sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

É isso aí - Ana Carolina

É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre

É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

É isso aí
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar

A Conspiração - Vasco Pulido Valente

No "Público" de hoje...

A conspiração

Vasco Pulido Valente


O"caso Freeport" absorveu toda a política portuguesa e toda a diligência de todo, ou quase todo, o jornalismo português. Compreendo muito bem esse entusiasmo. Infelizmente, para meu mal, tenho uma aversão a "escândalos" sejam de que espécie forem e uma incapacidade nata para os perceber.O"caso Freeport" absorveu toda a política portuguesa e toda a diligência de todo, ou quase todo, o jornalismo português. Compreendo muito bem esse entusiasmo. Infelizmente, para meu mal, tenho uma aversão a "escândalos" sejam de que espécie forem e uma incapacidade nata para os perceber. A história do tio, do primo, do licenciamento, do prazo, do e-mail, da carta, da empresa, do intermediário, do processo e por aí fora é, para mim, puro mistério e um objecto de absoluto desinteresse. Sempre que ouço a palavra "Freeport" desligo a televisão ou paro de ler. Não porque não ache importante saber se o primeiro-ministro se portou ou não como devia, mas porque desde o princípio me perdi no meio da embrulhada. Como aconteceu, presumo, a dois terços do país.Só que o alvoroço que por aí se levantou não é inócuo. As coisas passaram o limite do que pode ser esquecido e arrumado. Mesmo que se esclareça até ao último pormenor, o "caso Freeport" nunca deixará de pesar sobre Sócrates - com razão ou sem ela. O cidadão comum, que partilha com orgulho a minha indiferença e opacidade, vai fatalmente concluir que houve ali enredo. Tanto mais que a polícia inglesa - por definição acima da intriga indígena - se meteu no assunto e chegou ao excesso de investigar o próprio primeiro-ministro. Nenhuma explicação que Sócrates decida agora dar atenua ou anula a atmosfera pouco salubre que já se criou. Nem as declarações da Procuradoria-Geral da República lhe valem de muito. Basta andar na rua para se compreender que a opinião está feita.
O problema neste momento é o da eficácia de Sócrates como primeiro-ministro. Uma eficácia que o fracasso do Governo, a crise económica, a fronda de Manuel Alegre e a proximidade de eleições substancialmente diminuíram e que o "caso Freeport" se arrisca a desfazer. Se o resto corresse bem, o "caso Freeport" não iria longe; como o resto corre cada vez pior, serve hoje e continuará a servir de símbolo e pretexto ao descontentamento geral. De certa maneira existe a conspiração de que Sócrates suspeita: a conspiração dos portugueses que o detestam e que descobriram de repente um motivo óbvio para correr com ele. No fundo, os méritos da questão não preocupam ninguém, desde que Sócrates desapareça. E ele começa, de facto, a desaparecer.

Só os ministros do PS se demitem por razões éticas...

Quem é o autor da afirmação? É o nosso 1º Ministro (depois de ontem alguém ainda acredita neste moço)!???!!?? (DN 06.10.2005)

Sócrates lembra Guterres e rejeita repetir demissão PS coloca pesos- -pesados no terreno a dois dias do final da campanha eleitoral
Lusa-Nuno Veiga
Alentejo. Sócrates despiu fato de PM e andou a fazer campanha.

A dois dias do fim da campanha, e em feriado republicano, o PS colocou ontem no terreno e em simultâneo diversas figuras de topo da hierarquia partidária, num derradeiro apelo ao voto nos socialistas. José Sócrates foi ao Alentejo, Almeida Santos e Maria de Belém estiveram no Porto e Jorge Coelho andou por Viseu.Em Alter-do-Chão, o primeiro--ministro e secretário-geral do PS esteve numa sessão de apoio ao candidato local e do baú dos discursos retirou diversas referências a António Guterres. O líder socialista que se demitiu precisamente há quatro anos, depois de um resultado autárquico catastrófico. Guterres demitiu-se, lembrou Sócrates (citado pela Lusa), "porque nessa altura o seu Governo estava sem condições políticas e sem maioria absoluta na AR. O resultado dessa eleição acabou por debilitar o Governo". Com esta afirmação, José Sócrates deixou de alguma forma implícito que para o PS, mesmo perante um mau resultado eleitoral no domingo, esse cenário não terá, agora, as consequências que teve na noite de 16 de Dezembro de 2001 - "estas eleições são sobre autarcas, a avaliação do Governo chegará dentro de quatro anos". Uma forma suave de ir preparando o discurso para a noite do dia 9.
Felgueiras. José Sócrates "provavelmente" teria ido a Felgueiras se não fosse "intimado" pelos adversários, afirmou ontem Almeida Santos. Antes do almoço de apoio ao candidato oficial do PS à Câmara, José Campos, o presidente do partido - "sabe que também tem algum peso", ironizava - disse que o facto do desafio ter sido colocado ao nível do líder do PS ter ou não coragem para ali ir foi "uma forma de insultar o povo de Felgueiras", cuja população é ordeira. "Se alguma coisa o primeiro-ministro já demonstrou é que tem coragem", lembrava. "Nunca nenhum Governo tomou medidas impopulares (mas necessárias) nas vésperas de um acto eleitoral. Mais, pela primeira vez, as medidas de austeridade afectam tanto quem está por baixo como quem está por cima", explicaria o presidente do PS. Recusando pronunciar-se acerca do processo de Fátima Felgueiras, alegando a sua condição de jurista e o princípio da presunção de inocência ("ninguém espere que venha aqui para julgar"), tornearia a questão quando, ao falar aos candidatos e apoiantes, evocava a ética política republicana, até porque os calendários marcavam, ontem, 5 de Outubro, essa data que remete para a Rotunda em 1910."Só os ministros socialistas é que se demitem por razões éticas", exemplificava, sem necessitar de citar os nomes de Walter Rosa, que saiu do Governo porque "o filho foi acusado de comportamento desonroso"; de António Vitorino, "acusado de não ter regularizado a sisa" quando até tinha pago a mais; de Jorge Coelho, que abandonou o cargo "quando caiu uma ponte", meses depois de ter sobraçado a pasta das Obras Públicas".Confrontado com a declaração da candidata da lista "Sempre Presente" (para o PS local, "sempre ausente"), Fátima Felgueiras, que disse que lhe daria um abraço se se cruzassem, Almeida Santos retorquia "Recebê-lo-ei com muito gosto e retribui-lo-ei também com muito prazer." Quanto ao resto, "vamos ver o que pensa o povo de Felgueiras, pois esse é que é o árbitro supremo nestas querelas que, neste momento, nos dividem".
GONDOMAR. Para Gondomar, o PS destacou Maria de Belém para dar apoio ao candidato Manuel Martins no combate a Valentim Loureiro. A dirigente, membro da Comissão Política do partido, afirmou estar no concelho nortenho para evidenciar que a candidatura do PS assume uma forma de estar na política diferente da praticada pelo autarca de Gondomar, agora candidato independente."O poder pelo poder não interessa. Não serve as pessoas. A política defende interesses colectivos e não individuais. Isso é que é preciso gritar bem alto Não vale tudo em política", disse aos jornalistas no jardim frontal à Câmara Municipal de Gondomar. No interior do edifício, Valentim Loureiro espreitava por uma janela enquanto apertava o nó da gravata. O candidato preparava-se para efectuar, enquanto presidente da câmara, a segunda das quatro inaugurações previstas para ontem. Maria de Belém (que nestas eleições é candidata à presidência da Assembleia Municipal de Lisboa) rejeitou que a direcção nacional do PS esteja a prestar pouco apoio a Gondomar. "Os dirigentes nacionais estão muito empenhados nesta candidatura. Vim cá a pedido de Jorge Coelho, que não pode vir cá por estar muito ocupado, estando de dia e de noite ao serviço do PS. Vim com todo o gosto e até estou a dar visibilidade às mulheres com a minha presença. Não considero que possa ser interpretado como um sinal menor ter sido eu." Manuel Martins sentiu-se satisfeito com a presença de Belém e apontou que as "expectativas estão a subir", apesar das indicações das sondagens. "Valem o que valem e não acreditamos que Gondomar seja novamente entregue a Valentim. Seria uma desgraça", disse. O candidato e a convidada partiram depois para a acção de campanha. Sentados num Mercedes SLK200 cabriolet , que liderava a caravana automóvel pelo concelho.
Mangualde. A tal agenda muito preenchida de que falava Belém levou Jorge Coelho à sua terra natal, Mangualde (Viseu), para dar um forcing ao candidato do PS, João Azevedo, numa autarquia do PSD. "Hoje é seguramente o dia mais importante desta campanha eleitoral para mim, porque estou na minha terra, com a minha gente."Amanhã à meia-noite calam-se os bombos, recolhem-se as bandeiras, termina a campanha. Domingo, aos eleitores o julgamento.* Com Martim Silva

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Crescimento Economico Mundial (Previsões e Revisões)


Portugal nem aparece (provavelmente está integrado na Zona Euro (mas a crescer menos que os outros parceiros de Zona))!!!!!

