por exemplo. Para a aquacultura, poderia usar-se o peixe que todos os anos é descartado - chega a 30 milhões de toneladas. Esta quantidade poderia representar mais de metade do aumento que se espera neste sector. E seria essencial para manter o consumo per capita de peixe em 2050 aos actuais níveis. A reorganização do mercado alimentar para regular os preços e a disseminação do microcrédito para apoiar a agricultura familiar são algumas das sugestões que este estudo deixa (ver caixa). Achim Steiner, da ONU, sublinha a crescente importância da eficiência na produção de alimentos

IRS,Robin dos Bosques e uma confrangedora tristeza...

Excelente artigo de opinião no "Público" de ontem...

IRS, Robin dos Bosques e uma confrangedora tristeza
Miguel Frasquilho

Agravando a tributação sobre os rendimentos do trabalho só se afugentará do país os melhores quadros. Mesmo sabendo que 2009 é ano eleitoral (com três eleições) e que o primeiro-ministro é, habitualmente, em minha opinião, muitíssimo demagógico na forma como faz política, confesso que não imaginaria possível que José Sócrates (J.S.) tivesse recentemente anunciado, em plena campanha para as eleições internas no PS, e como "bandeira no combate às injustiças fiscais e na construção de uma maior equidade fiscal", a limitação das deduções fiscais dos mais ricos em sede de IRS para aumentar as da classe média. Do meu ponto de vista, este anúncio é de uma confrangedora tristeza. Por todos os motivos que a seguir enumero. Primeiro. Detalhando mais a sua proposta, J.S. referiu que "as pessoas dos 10 por cento com rendimentos mais elevados deduzem em termos de saúde cerca de 300 euros e as pessoas em rendimentos médios deduzem 80 euros". E deu como exemplo o seu próprio caso: ganhando cerca de cinco mil euros por mês, cai no escalão dos 42 por cento e, como tal, deve ter menos deduções fiscais em saúde e educação do que as actuais. Mas depois, questionado sobre se se considerava rico, o primeiro-ministro respondeu que não. E, portanto, ficámos a saber que, afinal, as alterações que Sócrates propõe não vão tributar mais os ricos - ao contrário do que tinha afirmado inicialmente. Primeira contradição. Segundo. Esta proposta incide unicamente sobre os trabalhadores por conta de outrem - que, como se sabe, são aqueles que não escapam minimamente à tributação (devo esclarecer, desde já, que me incluo nesta classe; que, tal como o primeiro-ministro, estou no escalão de 42 por cento; e - um ponto em que concordo com J.S. - também não me considero rico). Dá vontade de perguntar: os "ricos" são os trabalhadores por conta de outrem? E os outros tipos de rendimentos que não dependem do trabalho? Sobre isso, da boca de José Sócrates... zero. Segunda contradição.Terceiro. Mas há pior: peguemos na redistribuição que o primeiro-ministro pretende fazer em favor da classe média, usando, para tanto, os últimos dados disponibilizados pela Direcção-Geral dos Impostos, referentes a 2006. Excluamos os cerca de 2,9 milhões de agregados que se situam nos dois escalões mais baixos de IRS (cujas taxas marginais são 10,5 por cento e 13 por cento, e que, pelo facto de os seus rendimentos serem inferiores a 7192 euros durante o ano de 2009, não constituem, por certo, a classe média...). Admitamos que os "beneficiados" serão os cerca de 1,4 milhões de contribuintes que caem nos três escalões intermédios cujas taxas marginais são 23,5 por cento, 34 por cento e 36,5 por cento (a "classe média"); e que os "prejudicados" são os cerca de 39 mil agregados que se situam nos dois escalões mais elevados (com taxas de 40 por cento e 42 por cento) que, em média, segundo J.S., deduzem em despesas de educação e saúde cerca de 300 euros. As contas são fáceis de fazer: mesmo no caso extremo de as deduções em educação e saúde acabarem para os dois escalões mais elevados de rendimento (o que proporcionaria a maior redistribuição, mas nem é a situação mais provável), a classe média de 1,4 milhões de contribuintes beneficiaria, em média, cerca de oito euros por ano, ou cerca de 70 cêntimos por mês - e isto na melhor das hipóteses! Justiça e equidade? Será que J.S. fez as contas? Ou quem lhe deu esta ideia não as soube fazer? É que é mau de mais para ser verdade. Trata-se, apenas e só, de brincar com a classe média. Uma brincadeira que chega a ser insultuosa. "Robin dos Bosques"? Onde?Quarto. Se o primeiro-ministro quer tributar mais os 10 por cento de trabalhadores por conta de outrem com maiores rendimentos, como referiu, então vai atingir as quatro últimas classes, começando na de 34 por cento, em que já caem todos os que auferem menos de dois mil euros mensais - que nem como "rendimento elevado" podem ser classificados, quanto mais como "ricos"... E, portanto, também quando se refere aos 10 por cento de contribuintes com rendimentos mais elevados, o primeiro-ministro pareceu desconhecer do que estava a falar...Não exagero se disser que me faltam as palavras para catalogar esta forma de fazer política. Desde logo, porque a demagogia atingiu uma escala nunca antes vista. Quando esta medida é apresentada como "estruturante" em termos de equidade fiscal, estamos conversados.Depois porque, se o PS ganhar as eleições e J.S. continuar a governar, esta proposta, sendo aplicada, irá complicar ainda mais o nosso sistema fiscal (neste caso o IRS) que já de si é tão complexo - e isto porque irá distorcer ainda mais as deduções, ao diferenciá-las entre escalões de rendimento... O caminho que irá ser trilhado é, pois, exactamente o oposto das tendências internacionais e que seria tão necessário: reduzir drasticamente deduções, excepções e isenções; diminuir o número de escalões; e baixar as taxas de tributação, assegurando que a redistribuição do rendimento se faça, maioritariamente, pelo lado da despesa pública e não pela via fiscal como hoje sucede. Assim, agravando a tributação sobre os rendimentos do trabalho mais elevados (porque é disso que se trata), só se afugentará (ainda mais) do país os melhores quadros, sobretudo jovens, que cada vez menos encontram justificação para aqui permanecer. E esses são os que interessava mais que ficassem, porque são os mais produtivos e geradores de maior valor acrescentado. Numa época em que a fiscalidade tem assumido um papel cada vez mais relevante enquanto vertente da política económica (sobretudo virada para a competitividade), será que o nosso país é o único que vai na direcção certa e todos os outros estão errados? Não creio. A paupérrima evolução da nossa economia confirma o desacerto das opções de política que desde há longos anos têm vindo a ser prosseguidas. E, com exemplos destes - dados por quem devia ser um exemplo para a sociedade -, só se tenderá, infelizmente, a perpetuar a actual situação. Economista. Deputado do PSD à Assembleia da República

O mundo precisa de eficiência alimentar...

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

É malhar neles...

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Derrotados no primeiro assalto

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Nós os ricos...

Descobri na passada semana pela boca do Secretário-Geral do PS que sou rico. E rico porquê? Porque estou no último escalão do IRS (42%) por umas miseras dezenas de euros, o que faz de mim e da minha familia (mulher e 3 filhas) um alvo apetecível para o Robin Pinócrates. Com efeito, esta grande medida que o Sr. Pinócrates quer implementar e que terá os seus efeitos só em 2011 é puramente demagógica. Senão vejamos:
  1. Se cerca de 30000 familias não deduzirem o máximo em despesas com a Educação e Saúde (cerca de 300€) qual será o benefício para os escalões até 25%, isto é, os três primeiros escalões de IRS que serão à volta de 3.5 milhões de contribuintes. Sabem qual é a resposta? Arrecadaram cerca de 19 cêntimos mensais, cerca de 2.5 € por ano. Isto é ou não é demagógia??
  2. Com este princípio não estará o Secretário-Geral do PS a entrar pelo caminho sinuoso do incitamento à violência?
  3. Interrogo-me como poderei eu ser considerado rico, tendo em conta que pago 400€ de creche, que subirá para cerca de 600€ quando a minha filha mais nova deixar de frequentar a "creche da casa dos avós", cerca de 1700€ de prestação de crédito à habitação, comida para 5 pessoas, vestir as crianças (embora a mais nova use muitas roupas que foram das irmãs e a do meio também), água, electricidade, gás, gasolina para colocar no carro que as transporta para as diferentes escolas, visto que a mais velha já frequenta a escola pública, despesas com saúde (que na minha casa é a triplicar quando uma adoeçe, as outras por contágio também adoeçem (180€ de pediatra), algum dinheiro para a conta poupança reforma, e algum para poupar para alguma eventualidade.

Como podem constatar sou rico não sou? Tanto como muitos de vós que não fogem aos impostos, mas trabalham por conta de outrém e são ricos como eu!?

Eluana Englaro - Eutanásia ou talvez não!!!

Excelente artigo de opinião no "Público" de hoje...
Eluana Englaro, uma morte nem doce nem digna
Pedro Vaz Patto
É pouco verosímil que alguém queira morrer à fome e à sede com plena consciência do que isso significaMorreu Eluana Englaro, depois de ter permanecido cerca de dezassete anos em estado vegetativo persistente. Teve este triste desfecho um caso que, desde há cerca de dez anos, foi objecto de decisões judiciais controversas e contraditórias entre si e que dividiu, e continua a dividir, a opinião pública italiana entre fracções que coincidem, em grande medida, com os partidários e os adversários da legalização da eutanásia. Invoca-se normalmente a favor da legalização da eutanásia o propósito de eliminar o sofrimento e de proporcionar ao doente terminal uma morte digna. Mas com a eutanásia não se elimina o sofrimento, elimina-se o doente. No caso de Eluana Englaro, a morte ocorreu pela privação de alimentação e hidratação, por inanição e desidratação, pois. Não pode dizer-se que se trata de uma morte "doce" ou "digna", nem de uma morte "natural", nem pode dizer-se que com esta morte se pretende eliminar o sofrimento. Trata-se de uma morte atroz, que já alguém comparou à tortura. A alimentação e a hidratação são cuidados normais, sempre devidos, que nunca podem considerar-se uma terapia inútil ou desproporcionada. Uma terapia será inútil quando não acarrete qualquer bem para o doente e desproporcionada quando o bem que possa acarretar não compense o mal e a penosidade que também possa acarretar. Neste caso, a alimentação e a hidratação são inegavelmente um imperativo dos princípios da beneficência e da não maleficência, precisamente porque evitam a penosidade própria da morte por inanição e desidratação. E a morte ocorre, não como sucede quando há abstenção de terapias inúteis ou desproporcionadas, por causa da própria doença, que se revela insuperável, mas precisamente por causa da inanição e da desidratação. Apoia-se a decisão que conduziu à morte de Eluana na suposta vontade desta, em depoimentos de testemunhas que declaram que ela um dia, perante o facto de uma determinada pessoa permanecer em estado de coma depois de um acidente, ter afirmado que seria melhor que essa pessoa tivesse morrido. É muito difícil extrair conclusões dessa afirmação e muito duvidoso que de uma afirmação proferida num contexto tão distante e tão diferente se possa deduzir a sua hipotética vontade actual. Não seria certamente uma vontade esclarecida e será pouco verosímil que alguém queira morrer à fome e à sede com plena consciência do que isso significa. O doente em estado vegetativo persistente não está "morto", nem "semimorto", padece, sim, de uma muito grave deficiência. Não é por padecer de uma deficiência, por muito grave que esta seja, que a sua vida é menos digna, como se a vida humana pudesse perder dignidade com a deficiência. A sua sobrevivência será um peso para a família, para as estruturas familiares e para a sociedade em geral - não o podemos negar. Mas é uma exigência do respeito pela dignidade da pessoa humana e um desafio ao amor e à solidariedade autênticas, um desafio que até aqui tinha sido acolhido com todo o empenho pelas religiosas que cuidavam de Eluana desde há vários anos. É grave e triste que a dimensão e importância desse desafio não tenham sido compreendidos. A questão diz respeito à vida e à pessoa de Eluana, mas também aos valores da vida humana em geral e da dignidade da pessoa deficiente nas nossas sociedades. Juiz

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Portugal no seu melhor - Segurança nos Tribunais