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À mulher de César ...

Excelente editorial do Director do "Público"...

A mulher de César e a importância da confiança em política
José Manuel Fernandes
2009-01-29

Em dias de crise é mais importante do que nunca que os cidadãos confiem nos seus líderes. Essa confiança pode perder-se por erros políticos ou quando surgem dúvidas sobre o comportamento do cidadão. É por isso que Sócrates está a viver a pior crise do seu mandato José Sócrates, como primeiro-ministro e como cidadão, viveu ontem um dia difícil. Mas o pior é que pode não ter sido o mais difícil.Como primeiro-ministro, José Sócrates foi confrontado com a forma equívoca, ou mesmo enganadora, como apresentou um relatório encomendado pelo Governo como sendo um texto da OCDE. Não se saiu nada bem no debate parlamentar e ficou ainda pior no retrato quando as televisões passaram imagens do que tinha dito há apenas dois dias. Deixou uma ideia de pouca seriedade e rigor.Também como primeiro-ministro, recebeu a má notícia de que Bruxelas enviará para Portugal apenas umas migalhas do dinheiro que reservou para apoiar o combate à crise económica nos diferentes países da União. Apenas estarão garantidos, para já, 30 milhões de euros dos 5 mil milhões de euros do pacote europeu. Como cidadão, foi confrontado com revelações, sempre embaraçantes mesmo que totalmente injustas, de que a polícia inglesa coloca o seu nome à cabeça da lista de suspeitos num eventual caso de corrupção durante o processo de licenciamento do Freeport. O caso avoluma-se de dia para dia, e multiplicam-se as dúvidas sobre a forma como esse controverso empreendimento foi aprovado nos últimos dias do Governo de António Guterres.Uma investigação do PÚBLICO, que hoje editamos, mostra que o processo do Freeport foi o que viu o seu derradeiro estudo de impacto ambiental aprovado em menos tempo em mais de mil processos que abarcam uma dúzia de anos. Todos desejam uma administração pública mais célere, mas todos também desconfiam quando essa rapidez surge associada a dúvidas sobre o pagamento de comissões, pois é isso que os ingleses estão a investigar.Como se tudo isto não fosse suficiente, o que deveria ter resultado numa operação de branqueamento da sua actuação, durante a década de 80, como projectista na Câmara da Guarda acabou por resultar noutro embaraço: a maioria socialista do município foi obrigada a distribuir o relatório pelos vereadores da oposição e o seu conteúdo revelou-se muito frágil. Pior: a Supremo Tribunal Administrativo impôs àquele município que permitisse o acesso livre do PÚBLICO aos seus arquivos, algo que tentara impedir.
Todos estes casos podem vir a esfumar-se sem criar danos maiores do que desfocar a atenção do primeiro-ministro naquilo que deve ser a sua prioridade - prioridade que assume -, o combate à crise económica. Ninguém está em condições de o acusar de nada, e por isso goza, enquanto cidadão, da total presunção de inocência.O problema, contudo, é outro, e há muito que é sintetizado no aforismo de que à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria. Nos dias que correm, mais do que ficarmo-nos por uma seriedade então associada à ideia de fidelidade, o que é importante num político é inspirar confiança. Sobretudo nos dias difíceis dos outros, que hoje são quase todos para uma grande parte dos portugueses.Ora a confiança é um bem frágil, algo que decorre da percepção de que quem nos diz para o seguirmos não nos engana porque nunca nos enganou antes no que é realmente substantivo. Falhou uma promessa eleitoral? Para isso todos estão, melhor ou pior, preparados, sobretudo se tiverem a percepção de que quem ocupa o poder está a fazer o melhor que sabe e pode. Usou truques de retórica e manipulou alguns números e estatísticas? Quase se diria que isso faz parte do jogo democrático, pois em condições normais esperar-se-á que a oposição e os diferentes actores da sociedade civil possam contradizê-lo.Muito mais difícil é lidar com problemas que não decorrem apenas dos reveses e dificuldades de um político, mas das dúvidas que rodeiam a actuação do cidadão. Sócrates irá à luta para defender a sua honra e outra coisa não se esperaria. A dúvida é se aquilo que muito dificilmente pode continuar a apresentar como uma manobra dos seus inimigos políticos (por causa do peso que está a assumir a investigação inglesa) lhe permitirá travar essa luta ao mesmo tempo que lidera o país na melhor direcção e consegue que os portugueses confiem suficientemente nele para o reeleger daqui por uns meses.

Mais uma do Pinócrates... Gato escondido com rabo de fora...

Educação
PS terá feito alterações "online" em texto sobre relatório dito da OCDE
PÚBLICO

O Partido Socialista fez algumas alterações, na sua página de Internet, a um texto sobre o dito relatório da OCDE sobre educação, alterando-o para o formato apresentado na passada segunda-feira e no qual é elogiada a “resistência” da ministra da Educação, indica o “Jornal de Notícias”.
De acordo com o JN, no texto original, “ainda disponível no 'site' dos socialistas às 11h24”, o título da notícia era ‘Relatório da OCDE elogia política de Educação do Governo PS’. Às 16h00, já durante o debate quinzenal no Parlamento com a presença do primeiro-ministro, a página do PS mostrava um novo título, "José Sócrates elogia resistência da ministra da Educação".O JN indica ainda que foram também detectadas alterações no corpo do texto, “tendo sido substituída, no segundo parágrafo, a expressão ‘relatório da OCDE sobre política educativa’ por ‘estudo sobre política educativa’.Polémica sobre a autoria do relatórioDurante o debate quinzenal na Assembleia da República, a oposição acusou o Governo de mentir e de querer fazer passar o relatório sobre política educativa para o primeiro ciclo (2005-2008) como sendo da autoria da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico), quando o documento terá sido “pago e encomendado pelo Governo que segue metodologia utilizada pela OCDE”, segundo o Bloco de Esquerda, que denunciou a manobra no “site” esquerda.net. Esta polémica terá sido primeiramente levantada pelo blogue ProfAvaliação, que escreveu que “o estudo não é da OCDE”. “[O documento] é desenvolvido por um grupo de peritos ‘liderado por Peter Matthews’ e segue os critérios da OCDE. E foi solicitado pelo Ministério da Educação, que, para abonar a credibilidade, assegura que foi elaborado por uma equipa de peritos internacionais de ‘independentes’”, pode ler-se num post.Perante a imprecisão da origem do relatório, o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, acusou o chefe do Governo: "O sr. primeiro-ministro e os assessores do Governo fizeram passar para a imprensa que isto era um relatório da OCDE quando não é. Faltaram à verdade aos portugueses".Rangel acrescentou ainda: "Se esse relatório é tão bom, é tão credível e merece tanta confiança porque teve necessidade de mentir, dizendo que pertence à OCDE, quando não pertence?”.Sócrates reconhece que relatório é da autoria de “peritos independentes"José Sócrates defendeu-se afirmando que o Executivo nunca atribuiu o estudo à OCDE. E citou o prefácio do documento para mostrar que “segue de perto a metodologia e abordagem da OCDE”, reconhecendo que o documento foi feito por “peritos internacionais independentes”.Na resposta a José Sócrates, o PSD não se mostrou satisfeito com as justificações e insistiu que a própria organização já veio desmentir qualquer vínculo com o relatório. Depois, apontou o dedo aos critérios seguidos, considerando insuficiente a consulta de sete autarquias – na sua maioria socialistas – e de dez escolas para apresentar resultados. “Um Governo que monta esta encenação (...) só por razões de propaganda não tem credibilidade nem merece a confiança dos portugueses”, acrescentou Paulo Rangel, que apelidou o documento de “relatório do facilitismo”. O primeiro-ministro reiterou ainda que "o Governo não levou ninguém ao engano" sobre autoria do estudo e atribuiu as críticas ao "desespero do PSD”.O primeiro-ministro insistiu que o problema do PSD é não suportar e estar contra o sucesso do país “por ciúme e inveja”. E acrescentou: “Sempre desconfiei dos fariseus que andam sempre com a verdade na boca e na primeira oportunidade não receiam recorrer à mais vil mentira”.Contactado pela Lusa, o PS afirmou não querer dizer "mais nada" sobre o assunto, acrescentando que "tudo o que tinha de ser esclarecido já foi esclarecido hoje no Parlamento".