Portugal no seu melhor
Rui Moreira - 20090216

A ideia de que não se consegue impor a segurança nos tribunais é sinal de que Estado está a demitir-se de funções básicas. O tema da segurança nos tribunais, que já aqui abordei, teve desenvolvimentos. Como os juízes ameaçavam parar, e perante a onda de assaltos aos tribunais, o Governo decidiu, enquanto prepara outras medidas, mandar retirar as caixas de multibanco aí existentes, porque reconheceu não ser capaz de impedir que sejam assaltadas.A solução é digna da nossa melhor tradição: como os tribunais são inseguros, e em lugar de resolver o fundo da questão, o que é caro, difícil e impopular, afasta-se de lá o engodo que atrai os larápios. Resta saber se, para aplicar a medida, o Governo irá também utilizar outdoors recomendando aos ladrões que passem ao lado e escolham melhor sítio para assaltar...Claro que, e infelizmente, a receita começa por ser incompleta, já que o furto não é o único móbil, nem a fonte de toda a insegurança nos tribunais. O homem que há dias se automutilou cortando um dedo com o cutelo que trazia na pasta, podia muito bem tê-lo utilizado, caso o tivesse entendido e o desespero o levasse a tanto, para atacar a juíza que presenciou a tragédia e cuja decisão justificou tão tresloucado acto. Ora, seguindo a mesma lógica, talvez o Governo opte agora por desincentivar as acções de vingança, retirando os funcionários judiciais, os advogados, os magistrados e os juízes, já que, bem vistas as coisas, são eles que dão causa e azo a este tipo de perturbações, ficando a faltar depois, e por fim, emparedar os edifícios dos tribunais.A ideia de que não se consegue, sequer, impor a segurança em espaços de soberania como são os tribunais, ou proteger um órgão de soberania como são os juízes, é um sinal de que o Estado está a demitir-se de funções básicas. O Estado antigo, cuja razão de ser passava pelo monopólio da força, está a ser substituído por um novo Estado, apostado em novas funções e métodos, mas que deixa aos cidadãos a sensação de que quem quer justiça e segurança tem que as garantir pelas próprias mãos.Este Estado residual e neomedieval, em conflito de poder com as outras forças, que oferece alguma protecção, mas que disfarça aquela que não dá através de artifícios e métodos vários, é um Estado fraco perante os mais fortes, mas mais forte com os fracos. E, para que estes não percebam o que está em jogo até que o resultado seja irreversível, serve-se-lhes o facilitismo, devidamente divulgado e disfarçado por artes de marketing e de comunicação social.É o que acontece nas escolas, onde se deixou de avaliar os alunos para se avaliar os professores. É o que acontece com a fantasiosa formação profissional onde se propõe o Curso de Jogador de Futebol, que garante a equivalência escolar ao 9º ano a candidatos com o 6º ou 7º ano de escolaridade, sem que estes precisem, sequer, de se federar ou ter jeito para chutar a bola.São exemplos da moderna governação, que vai construindo o novo Estado com mestria: com medidas suaves como esta, que entorpecem o povo e que servem à perfeição para melhorar as estatísticas. O azar é que é por estes caminhos que se anda para trás, que se dissolve o Estado de direito e se colocam em causa conquistas básicas de liberdade, de democracia e de civilização. Economista

Segue o teu destino - Ricardo Reis

Segue o teu destino

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Ricardo Reis

Mar Português - Fernando Pessoa

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa, in Mensagem

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A vitima


Começou a campanha de vitimização do Sr. Pinócrates, desculpem, ele não gosta de ser chamado assim, o Sr. Secretário-Geral do PS!!!
Ontem, na Assembleia da República, todas as perguntas a ele dirigidas eram ofensas pessoais e imagine-se começou a ter gaguez o Sr.1º Ministro na resposta às perguntas mais incómodas. Perdeu a compostura e já revela sintomas de quem está de cabeça perdida, já não tem a mesma fluídez de pensamento socrático, porque será? Estará com a cabeça em Alcochete, desculpem, nas nuvens?
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Medo e Cobardia - Helena Matos - Público

Medo e cobardia
Helena Matos

É este espírito de medo, falta de princípios e cobardia que se incute diariamente nas escolas aos nossos filhos? É."Uma menina de 10 anos teve que receber tratamento depois de ter sido espancada. Agressão foi praticada na própria escola [Escola Básica Integrada do Monte da Caparica, em Almada] e os agressores apontados pela garota são quatro alunos, seus colegas. A GNR investiga o caso." Jornal de Notícias, 8 de Fevereiro

"A PSP vai comunicar ao Ministério Público a agressão sofrida, esta terça-feira, por um professor de Inglês da Escola Básica 2-3 Dr. Francisco Sanches, de Braga, que ficou a sangrar abundantemente depois de esmurrado pelo tio de um aluno, disse à Lusa fonte da corporação." Portugal Diário, 11 de Fevereiro

Estas são duas notícias recentes de agressões em escolas portuguesas. Em qualquer escola do mundo, pública ou privada, pode acontecer uma agressão. Mas o que está a acontecer em Portugal não é nada disso. À semelhança dos desastres de avião que frequentemente resultam não dum grande problema mas sim dum somatório de falhas que isoladamente não têm grande importância mas em conjunto desencadeiam a catástrofe, também uma leitura deste tipo de notícias permite concluir que algo de profundamente anormal está a acontecer nas escolas públicas, em Portugal. Por exemplo, no caso da agressão à menina na Escola Básica Integrada do Monte da Caparica, em Almada, verifica-se que a aluna foi agredida dentro da escola, durante uma hora. Nem funcionários nem professores deram por isso. Uma hora é muito tempo. E cinco crianças, isto a contarmos apenas a agredida e os agressores, envolvidas numa cena destas fazem uma certa algazarra. Mas admitamos que tal pode acontecer. Em seguida a criança agredida saiu da escola acompanhada por dois colegas, o que quer dizer que, pelo menos, entre os alunos já corria informação sobre a agressão. A menina tinha a roupa cheia de lama, sangue na boca e a cara esfolada. Mas saiu da escola, durante o período escolar, e repito: durante o período escolar, sem que qualquer funcionário ou professor considerasse que devia intervir. Ou teremos de admitir que uma criança neste estado consegue atravessar as instalações escolares e passar pela portaria sem que professores ou funcionários a vejam? É difícil entender que tal aconteça, mas admitamos que estava muito nevoeiro ou que estavam todos a contemplar o céu e logo também isto pode ser possível. Chegada a casa, a criança foi levada ao Hospital Garcia de Orta, cujo relatório citado pelo Jornal de Notícias diz o seguinte: "Criança de 10 anos, sexo feminino, vítima de agressão física por parte de quatro colegas da escola, todos com 11 anos. Hematoma facial esquerdo, dor abdominal e dorsolombar difusa, escoriações em ambas as palmas das mãos e lombares". Face a este relatório, a "GNR investiga o caso". Cabe agora perguntar o que faz a GNR no meio disto? Em relação aos agressores que nem sequer têm 12 anos não podem fazer nada. E sobretudo o que sucedeu naquela escola e está a suceder um pouco por todo o país é uma sequência de desresponsabilização por parte de professores e funcionários: não ver, não intervir, olhar para o outro lado tornaram-se a estratégia de sobrevivência numa escola sem autoridade nem prestígio. Na evidência dos hematomas ou das filmagens com telemóvel abre-se então um inquérito e apresentam-se queixas na polícia, como quem lava as mãos.Passando para o caso da agressão a um professor numa escola de Braga, nota-se exactamente o mesmo receio de intervir: um homem entra numa escola ameaçando bater num determinado professor. Não consegue e espera-o à saída da escola, tendo concretizado a agressão à saída, perante várias testemunhas. Não conheço qualquer outro local de trabalho, além das escolas portuguesas, onde uma pessoa ameaçada saia do seu local de trabalho sem que alguns colegas o acompanhem.É este espírito de medo, rebaixamento, falta de princípios e cobardia que se incute diariamente nas escolas aos nossos filhos? É. O vazio de autoridade nas escolas levou a isto: chama-se a polícia e abrem-se processos judiciais para tentar intervir em situações que um conselho directivo devia ter meios para resolver. Para cúmulo, deste ambiente perverso que levou à criminalização do quotidiano prometem-se agora câmaras de videovigilância para 1200 escolas. Alega o ministério que o Plano Tecnológico da Educação vai dotar as escolas de computadores, quadros interactivos e videoprojectores por cuja segurança estas câmaras irão zelar. Apanhando o comboio, muitas escolas esperam também que as câmaras dissuadam alguns actos de violência. Mas, como todas as semanas notícias como estas confirmam, o problema não é não ver. É não querer ver. Ou ter medo de ver. Quantos adultos viram aquela criança ser agredida na Escola Básica Integrada do Monte da Caparica? Nenhum? E nenhum a viu sair da escola com lama e sangue na cara? Ninguém viu o agressor à espera do professor de Inglês à porta da Escola Básica 2-3 Dr. Francisco Sanches, de Braga? O que fez falta nestas escolas não foram câmaras de videovigilância. O que fez falta foi não ter medo de assumir responsabilidades. Jornalista a Coelhos. Nem mais nem menos. No novo imaginário da luta de classes eis o que somos: coelhos. Num momento do seu discurso na convenção do BE que alguns considerarão menos inspirado, Francisco Louçã recorreu à imagem dos "coelhos numa cova" fazendo coelhinhos para, por contraponto, ilustrar a improdutividade do capital cujas notas nada produzem.Esta abordagem do capitalismo enquanto algo artificial por contraponto à boa Natureza, dotada duma espécie de socialismo primitivo, não tem nada de novo.Por outro lado, também não é novidade para ninguém que os coelhos são o protótipo da Natureza de peluche pronta a consumir pelos jovens urbanos do BE. Mas o que é verdadeiramente interessante nesta frase de Louçã é que ela confirma a deslocalização das causas de esquerda do campo da ideologia para o da biologia.O BE não sabe o que fazer com a luta de classes e não cativa os sindicalistas. Os seus dirigentes preferem denunciar a globalização pela voz de activistas que saltitam de congresso internacional para manifestações aonde chegam após passagem pela América Latina, Gaza e Bruxelas.O corpo e não o capital ou o trabalho é, para o BE, o território onde se determina o que é e não é de esquerda. Donde vermos o casamento, a reprodução e a morte tornarem-se as linhas em torno das quais Louçã e os seus prosélitos organizam o seu activismo. Agora será o casamento dos homossexuais, a que se seguirá a eutanásia e seguidamente o problema da inseminação das lésbicas ou poderá ser tudo isto por outra qualquer ordem, pois o que realmente conta é fazer de cada um de nós um láparo enfiado numa cova à espera que Louçã nos abra os olhos.A coelheira tem ainda a extraordinária vantagem de funcionar como o território festivo onde o PS e o BE se encontram. É na coelheira e seus activismos que PS e BE criam aquele mínimo denominador místico comum que lhes permite, em tempo de coligações e acordos, andar por aí dizendo que são de esquerda, como outros dizem que vão a Meca ou ao beija-mão ao Papa, e sobretudo tentarem anatemizar todos aqueles que não pensam como eles.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sermão de vegetais


Sermão do tomate à couve-flor!

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O Demagogo Sócrates...

Alexandre Soares dos Santos

A crise é agravada pela "demagogia intolerável do primeiro-ministro"
Alexandre Soares Santos, que foi esta manhã um dos oradores do Congresso da Associação Portuguesa das Empresas Familiares, fez uma intervenção muito dura, distribuindo críticas às confederações empresariais, aos partidos políticos, aos sindicatos e ao primeiro-ministro.


Alexandre Soares Santos, que foi esta manhã um dos oradores do Congresso da Associação Portuguesa das Empresas Familiares, fez uma intervenção muito dura, distribuindo críticas às confederações empresariais, aos partidos políticos, aos sindicatos e ao primeiro-ministro.

“Chegou a altura de dizer basta, de nos organizarmos porque a iniciativa privada em Portugal não tem ninguém que a represente minimamente. Existem umas tantas confederações que não são mais que emprego certo para umas tantas pessoas. Não falam por nós, estão ligadas ao poder e só nos prejudicam. Temos que ser uma voz activa independente”, sublinhou o responsável.

No actual contexto, a crise financeira, acrescenta Alexandre Soares dos Santos, será a mais fácil de resolver e o tempo disso se encarregará. Mas para o fundador da Jerónimo Martins, Portugal enfrenta outras crises muito mais graves e que são “importantíssimas”.

“Enfrentamos uma crise social enorme que está a ser ainda pior devido à acção dos políticos. Ainda no outro dia ouvi um político na televisão a falar do capital como uns malandros que tudo estragam e nada estão a fazer. Esquecem-se que 25 de Abril houve um, não dois. A iniciativa privada não tem que aturar isto e, se assim for, passem muito bem que nós temos para onde ir.”