Um imenso Freeport - Helena Matos

Excelente artigo hoje no Público...
Um imenso Freeport
29.01.2009,
Helena Matos

É preocupante que a legislação ambiental seja usada para protecção de determinados grupos económicos

"Aquelas casas! Que horror!" Assim comentava, nos bastidores de um debate, alguém da área do PS a traça das casas cujos projectos José Sócrates garante ter assinado, embora os respectivos proprietários digam não ser ele o autor dos projectos. O tom desta frase estava algures num lugar indefinível entre o sarcasmo e a complacência. O sarcasmo nascia naturalmente da convicção enraizada no meu interlocutor de que os processos de licenciamento deveriam funcionar como uma espécie de comissão de bom gosto que tornasse pelo menos esteticamente inócuas as casinhas do povo. Afinal não há nada que irrite tanto as elites de cada época quanto a arquitectura popular sua contemporânea. Já a complacência resultava não tanto da atitude do meu interlocutor perante os actos e as opções de José Sócrates, mas sobretudo perante si mesmo.O meu interlocutor era e é o que se pode designar como um socialista histórico. Fazia parte daquele grupo que se fizera adulto nas crises académicas dos anos 60 e 70, reforçara, depois de 74, os seus pergaminhos democráticos combatendo as tentações totalitárias dos comunistas e, durante o cavaquismo, integrara a corte de Soares em Belém. Foram mais de 20 anos a ver-se, ele e todo o seu grupo, como infinitamente cultos e superiores nas mesas espelhadas dos gabinetes. E são eles que agora têm pela frente, como seu líder, um homem que noutro contexto teriam literalmente arrasado. Por elitismo intelectual. Mas não só.O que em Portugal distingue os socialistas das outras famílias políticas não são os seus actos. É sim a complacência perante alguns desses actos. Complacência que por razões históricas era maior no PS que nos outros partidos - no pós 25 de Abril, o PS emerge como partido e líder inevitável num país a precisar de esquecer o passado. Mas histórias recentes elevaram essa complacência para níveis preocupantes. Essas histórias têm nome. Chamam-se Casa Pia e José Sócrates. O PS terá um dia de fazer o balanço destes dois episódios distintos da sua vida, episódios em que aquele partido reagiu de igual modo perante acusações de natureza absolutamente diversa aos seus dirigentes: nos dois casos, importantes dirigentes socialistas alegaram que foram vítimas de cabalas.Que o maior partido português, o PS, defenda que em Portugal - o mesmo país que o PS tem governado várias vezes - investigadores policiais devidamente articulados com a comunicação social e instituições da República conspiram contra os seus líderes é um caso que nos devia fazer reflectir. Porque sendo isso verdade é gravíssimo. E não o sendo também é. Porque um partido democrático, com responsabilidades de governo, não pode levantar levianamente suspeitas que descredibilizam as instituições. Esta atitude dúbia do PS, que num dia se diz vítima de cabalas e no outro quer encerrar rapidamente o assunto, conduziu os portugueses, socialistas ou não, a um pântano, no sentido guterriano do termo, mas com a assinalável diferença em relação ao autor do termo que aos restantes portugueses ninguém os convida ou coloca em cargos internacionais. Logo só podemos ficar aqui encalhados e a considerar normal hoje aquilo que na véspera designávamos como crime. E sabendo antecipadamente que amanhã flexibilizaremos ainda um pouco mais a nossa escala de valores.Mas se do processo da Casa Pia, até pela natureza dos factos, nos resta sobretudo esperar que o tempo, ainda mais do que a justiça, traga a distância que torna mais nítidas as motivações humanas, sobretudo as menos confessáveis, já quanto às suspeitas que envolvem José Sócrates é possível e desejável que se discutam algumas coisas. Até porque José Sócrates tem razão num ponto: no caso Freeport tal como nas casinhas da Guarda estamos provavelmente perante situações legais, ou, mais propriamente, situações cuja ilegalidade não se consegue provar. E se tudo isto poderia ter acontecido com outro primeiro-ministro socialista ou não (sendo certo que se não fosse socialista a onda de indignação teria neste momento proporções bíblicas), a verdade é que casos como o Freeport tenderão a banalizar-se, porque a concepção de José Sócrates do seu Governo como uma equipa negocial de luxo a isso nos levará, sem apelo nem agravo, sobretudo quando os negócios falharem.José Sócrates entende o aparelho de Estado como uma imensa empresa. A empresa-Estado escolhe, como no caso do Magalhães, os seus parceiros de negócios e cria legislação especial para que esses parceiros não sejam tolhidos nos seus projectos pelos mesmos entraves que se colocam ao cidadão comum. Como bem frisou Pedro Almeida Vieira no blogue estragodanacao.blogspot, hoje o processo de licenciamento do Freeport já nem se colocaria nos mesmos moldes, porque seria projecto PIN, ou seja, teria uma espécie de via verde no labirinto da burocracia e da legislação onde se desgastam todos os outros.O que os promotores do Freeport conseguiram foi logo à partida aquilo que cada um de nós teria o direito de esperar em igual circunstância: que a decisão fosse rápida. A mim não me choca a celeridade do processo. O que me choca é a lentidão com que são tratados os outros. Muito provavelmente o Freeport nem representa uma degradação ambiental em relação à situação anterior. O que é preocupante é vermos a legislação ambiental transformada num regresso ao condicionamento industrial do salazarismo com a consequente protecção de determinados grupos económicos. Muitos dos terrenos ambientalmente protegidos funcionam como um território em pousio donde o poder político faz desafectações quando entende e a favor de quem entende, baseando-se em critérios que valem tanto quanto o seu contrário.Em todas as possibilidades de escolha, da banca às escolas, da administração interna aos bolos que comemos na praia, o Governo de Sócrates tirou sempre poder aos cidadãos e reforçou a intervenção do Estado. E esse Estado que não cumpre as suas funções inalienáveis como desgraçadamente se vê na justiça ou na incapacidade de fiscalização do Banco de Portugal, reforça-se pela mão de José Sócrates como a grande empresa nacional. José Sócrates não vê problema algum no caso Freeport. Nem pode ver. O poder para ele é isso: gerir uma equipa negocial de luxo. (helenafmatos@hotmail.com) a Geminação. Desde que Lisboa manifestou o propósito de se geminar com Gaza que descobri o fabuloso mundo da geminação. Neste domínio as nossas autarquias parecem afectadas por uma síndroma de gravidez múltipla: tudo se gemina com tudo. Quiçá como resultado de tanta cidade gémea, a verdade é que não se percebe o que de substantivo resulta de tanta geminação. Algumas cidades invocam a participação em provas desportivas comuns, festivais de poesia e o reforço de laços com emigrantes portugueses. Enfim, nada que não pudesse existir sem a referida geminação. Donde (e à parte o custear das viagens do costume) não me parecer termos algo a recear com esta geminação entre Lisboa e Gaza. Espero até que José Sá Fernandes integre a comitiva que irá a Gaza por causa da geminação e se informe sobre os túneis que ligam Gaza ao Egipto e de caminho esclareça os portugueses sobre as razões que levam a que o Egipto não deixe passar pelas fronteiras terrestres tudo aquilo que os nossos gémeos de Gaza fazem circular nesses túneis. O que já desisti é de esperar que os partidos democráticos deixem de andar a reboque do BE e do PCP nesta matéria.O estudo estrangeiro que diz bem do nosso Governo. É um clássico. A Pátria tem esta fraqueza: tudo que de bom ou mau de nós se diga para lá de Olivença tem uma enorme repercussão nas nossas lusas meninges. Quem nos governa sabe disso, daí que governos sucessivos, ao longo do século XX, tenham pago a jornalistas e a uns denominados intelectuais para escreverem sobre o caso português. Agora chegou a vez dos técnicos de organizações internacionais se prestarem a esta função.Como tenho levado boa parte dos últimos anos a investigar a propaganda encomendada por vários governos de Portugal posso dizer que já se fez melhor e, apesar de tudo, às vezes menos obviamente servil. O que se mantém inalterável é a disponibilidade da imprensa portuguesa para publicar todas essas declarações como reputadas opiniões de observadores independentes. E estrangeiros, pormenor não de somenos em matéria de propaganda.