A crise, diz também, é ainda agravada pela “demagogia intolerável do primeiro-ministro”, quando vem falar em como os ricos deveriam ajudar os pobres. José Sócrates anunciou no fim de semana que pretende aliviar a carga fiscal da classe média.

Também os sindicatos foram alvo da crítica de Alexandre Soares dos Santos. “É pena que tenhamos sindicatos que incentivam à greve numa altura em que as empresas estão mal. É uma atitude retrógrada e cretina e que mais que prejudicar o país prejudica os associados sindicais”, lamentou.

Por fim nem o Parlamento escapou à onda de críticas do empresário. “Temos um parlamento que nada discute, nada controla”.

Lá está ele na AR a mentir...


Esta tarde lá está o demagogo a falar na Assembleia da República.
Tem uma carinha boa para...
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E o burro sou eu....


O ex-treinador do Chelsea FC foi para o desemprego com uma mão à frente e outra atrás só com 17 milhões de euros!!!
E o burro sou eu

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Agora escolha...

Eu já escolhi o "Conta-me como foi..." lembra-me a minha infância!!!

Conta-me como foi... e como não foi
Nuno Pacheco
Neste domingo, foi assim: espreitava-se a RTP1, e lá estava a família Lopes, a braços com bizarrias e estranhos costumes do Portugal de há quarenta anos; mudava-se para a SIC e, em vez disso, via-se Salazar em versão soft, caído de amores por tentadoras odaliscas. Resumindo: de um lado, a ditadura a dizer adeus, aos poucos, Salazar de saída, Marcelo de entrada, a guerra na mesma e um imenso lote de novidades a mudar os hábitos. Do outro, um António de Oliveira libidinoso, deixado cair em tentação até o livrarem do mal, um Mr. Hyde pinga-amor de um Dr. Jekyll sisudo e sensaborão.O Conta-me Como Foi mostra o que mudou naqueles tempos: televisão e máquina de lavar roupa a invadirem os lares, o automóvel mais acessível, os apartamentos para vender, e tudo isto em suaves prestações mensais, para não doer muito. E a mini-saia, o biquíni, a boca-de-sino, calças para as mulheres e tudo o mais que por aí vinha, ainda com algum decoro pueril mas já a querer saltar a barreira do impossível. Impossível? Não para os chefes. O engenheiro Ramires do Conta-Me tem (tinha que ter, era uma instituição) uma amante às ordens na empregada da imobiliária. E o ditador António de Oliveira Salazar, retratado na série da SIC, lá ia debicando amores no intervalo das decisões mais espartanas e solenes sobre o presente e o futuro da Pátria.O problema é que se as aventuras dos Lopes, do Fánan, do Camões, do padre Antunes, da menina Emília ou da dona Vitória nos oferecem alguma verosimilhança social e temporal, fazendo com que o espectador dificilmente desgrude da série, já A Vida Privada de Salazar mostra o retrato surreal de um Salazar que mais parece uma caricatura envelhecida do Brando de Um Eléctrico Chamado Desejo, já a meio caminho do tortuoso Apocalypse Now, do que o ditador das Finanças de Santa Comba.
Será que isso importa? Para quem vir a série despreocupadamente, talvez não. Mas para quem procurar nela mais do que um entretenimento televisivo nocturno, esta Vida Privada fica muito abaixo de crível. Não pelos factos ou pelos romances do ditador, já antes tratados em livros (como, por exemplo, o de Felícia Cabrita, Os Amores de Salazar), mas pelo "embrulho" fluido e quase caricato em que os meteram. Por falar em embrulho: a série começa com Salazar a ser retirado da banheira pela governanta, nu, sugerindo que a célebre queda da cadeira foi afinal um fanico no banho. Não se percebe a tese aquática. Talvez porque de tragédias em banheiras ainda tínhamos parca herança: o assassinato de Marat, na turbulência sangrenta da Revolução Francesa, a morte em Paris de Jim Morrison ou a agonia fatal do poeta Vinicius de Moraes.
Nada disto deve importar, realmente. Mas com tal Salazar à solta, bem diferente do ultramontano que nos fez penar, o outro volta à ribalta pela porta grande. E a televisão é o veículo adequado: não foi nela que o escolheram, com 42 por cento dos votos, como o maior português de todos os tempos, à frente de D. Afonso Henriques ou D. João II? Por estas e outras é que, quando se esbarra na Internet com o site da Fundação do dito se lê: "Fundação (do fascista) Oliveira Salazar; Portugal não esquece (a ditadura fascista)". E, mais abaixo, a vermelho, como nos acrescentos a itálico: "Este site foi visitado por um antifascista. Por enquanto não apaguei nada. Mas tomei conta do site. Saibam seus fascistas da treta que vos tenho debaixo do olho!..." Por enquanto? Terá espreitado a SIC, domingo à noite? Jornalista

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

While my guitar gentlly weeps - letra

I look at you all see the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps
I look at the floor and I see it need sweeping
Still my guitar gently weeps

I don't know why nobody told you
how to unfold you love
I don't know how someone controlled you
they bought and sold you

I look at the world and I notice it's turning
While my guitar gently weeps
With every mistake we must surely be learning
Still my guitar gently weeps

I don't know how you were diverted
you were perverted too
I don't know how you were inverted
no one alerted you

I look at you all see the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps
I look at you all
Still my guitar gently weeps

While my guitar gently weeps - George Harrison



O melhor de George Harrison!!!

O meu SLB...


Ontem, por opção, não vi o jogo e não o vi porque sabia no meu intímo que qualquer "coisa de extraordinária" iria acontecer e não é que acertei!!!!
Infelizmente, no Portugal de hoje premeia-se a corrupção, a falta de verdade desportiva, e reina a mesquinhez e a mediocridade.
Os anfitriões entre muitas indelicadezas tiveram o anti-desportivismo de:
1- Não hastear a bandeira do SL e Benfica no seu estádio (conforme é do regulamento da Liga)
2- Não anunciaram a equipa SL e Benfica.
3- Nos paineis do estádio o emblema do SL e Benfica era claramente mais pequeno do que o do clube anfitrião.
4- No final do jogo quando a equipa do SL e Benfica se dirigia para junto dos seus adeptos foi "presentiada" com paus de bandeiras (sinal de grande desportivismo por parte dos adeptos do clube anfitrião).
Esta será das raras vezes que comentarei aqui algo relacionado com o futebol, mas tristemente constato que o dito "desporto-rei" é o reflexo do país que temos um pais que premeia que infringe, quem não cumpre a lei, quem mente. Constatei ontem, que o meu interesse pelo futebol está a esmurecer e que mais cedo do que imaginava eu irá desaparecer porque assim, com o constante desvirtuamento dos resultados desportivos não há quem aguente assistir a um jogo do campeonato português.
P.S - Sou assinante da Sportv porque gosto de desporto, e particularmente de futebol bem jogado e sem "truques" de arbitragem como o futebol inglês.
Viva Sport Lisboa e Benfica (clube português com mais títulos e adeptos, por muito que doa a muitos!!!)