A Description of the Morning - Jonathan Swift

A Description of the Morning
Now hardly here and there a hackney-coach
Appearing, show'd the ruddy morn's approach.
Now Betty from her master's bed had flown,
And softly stole to discompose her own.
The slip-shod 'prentice from his master's door
Had par'd the dirt, and sprinkled round the floor.
Now Moll had whirl'd her mop with dext'rous airs,
Prepar'd to scrub the entry and the stairs.
The youth with broomy stumps began to trace
The kennel-edge, where wheels had worn the place.
The small-coal man was heard with cadence deep;
Till drown'd in shriller notes of "chimney-sweep."
Duns at his lordship's gate began to meet;
And brickdust Moll had scream'd through half a street.
The turnkey now his flock returning sees, Duly let out a-nights to steal for fees.
The watchful bailiffs take their silent stands;
And schoolboys lag with satchels in their hands.
Bom dia!!!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Morning Song - Jewel

"Let the phone ring, let's go back to sleep
Let the world spin outside our door, you're the only one that I wanna see
Tell your boss you're sick, hurry, get back in I'm getting cold
Get over here and warm my hands up, boy, it's you they love to hold
And stop thinking about what your sister said
Stop worrying about it, the cat's already been fed
Come on darlin', let's go back to bed
Put the phone machine on hold
Leave the dishes in the sink
Do not answer the door
It's you that I adore - I'm gonna give you some more
We'll sit on the front porch, the sun can warm my feet
You can drink your coffee with sugar and cream
I'll drink my decaf herbal tea
Pretend we're perfect strangers and that we never met...
My how you remind me of a man I used to sleep with that's a face I'd never forget
You can be Henry Miller and I'll be Anais Nin
Except this time it'll be even better,
We'll stay together in the end
Come on darlin', let's go back to bed
Put the phone machine on hold
Leave the dishes in the sink
Do not answer the door
It's you that I adore -
I'm gonna give you some more”

Quarenta milhões podem perder o emprego em 2009..

Pior dos cenários da Organização Internacional do Trabalho

Quarenta milhões podem perder emprego este ano no mundo

João Manuel Rocha


Quarenta milhões de pessoas podem engrossar este ano o número de desempregados no mundo, se a situação económica se continuar a deteriorar, prevê a Organização Internacional do Trabalho (OIT), num relatório hoje divulgado.
No quadro mais grave, o número de desempregados subiria para 230 milhões, mais 40 milhões do que os 190 milhões das estimativas existentes para 2008, refere o relatório anual da organização sobre tendências do mercado de trabalho. Só nas economias mais desenvolvidas e países da União Europeia, o número de desempregados poderia, no cenário mais negro, aumentar oito milhões – dos 32 milhões estimados para 2008 para 40 milhões. O agravamento da situação económica empurraria também 200 milhões de trabalhadores, principalmente das economias em desenvolvimento, para situações de pobreza extrema. O relatório da OIT, uma organização tripartida em que têm assento governos, organizações patronais e laborais, traça três cenários. O mais optimista, baseado nas projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI) de Novembro de 2008, aponta para uma taxa global de desemprego de 6,1 por cento, contra seis em 2008 e 5,7 em 2007, o que implicaria um aumento de oito milhões de desempregados. Com uma degradação maior do que o previsto em Novembro, a taxa de desemprego subiria para 6,5 por cento, correspondendo a um aumento de 20 milhões de desempregados quando comparado com as estimativas de 2008. No pior cenário, tendo em conta os dados actualmente disponíveis, o desemprego global poderia subir para 7,1 por cento, com um aumento do número de desempregados em mais de 40 milhões de pessoas. Os dados da OIT tomam como base a existência de 179 milhões de desempregados em 2007 e estimativas de 190 milhões em 2008. “A mensagem da OIT é realista, não alarmista. Estamos numa crise global de emprego. Muitos governos estão conscientes e a actuar, mas é necessária uma mais decisiva e coordenada acção internacional para impedir uma recessão social global”, disse o director-geral da OIT, Juan Somavia. A procura de respostas para a crise, na perspectiva do mundo do trabalho, estará em discussão na 8ª Reunião Regional Europeia da OIT, marcada para os dias 10 a 13 de Fevereiro em Lisboa, um encontro em que está prevista a participação de cerca de 500 especialistas indicados pelos governos e parceiros sociais dos 51 estados membros da OIT Europa.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O nosso triste e desgraçado Pais

Ontem à noite estava com a minha mulher na sala de estar e como é meu hábito (vício) estava a fazer zapping antes de desligar a TV. Na RTP 1 estava em antena o programa "Prós e Contras" com o tema que versava, mais coisa menos coisa, sobre como reagir à crise financeira, económica e cada vez mais social, mudando de canal a 2 esta a transmitir uma serie, e as privadas as já costumeiras novelas para encher chouriço. Mas, a razão da minha indignação não é essa na SIC Noticias estavam os paspalhos do costume a discutirem o penaltie, o golo em fora-de-jogo, o cartão amarelo ou o vermelho, enfim, a mesma algazarra do costume e a crise a lhes passar ao lado. Desabafei com a minha mulher que apesar de gostar de futebol, e particularmente do Benfica, o futebol e o meu clube são os assuntos que menos me interessam neste momento, agora as prioridades são outras é como ultrapassar esta crise, como dar esperança aos nossos filhos para que tenham um futuro risonho, enfim, banalidades comparadas com um golo marcado em fora-de-jogo. Fiquei triste, mas depois descompliquei porque já me convençi que do que o povo gosta é de bola e novelas para andarem alienados da crise.
Enfim, ninguém os pode levar a mal, mas não poderemos ser mais sérios quando elaboramos a grelha de programas.

72 mil novos desempregados só ontem ...

72 mil despedimentos em apenas um dia nos Estados Unidos e Europa

Ana Rita Faria


A Caterpillar e a Pfizer lideraram ontem a vaga de demissões, dando sinais evidentes da crise profunda que domina a economia mundial


Não houve nenhum crash da bolsa, não estamos em 1929 e nem sequer foi uma quinta-feira, mas o dia de ontem bem poderia ficar conhecido como a segunda-feira negra. Em menos de 12 horas, sete empresas anunciaram cerca de 72.500 despedimentos na Europa e nos Estados Unidos, agudizando o panorama de crise económica mundial.

Num único dia apenas, a onda de despedimentos atingiu cerca de 15 por cento do número de empregos que se perderam nos EUA em todo o mês passado (cerca de meio milhão). Sinal de que o desemprego não vai parar de acelerar e que a crise atingiu em força as empresas, inclusive as maiores do mundo.

A Caterpillar, construtora norte-americana de bulldozers e escavadores, liderou a vaga de despedimentos, anunciando o corte de 20 mil postos de trabalho, depois de ter apresentado receitas mais baixas nos últimos três meses de 2008 e de temer ainda maior pressão sobre os lucros deste ano. Logo a seguir ficou a farmacêutica Pfizer (ver texto ao lado) que, ao comprar a concorrente Wyeth, deixou para trás um rasto de custos humanos: 19 mil trabalhadores das duas empresas vão perder os empregos.

Ao Financial Times Raymond Torres, director do instituto de pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), garantiu que as empresas estão a despedir os trabalhadores mais rapidamente agora do que na recessão dos anos 90. "Entrámos num círculo vicioso de depressão, em que os despedimentos levam à queda do consumo, o que enfraquece a confiança do sector industrial, o que, por sua vez, leva a investimentos menores, resultando em mais perdas de empregos", sublinha.

Entre as empresas norte-americanas que ontem anunciaram despedimentos esteve também a Spring Nextel, terceira maior operadora móvel dos Estados Unidos, que vai cortar oito mil postos de trabalho, ou seja, 14 por cento da sua força laboral. Já o grupo de bricolage Home Depot decidiu suprimir sete mil empregos, no âmbito do encerramento das suas lojas Expo e da reestruturação do departamento de logística.

O último anúncio de despedimento nos Estados Unidos surgiu ontem já ao final da tarde, pela mão da General Motors. A maior fabricante automóvel do país revelou que vai despedir dois mil trabalhadores no território norte-americano, em mais uma das suas sucessivas tentativas desesperadas de cortar custos para sobreviver à queda da procura. A decisão teve eco na Europa, com a Fiat a avisar que os 60 mil empregos da indústria automóvel italiana estão em risco, se o sector não tiver ajuda do Governo.