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O caso Freeport e as sondagens - Pedro Magalhães

Para reflectir esta opinião do politólogo Pedro Magalhães hoje publicada no "Público"
O caso Freeport e as sondagens
Pedro Magalhães
O mundo dos jornalistas, políticos e comentadores não é representativo daquele em que vive a generalidade dos portugueses
No seguimento das notícias das últimas semanas sobre a actuação do primeiro-ministro no caso Freeport, as primeiras sondagens que pudessem medir os efeitos da controvérsia sobre as intenções de voto dos eleitores eram esperadas com alguma curiosidade. Os primeiros resultados já aí estão e parecem, à primeira vista, intrigantes. Das quatro sondagens divulgadas que permitem alguma espécie de comparação entre o pré e o pós-Freeport, apenas uma indica uma diminuição significativa das intenções de voto no Partido Socialista, ao passo que as restantes (incluindo as duas mais recentes) sugerem estabilidade geral. Descontando a habitual - e habitualmente infrutífera - discussão sobre a "seriedade" e a "manipulação" das sondagens, já levantada a este propósito pelo PSD, importa tentar perceber o que isto quer dizer sobre a opinião pública. A verdade é que o caminho que vai entre a existência de notícias que colocam em causa a seriedade da actuação de um líder político e quaisquer mudanças no comportamento eleitoral é muito mais longo e sinuoso do se possa supor. Em primeiro lugar, é preciso que os eleitores convertam um tema da agenda pública num tema da sua "agenda política pessoal". Não é evidente que isso já tenha acontecido para a generalidade dos eleitores. Numa sondagem da Universidade Católica (que coordenei) conduzida até ao passado dia 1 de Fevereiro, apenas metade dos eleitores diziam ter seguido o caso com "muito" ou "algum" interesse. Os restantes dividiam-se entre manifestações de pouco ou nenhum interesse ou mesmo de ignorância sobre o assunto. O mundo em que vivem jornalistas, políticos e comentadores - o da "opinião publicada" - não é representativo daquele em vive a generalidade dos portugueses. E sem exposição e atenção à mensagem não pode haver mudança de atitudes. Em segundo lugar, é preciso que os eleitores expostos à informação formem um juízo sobre o tema. Contudo, muitos, aparentemente, ainda não o terão feito. Na mesma sondagem, na questão de saber se acreditavam nas afirmações do primeiro-ministro sobre a inexistência de favorecimentos no processo do licenciamento do Freeport, cerca de um terço daqueles que tinham ouvido falar do caso não tinham ainda formado uma convicção sobre o assunto. E mesmo os que o tinham feito, fizeram-no em grande medida na base das suas predisposições políticas prévias. Alguns dos dados mais curiosos a este respeito resultam do cruzamento entre as simpatias partidárias dos eleitores e as suas opiniões sobre a actuação do primeiro-ministro: 70 por cento dos simpatizantes do PS que tinham formado uma convicção sobre o assunto acreditavam em José Sócrates, ao passo que 75 por cento dos simpatizantes de partidos da oposição não acreditavam. Como deveria ser óbvio, os eleitores não são receptáculos vazios onde se pode depositar as ideias que muito bem se entenda. Têm predisposições e atitudes prévias que servem de filtros da informação a que são expostos e os levam, quando chamados a pronunciar-se sobre um assunto, a seleccionar algumas considerações sobre ele com maior probabilidade do que outras. Importante, deste ponto de vista, é a capacidade de fornecer aos eleitores uma narrativa que os deixe insensíveis em relação às mensagens negativas. Muitos, incluindo eu próprio, poderão ter ficado inicialmente perplexos quando as notícias sobre uma investigação de uma força policial de um país estrangeiro foram descritas pelo PS como parte de uma "campanha negra". Mas a verdade é que o argumento colou junto dos simpatizantes socialistas: 80 por cento dos que manifestaram opinião sobre o assunto acreditam na existência dessa campanha. E diga-se que a ideia ganhou credibilidade acrescida à medida que alguns meios de comunicação social foram divulgando notícias que resultaram de supostas "investigações" sobre a família do primeiro-ministro, a sua vida privada e os seus negócios, algumas delas já entretanto desmentidas. Como o caso Lewinsky mostrou nos Estados Unidos, até a revelação de que um líder político faltou à verdade pode ser insuficiente para mudar as opiniões dos eleitores quando vinga entre eles a percepção de que as notícias resultaram de objectivos igualmente censuráveis. Os obstáculos que a exposição diferencial à informação e as predisposições prévias dos eleitores colocam à mudança de atitudes já seriam suficientemente importantes para mitigar expectativas de que o caso Freeport pudesse ter reflexos imediatos nas intenções de voto. Mas há mais. Essas expectativas partem do princípio de que há uma relação directa entre a avaliação que é feita dos líderes políticos e o comportamento eleitoral. Contudo, por um lado, essa avaliação é apenas um dos muitos factores que influenciam as decisões dos indivíduos, competindo com outros factores de curto e de longo prazo, tais como as preferências ideológicas, a simpatia partidária, a avaliação da situação da economia ou a percepção da existência de alternativas. Por outro lado, os universos em relação aos quais as avaliações dos líderes políticos e as intenções de voto são medidas nas sondagens são diferentes. Quase todos os eleitores são capazes de exprimir um juízo qualquer sobre a simpatia que lhes inspira um político ou a avaliação da sua actuação. Mas são bastante menos aqueles que exprimem uma intenção de voto. De resto, à luz das eleições anteriores, é bastante provável que pelo menos um terço deles acabe por não votar. E os que exprimem agora uma qualquer intenção de voto tendem a ser, precisamente, aqueles que dispõem das predisposições políticas mais claras com que filtram e processam a informação. Isto não implica que o caso Freeport venha a ser irrelevante nas eleições de 2009. O anterior "caso da licenciatura" teve de facto reflexos nas sondagens, imediatos no que respeita à popularidade do primeiro-ministro e mais lentos e mitigados no que respeita às intenções de voto no PS, marcando o início de um lento declínio que só em Outubro passado - com a crise económica - tinha sido invertido. Mas talvez ajude a mostrar a ingenuidade das expectativas de que este caso teria de produzir efeitos imediatos nas sondagens eleitorais. Agitar agora ideia da "manipulação das sondagens", tal como sucedeu com a ideia de uma "campanha negra", faz parte normal da luta política, e até pode ajudar alguns eleitores a racionalizarem os resultados e reforçarem as suas convicções. Mas não muda a realidade da actual correlação de forças na opinião pública. Politólogo