Portugal não escapou

Na Europa, a onda de despedimentos rebentou com o grupo financeiro e segurador holandês ING a anunciar a demissão de sete mil dos seus 130 mil trabalhadores. A instituição, que continua a sofrer os efeitos do colapso do crédito de alto risco (subprime) nos Estados Unidos, fechou o ano passado com prejuízos de mil milhões de euros. Uma perda que custou ontem mais uma cabeça: a do presidente do ING, Michel Tilmant.

O susto com os prejuízos de 186 milhões de euros em 2008 levou também a Philips a suprimir seis mil empregos. A decisão do fabricante de electrónica holandês atingiu Portugal, visto que envolve o encerramento da sua unidade de controlos remotos, em Ovar, que emprega 70 pessoas.

Também o Reino Unido não ficou ontem imune aos despedimentos, com a Corus, o segundo maior fabricante de aço da Europa, a anunciar 3500 cortes de postos de trabalho. As encomendas da empresa detida pela indiana Tata caíram já mais de um terço devido à queda da procura de aço. As demissões ontem anunciadas pela Corus vão atingir sobretudo o Reino Unido, onde a empresa emprega 20 mil dos seus 41 mil funcionários.

Embora os números variem, os motivos por detrás da onda de despedimentos de ontem assemelham-se. À debilidade dos mercados internos soma-se o enfraquecimento das exportações, como resultado de um clima de recessão cada vez mais global. Além disso, o deteriorar do clima económico traduziu-se já para muitas empresas em resultados desanimadores nos últimos meses de 2008 e em previsões bastante tímidas ou até negativas para este ano.

A perder ficam outros resultados, os da taxa de desemprego, que tem disparado nos últimos meses. No EUA, o número de pessoas sem emprego atingiu em Dezembro os 7,2 por cento da população activa, ao passo que na Alemanha chega aos 7,6. No Reino Unido há já quase dois milhões de desempregados e, em Espanha, são mais de três milhões. A ver pelo dia de ontem, os números não vão parar de aumentar tão cedo.

20 mil foi o número recorde de despedimentos ontem, anunciados pela Caterpillar, devido à quebra nas receitas.

Beatriz - Edu Lobo e Chico Buarque

A Banda - Chico Buarque

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu

Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou

Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Índice do situacionismo - Os 10 sinais

Não resisti em copiar este índice que subscrevo na integra do blog Abrupto...
Decálogo do situacionismo dos dias de hoje:
1) o governo do PS não é o ideal mas tem-se mostrado capaz de defrontar os problemas;
2) o Primeiro-ministro Sócrates é um "homem determinado", "faz coisas" e tem uma grande capacidade "comunicativa";
3) a crise que hoje conhecemos vem de fora (dos EUA, e dos "neo-liberais") e todos os nossos problemas actuais se lhe devem;
4) se não houvesse crise, o país estaria a progredir "com o rumo certo" dado pelo governo;
5) para combater a crise precisamos de um novo governo de maioria absoluta do PS, se não é o "caos";
6) Manuel Alegre é uma "referência ética", a "consciência do PS", etc., até ao momento em que começa a falar de um novo partido, passando então a ser um "vaidoso" e um "irresponsável";
7) não existe oposição credível ao PS nem à esquerda, nem à direita e muito menos no PSD;
8) Manuela Ferreira Leite é atacada ad hominem na sua "credibilidade", as suas opiniões são gaffes, e mostra-se desadequada para todas as funções, de líder do PSD a Primeiro-ministro;
9) Passos Coelho promove-se activamente como a alternativa "séria" a Manuela Ferreira Leite, Menezes utiliza-se para os soundbites;
10) a comunicação social cumpre a sua função com independência (a começar pela do estado) e é mesmo muito "crítica" do governo.
Onde estiverem estes sinais, a solo ou em compósito, encontramos as grandes linhas estratégicas que qualquer dos imensos gabinetes ministeriais, assessores de imprensa, agências de comunicação trabalhando para o governo, pretendem disseminar como "mensagem". Este cluster, como agora se diz, é o cerne da propaganda governativa e a sua repetição acrítica gera o imenso situacionismo em que vivemos.

Ultrapassar barreiras...

Novalis dizia:

'Todas as barreiras só existem para serem ultrapassadas'
Ao ler as secções de economia dos vários jornais diários e semanários neste fim de semana dei comigo a pensar como conseguiremos dar a volta a esta crise que, dizem os entendidos, só agora começou e já provocou tanta desgraça pelas economias mundiais. Preocupa-me de sobremaneira a vida artificial com que os "jovens" vivem nos nossos dias (tenho 37 anos a caminho dos 38), e hoje ao almoço com a minha mulher reparávamos que os (as) adolescentes só vestem roupas de marca, calçam ténis de marca e tem sempre algum dinheiro no bolso para gastos. Quero com isto dizer que eles (adolescentes), objectivamente, não tem preocupações como na minha adolescência:
  • Na escola, respeitem ou não os professores não são castigados;
  • Na mesma escola, sejam ou não dotados intelectualmente passam administrativamente de ano sempre;
  • Em casa, não são responsabilizados por nada (arrumar a casa, cozinhar, ajudar a fazer as compras de supermercado, tá quieto ó tio!!!);
  • Com os amigos são aquelas conversas tão insipídas que não interessam a ninguém;

Se repararmos a eles não são colocadas barreiras para ultrapassarem, e quando se lhes colocam não estão preparados porque não foram preparados para tal, e de quem é a culpa de tal desleixo???

Resposta: DOS PAIS,DOS PAIS, DOS PAIS!!!!

Os pais admiram-se dos filhos não conseguirem um emprego, a resposta é simples na vida real para se conseguir um trabalho temos todos os dias que ultrapassar barreiras, trabalhar para estarmos entre os melhores (que não quer dizer, renegar aos princípios segundo os quais fomos educados), e eu fico com uma certa mágoa por estes adolescentes, porque eles nunca pediram para serem super-protegidos pelos pais.

Sou pai de três raparigas, mas nós (eu e a minha mulher) responsabilizamos as nossas filhas para terem certo tipo de atitude perante a vida, temos empregada (mas não uma escrava), e portanto, lá em casa todos tem de colaborar e é curioso ver que as mais velhas (5 e 3 anos) já tem um sentido de responsabilidade apreciável para a idade.

Assim, paizinhos se querem realmente bem aos vossos filhos coloquem-lhes barreiras para que eles sejam pessoas felizes no futuro

Uma "celeridade invulgar"...


Despachado à velocidade do som...

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Não há coincidências...

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Quem tem unhas???

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Leitura de uma moção - Manuel Alegre

Manuel Alegre cada vez mais longe do P.S. ...

Leitura de uma moção

Não, não fui “seduzido” pela moção de José Sócrates.
Está quase exclusivamente centrada no Governo. Chega a parecer que o destinatário é o Conselho de Ministros, mais do que um congresso do PS. Diagnóstico pobre. Ignora a descrença e insegurança de grande parte do eleitorado, incluindo o socialista. Tudo é visto pelos olhos do Governo. Pouco se fala do PS, quase nada do papel da sociedade e dos cidadãos.
Não há uma análise da importância da cultura, da língua e da história para um novo modelo de desenvolvimento de Portugal. As questões geo-estratégicas também são omissas. Não se fala de paz nem de guerra, nem das desigualdades no mundo.
A moção abre com uma introdução ideológica sobre o socialismo democrático, reproduzindo muito do que tem sido dito por mim desde as moções que apresentei em 1999 e 2004. Mas nesta moção tudo é dito de uma forma mais atenuada. Embora se reconheça que a crise financeira está
a dar lugar a uma gravíssima crise económica e social, não fica claro que é necessário a própria esquerda mudar de atitude e deixar de fazer cedências ao “pensamento único”. Não se fala da necessidade de alterar as Grandes Orientações da Política Económica europeia e de garantir a manutenção e reforço dos serviços públicos. E não fica claro o essencial: a questão não é apenas financeira e económica, é do próprio modelo de desenvolvimento e da concepção do papel do Estado e da sociedade.
Refere-se que o Estado deve ser “uma instituição estratégica para a garantia do interesse comum” e que tem um “papel estratégico”, com “capacidade reguladora, mas adversário do proteccionismo e do colectivismo”, o que repesca, ainda que de forma redutora, a ideia do Estado estratego da moção que apresentei em 2004. Não se assume com clareza o papel interventor (e não apenas regulador) do Estado. O que se propõe nesta parte da moção, de concreto,
reduz-se ao reforço dos mecanismos de regulação dos mercados financeiros, incluindo a necessidade de intervenção da Europa contra os off-shores.
Na parte da moção intitulada “A acção do PS”, fala-se sobretudo da acção do Governo. E transmite-se a ideia de um partido contente consigo mesmo. Enunciam-se as reformas realizadas. Se algumas delas correspondem de facto a um avanço na sociedade portuguesa (IVG, lei do divórcio, lei da paridade), outras, em meu entender, representam um retrocesso (caso do código laboral) e desencadearam grandes reacções do eleitorado, incluindo o socialista (caso da avaliação dos professores). Outras estão longe de estar completas (caso da administração pública ou da justiça).
Não há uma análise aprofundada dos resultados. Mas sobretudo omite-se a necessidade de fazer as reformas com os próprios interessados.
Pese embora as medidas tomadas na agenda social, Portugal continua a ser na Europa o país com mais desigualdades.
A moção reconhece finalmente que a recessão se instalou. Para sair da crise apontam-se quatro prioridades:
estabilizar o sistema financeiro (20 milhões de euros para garantir o crédito interbancário, mais 4 mil milhões de euros para intervir em bancos como o BPN e o BPP);
apoiar as empresas e o emprego (descida do IVA e, nalguns casos, do IRC; apoio ao sector automóvel, à Quimonda e às Minas de Aljustrel; e mais estágios para desempregados e sua inclusão em ONG); reforçar o investimento público (escolas, saúde, energia, banda larga, exportações e agricultura, para além das grandes obras públicas rodoviárias,
ferroviárias e aeroportuárias); apoio às famílias e protecção social (salário mínimo, aumento dos funcionários públicos, aumento das prestações sociais).
As medidas enunciadas estão correctas, mas não chegam.
Há um desequilíbrio entre os montantes canalizados para salvar a banca e o restante. E, sobretudo, se não se intervier na mudança do sistema, as mesmas causas vão produzir os mesmos efeitos.
Há duas questões essenciais: mudar ou salvar o sistema; saber de que lado se está nos conflitos sociais. As respostas contidas nas “Orientações programáticas” da moção ficam aquém do que seria necessário para uma posição clarificadora. Expurgadas das tensões sociais e culturais que hoje atravessam a sociedade portuguesa, algumas medidas parecem quase “assépticas”, como se o Governo as pudesse garantir sem uma base social de apoio forte.
Afirma-se como primeira prioridade o emprego, o que está certo. Referem-se medidas para a reanimação e modernização tecnológica da economia, o que também está certo. Falta, no entanto, definir uma nova estratégia de desenvolvimento e de inovação social. Reafirmam-se as opções conhecidas em termos de obras públicas.
Sobre o tema da “Igualdade”, defende-se, bem, que ela exige crescimento económico e políticas sociais redistributivas, mas não há uma palavra sobre “flexi-segurança”.
Na educação propõem-se 12 anos de escolaridade obrigatória, tal como defendia a moção que subscrevi em 2004. Inclui-se a justiça fiscal, insistindo numa maior progressividade e numa melhor distribuição do esforço fiscal, talvez a medida mais avançada da moção. Propõe-se a garantia dos direitos sociais básicos, em especial na saúde e nos serviços de proximidade. Defende-se o “sindicalismo democrático” e o diálogo, o que nem sempre
aconteceu no passado recente.
Para a reforma da democracia, propõe-se a revisão do sistema eleitoral para as autarquias e a reabertura do tema “regionalização”. Não há uma palavra sobre democracia participativa nem sobre candidaturas independentes ao Parlamento, o que seria, em meu entender, a grande reforma a fazer. Defende-se, e eu concordo, a igualdade de género, o combate à violência doméstica e o casamento civil de pessoas do mesmo sexo, bem como os direitos dos imigrantes.
Quanto ao futuro do PS, nada de novo. Nada se diz sobre a anomia do partido e a sua quase total governamentalização.
Não há nenhuma referência a correntes de opinião como por exemplo a Corrente de Opinião Socialista. A abertura do partido restringe-se às “Novas Fronteiras”, o que é mais do mesmo.
Falta na moção uma reflexão sobre o papel do Partido Socialista e a necessidade da sua autonomia, da sua renovação e da sua abertura à sociedade e à vida. Falta uma ruptura com a cultura do poder pelo poder, que leva ao afunilamento do Partido Socialista e à ausência de debate.
Falta compreender que este é um tempo de construir soluções alternativas novas, dentro e fora do PS. Falta sobretudo uma nova visão da política, de Portugal e do mundo.

Militante do PS. Ex-candidato à Presidência da República

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Haja o que houver - Madredeus



Bom fim de semana!!!

O Ministro "Controleiro"...



O Ministro "Controleiro" foi hoje ao Parlamento para controlar o voto do deputados socialistas na votação da proposta do CDS-PP sobre a Educação. Depois foi fazer queixinhas ao Pinócrates que se mostrou muito indignado com a proposta do PP. Tenho um desejo que vou formular perante vós:
Gostaria que nas legislativas deste ano o PS (e esta cambada que está no Governo) saíssem do "poleiro" com a mesma velocidade a que desliza o TGV sobre os carris, aí sim, apoiaria o TGV.
Post Scriptum - Não sou professor, e votei no PS nas últimas legislativas (por manifesta falta de opção)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Crónica de Santana Castilho no Público (Uma rotina insustentável)

Uma rotina insustentável
Santana Castilho
A ministra da Educação e os secretários de Estado são puros obstáculos ao trabalho nas escolas
1. A forte adesão à greve da passada segunda-feira e a suspensão da aplicação do modelo de avaliação do desempenho decidida pelo governo PS dos Açores foram mais dois revezes significativos para a teimosia de Maria de Lurdes Rodrigues. Desde ontem que os professores avaliadores estão a coberto de nova greve e a questão volta ao Parlamento na próxima sexta-feira. A não ser que aí se opere um volte-face, o conflito entre os professores e o Ministério da Educação ameaça entrar numa rotina insustentável. De um lado, a ministra da Educação e os secretários de Estado são puros obstáculos ao trabalho nas escolas. Enquistaram na defesa do indefensável e procuram aguentar-se sem ética nem decoro. Do outro, os professores, cuja cedência seria o golpe de misericórdia no que lhes resta de dignidade, persistem em formas de contestação desgastantes, cuja eficácia não se afirma. O clima que resulta deste estado de coisas não favorece o ensino. E o ano lectivo já vai a meio.

2. A dialéctica dos presidentes dos conselhos executivos que se reuniram em Santarém é, neste quadro e no mínimo, curiosa. Disseram eles que a solução do problema (suspensão do modelo de avaliação do desempenho) estava agora na mão dos professores, que não deveriam entregar os objectivos individuais. Eles, presidentes, estavam por lei obrigados a afixar prazos para essa entrega e tinham de os cumprir. Não consigo perceber esta lógica. Então uns, os índios, devem desafiar os normativos e arriscar-se a não os cumprir. E outros, os chefes, nem sequer equacionam dizer "não" ao feiticeiro? E tendo admitido a hipótese de se demitirem em bloco, logo concluíram que não senhor, que isso seria servir o poder? Prefiro chefes que dêem o exemplo. E penso que a demissão dos cargos de execução de políticas com que não se concorda é um belo exemplo de várias iniciativas verticais, que já teriam conduzido muitos à horizontalidade dos defuntos.

3. Li as proclamações do primeiro subscritor da Moção Política de Orientação Nacional ao XVI Congresso do Partido Socialista. No que toca à Educação é um exercício de puro estardalhaço sobre o que tem conduzido as escolas ao caos e deixa sem tocar o que produz resultados: mais conhecimento à saída do sistema. Sendo aquilo, obviamente, o embrião do próximo programa eleitoral, dei por mim a pensar em cinco medidas que fariam a diferença, a saber: uma intervenção radical em matéria de planos de estudo e correspondentes programas, redesenhando tudo o que hoje é um vazadouro de modas pedagógicas sem nexo e de problemas sociais que não pertencem às escolas; uma intervenção de verdadeira ruptura com o modelo de formação de professores, cuja exigência é inaceitavelmente pobre no plano científico, cultural e didáctico; uma intervenção de corte com a tradicional estrutura orgânica da Educação, dando verdadeira autonomia às escolas, trazendo para a sua gestão os melhores e reservando estritamente para o Ministério da Educação a estratégia nacional, a supervisão e o controlo da qualidade; uma intervenção criando um serviço nacional de testes e registos educacionais, que sustentasse racionalmente as tomadas de decisão e subtraísse o futuro dos estudantes ao simples capricho, não fundamentado, dos políticos; uma ruptura total com o paradigma lúdico da escola e consequentes intervenções: devolução da autoridade aos professores, redesenho dos estatutos dos alunos e dos docentes e redefinição dos conceitos de escola inclusiva e a tempo inteiro. Professor do ensino superior

Yes, we can ...