Mar de Chamas


Infelizmente, a natureza não está a ajudar os bombeiros australianos no combate aos incêndios em Victoria, Australia.
Ontem a temperatura ambiente rondou os 50º e hoje apesar da descida de temperatura ela ainda se situa nos 42º.
Força, rapazes!!!
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O Perfeito Anormal...


Não é normal em vida democrática fazer declarações como aquela que o Sr.SS fez na passada 4ª feira.
O poder subiu-lhe à cabeça e agora quem o convençe que ele é um mero mortal eleito pelo povo.
Julga-se Deus, mas não passa de um pobre diabo!!!
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O Lello ou a história de um incompetente



Este Sr. Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República (mais um tachinho) é uma figurinha! Bem treinado pelo seu mentor Major "Valentão" do Boavista, lá deixou cair mais uma pérola, diz que os militantes do PS que criticam são os que não tem iniciativa. Infelizmente, este incompetente, ignorante e traoliteiro membro do "aparelho" socialista não tem espelhos em casa para se poder ver e aquilatar da sua real e visivel imbecilidade. Este é outro a quem o povo português em Outubro vai "varrer" da nossa vista. É porque este senhor e o sr. Santos Silva (SS) vão traulitar para outro lado.
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

E a Deborah disse bravo! - Santana Castilho

E a Deborah disse bravo!
Santana Castilho

Os avaliadores internacionais não consideraram nenhum dado estatístico que tenha escapado às matrizes oficiais
Na semana passada, "a Deborah" veio a Lisboa dizer-lhe bravo! Ele tratou-a com a intimidade que as aspas sublinham, embora nunca a tenha visto na vida. Deu um murro no púlpito, repetiu o bravo e atirou-se à oposição. Depois despediu-se da ministra da Educação com um pretérito circunstancial "foi um prazer trabalhar consigo". Como no sambinha, "morreu" na segunda-feira, atrapalhando o debate: a oposição chamou-lhe mentiroso. Afinal, o relatório não era da OCDE.
A cena macaca não surpreende. Estamos habituados. Mas a macacada da cena merece comentário, até porque a pagámos a bom preço. A coisa não é um relatório de avaliação séria e credível. É um mero texto opinativo, de estilo duvidoso. Pouco me importa o currículo dos autores, quando as 93 páginas que produziram são de uma pobreza que dói. Vejamos porquê. As fontes documentais (anexo 2, pg. 89) são todas do Ministério da Educação. Nem uma das milhares de páginas que se escreveram, em oposição à política do Governo, mereceu a atenção dos peritos internacionais. A informação de enquadramento (pg. 13) é, pois então, um relatório "excelente" (sic, pg. 13) preparado para os peritos independentes pelo... Ministério da Educação e "um impressionante conjunto de dados" (sic, pg. 13) fornecidos pelo... Ministério da Educação. Os independentes internacionais não se deixaram enquadrar por nenhum dos livros publicados no período sobre as matérias em análise, por nenhum documento produzido em sede da Assembleia da República ou Conselho Nacional da Educação, por exemplo, associações científicas, profissionais ou sindicais, muito menos por dados estatísticos que tenham escapado às matrizes oficiais. Mas, para além de glosarem o "excelente" relatório e cavalgarem o "impressionante conjunto de dados", que mais fizeram os avaliadores internacionais? Passaram seis dias (pg. 26) em Portugal. Leram bem! Seis dias. E nesses seis dias tiveram tempo para fazer 14 reuniões, ouvir 58 pessoas (pgs. 87 e 88) e viajar pelo país em visita a 10 escolas. A resistência física dos avaliadores fica demonstrada. Mas o carácter epidérmico dos contactos a que procederam, também. A esmagadora maioria das pessoas com que se encontraram são altos quadros do Ministério da Educação. Dos quatro académicos que constam da lista, independentemente da respeitabilidade científica e profissional que merecem, três, pelo menos, são normais apoiantes das políticas do Governo e do partido político que o suporta. Das câmaras municipais inquiridas, seis são do PS. E na outra pontifica Valentim Loureiro, publicamente conhecido pela vassalagem a Sócrates e à ministra da Educação. A qualidade dos instrumentos de avaliação depende sempre de um conjunto vasto de variáveis. Mas há regras mínimas que, quando não cumpridas, como no caso vertente, abrem legítimo campo à suspeição de pré-ordenação para servir determinados resultados. Nesta avaliação, os factos demonstrados são substituídos por indícios intuídos. Nesta avaliação evocam-se com lisonja inusitada resultados que não estão sustentados por testagem independente, nem nada permite que se relacionem com as políticas que foram seguidas. As regras básicas do aleatório para as escolhas ou da representatividade para as amostras foram, tão-só, ignoradas. E isto é grave! Não é bravo!Este escândalo já tem segunda edição em marcha, com a anunciada entrega da avaliação dos cursos profissionais das escolas públicas a outra turma de independentes. Aí, como aqui, percebemos porquê: é preciso branquear mais uma mistificação. Com alguns dos muitos milhões que se inscreveram no Orçamento do Estado para pagamento de serviços a consultores externos, sempre se arranjará nova Deborah, que grite ao vento do CCB outro bravo. Professor do ensino superior