Se os americanos conseguiram ver-se livres do Bush, porque razão não nos conseguiremos ver livres do "pseudo" socialista!!! Sim, nós conseguiremos!!!

O Pinocrates tem um problema com os números...

 


Ele são os números do desemprego, do crescimento económico, dos professores que participam em greves!!!

Enfim, este homem não existe, ou melhor, existe e já lançou mais algumas cenouras para os tontos que nele votem (outra vez), a saber:

1 - Casamento entre homossexuais

2 - Baixa de impostos na classe média (só uma perguntinha de algibeira, ela ainda existe???)

Só mesmo os papalvos caiem outra vez na conversa deste "menino" Pinocrates.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O primeiro dia do resto das nossas vidas...

 


Como na canção do Sérgio Godinho, este é o primeiro dia do resto da vida deste senhor e esperamos das nossas vidas!

Sorte é o que lhe desejo!!!
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Gotan Project- Santa Maria



Para relaxar

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Educação - Greve dos Professores

Subscrevo quase na íntegra as opiniões manifestadas pela escritora, mas como ela mesmo diz "só" vai à escola como convitada
Entrevista a Alice Vieira
“Aconteceu uma coisa terrível na Educação: tudo tem de ser divertido, nada pode dar trabalho”
19.01.2009 - Bárbara Wong

É por causa dos seus livros que Alice Vieira é convidada para ir às escolas. Há 30 anos, falava de “Rosa, minha irmã Rosa” aos alunos dos 3.º e 4.º anos, hoje fala sobre o mesmo livro aos estudantes dos 7.º e 8.º. “Alguma coisa está mal”A escritora Alice Vieira começa por dizer que de educação percebe pouco. “Nunca fui professora na minha vida!”, justifica. Mas há três décadas que anda pelas escolas e observa o que se passa no mundo da educação. O retrato que faz, reconhece ser “assustador”: professores com fraca formação, alunos que não compreendem o que aprendem. Defende mais disciplina e mais autoridade para a escola. Quanto à luta dos docentes confessa, bem disposta: “Saúde e Educação seriam os ministérios que nunca aceitaria!”. Teme que se a contestação continuar o ano lectivo possa estar perdido.Esta é a segunda greve de professores, este ano lectivo.
Em que é que estas acções influenciam a qualidade da escola pública?Os professores têm um calão muito próprio e gostava que um professor e a senhora ministra da Educação se sentassem e me explicassem o que é que é a avaliação? O que é que os professores têm que fazer? Para eu perceber! Os professores dizem que têm muitas fichas para preencher. Que tipo de fichas? O que é que a ministra quer fazer com aquilo?Sente que a opinião pública tem as mesmas dificuldades em compreender o que se passa?A maior parte não compreende e os professores queixam-se disso mesmo. Eu não quero acreditar que o que se passa é como aquela anedota, em que “todos vão com o passo errado e só o meu filho é que vai no passo certo”. O descontentamento é geral e quando 140 mil professores vêm para a rua, é óbvio que devem ter razão, mas não têm toda. A ideia que tenho, desde o princípio é de que a ministra tem razão em querer que os professores sejam avaliados, mas ela não sabe transmitir o que quer.
Isso reflecte-se no modo como as negociações têm sido conduzidas?
Sim, é visível nos vai-e-vem. Agora avalia-se assim e depois já é de outra maneira... As pessoas não sabem muito bem o que é ou não é. A ideia que passa é que os professores não querem trabalhar, que não querem ser avaliados e é fácil veicular essa ideia porque os professores são um grupo complicado. Porquê?Porque chegam a uma certa altura da carreira, têm os seus direitos adquiridos e é mais difícil aceitar outras coisas. Chega-se a uma altura em que as pessoas estão cansadas.
Sente isso nas escolas aonde vai?A primeira coisa que ouço dizer é: “Estou cansada”, “vou-me reformar”, “estou farta disto”, “não me pagam para isto”... É só o que eu ouço.
Mas sempre ouviu esses lamentos ou agudizaram-se nos últimos anos?
Há 30 anos que vou às escolas e ouço-o agora. As leis são iguais para todos, mas há escolas onde dá gosto ver o trabalho que os professores fazem, que estão motivados e a ministra é a mesma! Não é a totalidade das escolas, mas sobretudo nas mais afastadas, nas do interior, encontro gente motivada e a fazer bons trabalhos. Essas escolas nem vêm no ranking das melhores. Também vou a privadas, ligadas à Igreja Católica, às vezes converso com professoras minhas amigas e conto-lhes: “Os alunos entram em fila, ou levantam-se quando eu entro, não fazem barulho...”. E respondem-me: “Está bem, mas isso é nessas escolas”. E eu pergunto: “Mas se está bem para essas escolas, porque é que não está para as outras?!”
A escola pública está a perder qualidade?
Há um desinteresse, um cansaço e depois há o problema da formação. Eu não quero generalizar, mas esta gente mais nova...
Qual é a preparação que tem?
Converso com professores e é um susto, desde a língua portuguesa tratada de uma maneira desgraçada, até ao desconhecimento de autores que deviam ter a obrigação de conhecer... Sabem muito bem o eduquês, mas passar além disso, é difícil. Muitos professores com que lido têm uma formação muito, muito, muito deficiente. Eles fazem com cada erro, que eu fico doida! E não só falam mal como se queixam diante dos miúdos. Podem dizer mal entre eles, mas não diante dos alunos, que depois reproduzem e a balda vai ser completa. A responsabilização dos professores é fraca, eles não são muito seguros e os alunos sentem que os professores não são seguros.
E por isso há atitudes de indisciplina e de violência?
Por exemplo, as manifestações dos miúdos também me perturbam um bocadinho, porque eles não sabem o que andam ali a fazer. Os miúdos devem aprender a falar bem, para saber reclamar, reivindicar, é uma questão de educação.
Mas nesse caso a culpa não é da escola, pois não?
Também é. Os professores queixam-se muito que têm de ser pai, mãe, assistente social, educadores... Pois têm! Porque a vida dos miúdos é na escola. Em casa não lhes dão as mínimas noções de educação, o simples “obrigada, se faz favor, desculpe”.
Quando os alunos vêem os professores na rua, a berrar e a gritar, o que é que eles pensam? Os alunos manifestam-se para exigir melhor ensino?
Não. Não os vejo preocupados porque os professores os ensinam mal.
Com alunos e professores na rua, o ano lectivo está perdido?
Não me parece que esteja perdido, se houver bom senso. Não se pode estar a brincar. As pessoas não entendem muito bem que o maior investimento que podem fazer é na educação. Se não tivermos gente educada, a saber, capaz, o que é que vai ser de nós?
Estamos a fazer uma geração que não se interessa, não sabe nada, mas berra e grita. E isso perturba-me.
Volto a perguntar, a educação está a perder qualidade?
Eu comecei a ir às escolas há 30 anos, para apresentar o meu primeiro livro “Rosa, minha irmã Rosa” e ía falar com os alunos de 3.º e 4.º anos. Agora vou, exactamente com o mesmo livro falar a alunos dos 7.º e 8.º anos. Alguma coisa está mal. É assustador! Outra coisa assustadora é a utilização da Internet.
Não concorda com o acesso dos mais novos às novas tecnologias?
Estamos a queimar etapas, a atirar computadores para os colos dos miúdos quando não sabem ler nem escrever. Só devia chegar quando tivessem o domínio da língua e da escrita.
E os mais velhos?
Os mais velhos, não sabem utilizar a Internet, não sabem pesquisar, eles clicam, copiam e assinam por baixo. Eu chego a uma escola, vou ver e fizeram 50 trabalhos sobre um livro meu, todos iguais, com os mesmos erros e tudo, porque descarregam da Internet. Pergunto aos professores e respondem-me: “Mas eles tiveram tanto trabalho a procurar...” O professor tem que ensinar a pesquisar. Às vezes, estou a falar com os alunos e tenho a sensação nítida de que não estão a perceber nada do que eu estou a dizer.
Essa sensação é generalizada?
No geral, as crianças têm muitas, muitas dificuldades. E os professores, logo à partida, têm medo que os alunos se cansem e nem tentam! “O quê? Dar isso? Eles não gostam, cansam-se”. Há um medo de cansar os meninos. Desde 1974 que os alunos têm sido muito cobaias da educação. E os professores e os alunos não sabem muito bem o que é que andam a fazer... Aconteceu uma coisa terrível é que tudo tem que ser divertido. Há duas palavras que me põem fora de mim: moderno e lúdico! Tudo tem que ser lúdico, tem de ser divertido, nada pode dar trabalho. Não pode ser!
É preciso mudar a mensagem?
Quando vou às escolas esforço-me imenso por transmitir aos alunos que as coisas dão trabalho. E eles olham para mim como se fosse uma coisa terrível. Há muitas maneiras de se abordar as coisas, mas se os próprios professores passam a mensagem de não querer ter trabalho... Quando vou ao estrangeiro, vejo os professores e penso “se fosse em Portugal, não era assim”. Eles fazem o que for preciso fazer. Cá dizem que não é da sua competência... Isso é complicado.
Disse que as escolas do interior são diferentes das de Lisboa. Essas diferenças não se devem aos públicos que cada escola acolhe?
Sim, os miúdos de Lisboa têm mais solicitações, ao passo que para os de Trás-os-Montes, a ida de um escritor à escola é uma festa! Em Lisboa já não há lisboetas, há miúdos de todas as terras, de todos os países...
E porque é que os miúdos da Europa de Leste se destacam nas escolas?
Porque vêm de culturas de trabalho e, desde cedo, ouvem dizer que têm que trabalhar. Com a democracia, as portas abriram-se, a escola deixou de ser de elite e estão todos na escola. Ainda bem! Mas os professores não estavam preparados para isso e admito que é difícil.
Falta-lhes formação?
Eu gostava de saber onde é que os professores são formados! Mas tendo alunos tão diferentes é necessário fazer formação. Porque, coitados dos professores, são deitados às feras!
Como se chega aos alunos?
Muitas vezes, olho para eles e vejo que não estão a ouvir nada. E eu apanho o melhor da escola, a parte boa, não tenho um programa para dar. Agora, quem está todos os dias na escola, compreendo que seja um stress terrível. A educação é daquelas matérias em que, se calhar, são precisas medidas impopulares, mas necessárias. Na educação nunca se fez um salto, que é necessário, nunca houve um ministro de quem se diga “fez”.
É precisa mais disciplina?
É preciso mais autoridade, o professor não pode fazer nada, não tem autoridade nenhuma. A solução passa por mais interesse e mais disciplina. O gosto pelo que se faz. E o professor tem que sentir esse gosto e passar aos miúdos. A profissão é de risco, de missionário e não de funcionário público na acepção perjurativa da palavra.
Não é uma profissão como as outras e não é seguramente a de preencher impressos...Como é exigido na avaliação?
Voltamos à avaliação! Ela é necessária, todos nós devemos ser avaliados, mas não pelo parceiro do lado ou pelo filho do patrão! Não faço ideia de como é que se avalia, mas na educação existe gente competente, que estudou, e devia ser chamada para dizer como avaliar. Não concordo que sejam avaliados entre eles. Não se pode ser irredutível, quer dum lado [professores] quer do outro [ministério]. As manifestações, no momento a que se chegou, não levam a nada, já vimos que agita, mas não levam a nada.
Parece-lhe que o conflito entre ministério e professores não tem fim à vista?
Os professores estão cansados, o que também é mau, porque aceitar uma situação só porque já se está cansado não é bom. Tem de haver uma solução, senão o ano lectivo perde-se e o culpado não será só um.
“Tem de haver regras em casa, como na escola” Para a escritora Alice Vieira, os pais antes de se envolverem na vida da escola, devem assumir o seu papel como primeiros educadores.
Os pais têm de ser mais envolvidos na vida da escola?
Sim, mas não podem delegar tudo na escola. A questão da violência é um reflexo do que os miúdos trazem de casa. Os pais têm que se envolver mais não apenas para saber as notas do filho ou se o professor falta. A casa é a primeira escola da criança e se em casa não recebe o mínimo de condições, não sabe como estar com os outros, chega à escola e é o que se assiste. Às vezes parece que os pais de agora têm medo de actuar, de falar com os miúdos. Tem de haver limites e os miúdos precisam e querem que esses sejam estabelecidos. Tem de haver regras em casa, como na escola.
Os pais compreendem a contestação dos professores?
Quando há uma greve, os pais pensam: “Que chatice e agora onde é que deixo as crianças?” Há muitos pais que compreendem. Agora outras camadas... Quando os professores se queixam que estão mais horas nas escolas, as pessoas pensam que eles não querem trabalhar. Mas também penso que já perceberam que os professores têm muitas razões.
As manifestações e greves podem levar os pais a transferir os filhos para a escola privada?Antes, a escola pública era melhor. Se calhar, agora já não é por causa destas convulsões e porque os professores bons se vão reformando. Compreendo que os pais se preocupem e optem por uma privada ou por mandar os filhos para fora.