Longevidade e outros negócios - Nuno Pacheco

Ipsis verbis aquilo que penso sobre Hugo Frías Chavez e todos os ditadorzecos que polulam por este nosso planeta...
Longevidade e outros negócios
Nuno Pacheco
Olhar para o poder em ciclos de dez anos é já bastante confortável para um político de carreira, mas vê-lo em décadas renováveis é um luxo a que poucos se podem dar. Hugo Chávez, por exemplo. Eufórico, talvez inspirado no Mostrengo de Pessoa ("Aqui ao leme sou mais do que eu: sou um Povo que quer o mar que é teu"), exclamou: "Eu já não sou eu, eu sou um povo, pertenço-vos. E se o povo venezuelano decide que governarei até ao ano 2050, governarei!" O mar de gente exultou. Afinal, não é extraordinário poder desfrutar da companhia de Chávez até ele ter... vejamos, 96 anos? Não é espantoso poder contar com um líder assim, disponível para se multiplicar por décadas com a mesma facilidade com que abraça o frágil Fidel?O que lhe falta? Muito, diz ele: "Agora começa o período 2009-2019 e depois 2019-2029, 2029-2039, 2039-2049." Houve logo, naturalmente, quem viesse acusá-lo de ditador. Tanto melhor para ele. Na verdade, se conseguir os votos que pretende para se tornar perpétuo, isso será, mais do que um golpe político, um elixir da juventude. Porque, reza a história, já vários ditadores morreram no seu posto, eternizando-se até a saúde lhes pregar a inevitável e fatal partida. No dia a seguir ao enforcamento de Saddam (que não teve a sorte de morrer no cargo, como se viu), a Agência France-Press fez um apanhado dos que aqueceram a cadeira até quase ao último suspiro: Estaline, traído por um derrame cerebral; Mao, finado por "causas desconhecidas" aos 82 anos; e Salazar, Franco e Kim Il-Sung por fragilidades de corações que eram duros noutras coisas.
Para Chávez será, calcula-se, a via mais à mão para se imaginar eterno. Mas qualquer vulgar cidadão tem formas de perpetuar a existência, mesmo que de maneira puramente ilusória. Vejam-se os bilhetes de identidade: quem os renovou, por exemplo, em 2006, pode ler no verso, como prazo de validade, 2017. E se o cartão o garante, quem somos nós para contrariá-lo? A ele ou à Carta de Condução, por exemplo, que nos concede mais uns largos aninhos? Mas além dos cartões, com datas de caducidade por vezes bem generosas, há métodos ainda mais eficazes: os empréstimos para habitação, por exemplo. Há-os a 15, 20, 35 ou 40 anos, o que, somado à idade de quem os pede, dá bonitas somas, às vezes irrealizáveis. Mas enfim: é bonito ver impressa uma data em que é suposto um sujeito estar vivo, mesmo que o futuro a torne caduca mais cedo.
Será um bom negócio, o de fingir vida longa com tais truques? Para Chávez talvez seja, embora por motivos que hão-de atormentar os seus concidadãos. Mas há negócios igualmente rentáveis, embora mais estranhos. Uma jovem estudante norte-americana de 22 anos resolveu, por instinto sociológico, pôr à venda a sua virgindade num leilão cibernético. A princípio queria só saber como reagia o seu, digamos, "público-alvo". Mas agora mudou de opinião e talvez aceite mesmo sujeitar-se à licitação mais alta (há um empresário australiano que oferece quase 3 milhões de euros pela "experiência"). Se a moda pega, o século ganhará um novo tipo de "negócio", em desleal concorrência com os velhos bordéis.A par desta sórdida perspectiva, outro negócio se insinua possível: o dos sapatos-arma. Depois de Bush ter sido alvejado com dois, no Iraque, ontem alguém atirou com outro, mais desportivo, ao primeiro-ministro da China durante uma conferência em Cambridge. Não tarda, haverá quem fabrique sapatos já com aerodinâmica e peso destinados à função. Substituiriam nas contendas, com vantagem, balas e rockets. Que matam muito, mas não se calçam. Jornalista

O dever de regatear - MEC

O dever de regatear
Miguel Esteves Cardoso

2009-02-04

Há muitas culturas em que é um insulto não regatear. Nós, armados em finos, achamos que é uma peixeirada. Nós estamos enganadíssimos. Há muitas culturas em que é um insulto não regatear. Nós, armados em finos, achamos que é uma peixeirada. Nós estamos enganadíssimos. E nós não vamos longe se nós continuarmos assim. A nossa pobreza envergonhada é má para a nossa economia. Armarmo-nos em ricos mas não comprarmos ou vendermos porque não ajustámos os preços é que é uma desgraça.

É urgente regatear. O vaso custa 500 euros. Ofereça 200. Discuta o preço. A primeira coisa que descobrirá é que os lojistas gostam de regatear. E não é só porque vendem mais coisas, em vez de ficarem ali com o dinheiro escrito na etiqueta, por muito impressionante que seja a quantia.
Regatear humaniza. Aproxima as pessoas. Estamos todos no mesmo barco e é bom reconhecê-lo e fazer graça (e negócio) com isso. É tirar partido da situação e aproveitar melhor os recursos disponíveis. Regatear é democrático; desfaz a poeirenta pseudo-hierarquia do cliente e do vendedor e recoloca ambos num mesmo plano de igualdade. É por isso que não regatear ofende: é recusar "descer ao seu nível"; é desdenhar qualquer comunicação; qualquer intercâmbio que não seja a troca de bens por dinheiro.
Nem se pense que há coisas que não são regateáveis. Façamos com as coisas pequenas (torradeiras e rosas) o que fazemos com as grandes (casas e carros). Regatear é um dever porque movimenta dinheiro que doutra forma ficaria parado. Mas também pode ser um prazer para quem gosta de jogar e, sempre que pode, ganhar.
E quem não quiser regatear, olhe, que leve a taça.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

José Pinócrates...

 


Este moço está cada vez mais "entalado", é a crise, as mentiras na Educação que já não colam, o desemprego a subir vertiginosamente (aqui a culpa não é só dele, faça-se justiça!), enfim, o sonho acaba em Outubro.

Mais neve...

 


Estatua da Cibeles (Madrid)

Neve em Madrid

 


Parece "pancada", mas eu adoro o Inverno (e este está sendo particularmente rigoroso)!!!

Neve também em Paris

 


Jardin du Luxembourg

Nevão em Londres

 


O Al Gore é que era um profeta da desgraça!!!

Parabéns menino Félix



Parabéns a Felix Mendelssohn pelos seus 200 anos!!!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

As lágrimas de um grande campeão ... Roger Federer



O melhor jogador de ténis de todos os tempos!!!