O adeus ao "asno" da Casa Branca

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Neil Young - Philadelphia



Uma das canções/músicas da minha vida...

Shape of my heart - Sting

Actividades Extra-Curriculares

Hoje em dia, menino (a) que não tem mais do que duas ou três actividades extra-curriculares não é "normal" à vista de muitos pais. Eu que sou pai de três belas moçoilhas também me confronto (confrontamo-nos eu e a minha mulher) com esta verdadeira loucura que é colocar os filhos em tudo o que é actividade, senão vejam:
  1. Ballet (especialmente para as meninas)
  2. Música (mais liberal, para o menino e para a menina)
  3. Natação (primeiro para apreender, depois para aperfeiçoar)
  4. Inglês (porque o que aprendem na escola é demasiado básico)
  5. Informática (idem, idem, aspas,aspas)
  6. Ténis (que só serve para dar "jeitos" nas costas, eu sei do que falo)
  7. Equitação (adoro, mas as minhas filhas só muito hipotéticamente terão um cavalo)
  8. Etc,Etc...

Nestas actividades todas em nenhuma encontro a palavra brincar, e muito menos a de que os pais deveriam passar mais tempo com os filhos, ajudando-os nos trabalhos de casa, responsabilizando-os pela feitura dos mesmos (como os meus pais faziam, e não delegando a tarefa a um professor que os acompanha no "Estudo Acompanhado"). Lembro-me de quando frequentava o ensino primário (básico, nestes dias) num colégio privado, saía às 16.30, chegava à casa da minha avó (que era minha vizinha) por volta das 16.45, começava a fazer os "deveres" que concluia pelas 17.45, e ia brincar com o meu melhor amigo de infância até, mais ao menos, às 18.55 (hora mágica, porque os meus pais saíam do trabalho às 19 horas) e às 19.45 depois do banho tomado e já jantado o meu pai revia os trabalhos comigo o que durava cerca de 15 minutos e depois disfrutavamos da companhia uns dos outros até às 21 horas (hora em que ia para o quarto com o meu irmão para dormirmos). Actividades extra-curriculares: tinha uma as Artes Plásticas no FAOJ (e eram duas vezes por semana), tive uma breve passagem pelo Conservatório (mas sem grande sucesso), as minhas actividades eram mesmo fazer o "tpc", e brincar e assim cresci como homem com valores e princípios e muito feliz. Espero que as minhas filhas tenham uma infância tão feliz como eu tive,se assim for já me posso considerar um sucesso enquanto pai....

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

THAT I WOULD BE GOOD -Alanis Morissette



Uma das grandes canções/músicas da minha vida pela sua letra, ajuda a qualquer pessoa sair do fundo, ou melhor, a não cair nele e a acreditar em si mesmo.

O café S.Gonçalo


O café S.Gonçalo era o café onde íamos tomar a bica, como terra pequena que é Amarante o empregado à simples aproximação dos clientes habituais já fazia o pedido. Tantas vezes me lembro de vir ainda à porta do Mosteiro de S.Gonçalo e ouvir: "Saí uma bica" e já sabia no intimo que essa bica era para mim, depois entrava no S.Gonçalo sentava-me ao balcão e já tinha a bica à minha frente, e se não quisesse a bica não havia problema que tiravam o que quisesse.

Neve em Amarante


Vivi dois anos da minha vida em Amarante com a minha cara-metade, foram dois anos muito bom, em que criamos laços muito fortes e que nos irão unir para o resto da vida (até que a morte nos separe, n´est pas?). Em Amarante, porque não tínhamos filhos tínhamos o hábito de fazer tudo o que nos passava pela cabeça: despachar até às 23 h, jantar muito fora de horas, ir ao Porto ao cinema, bailado ou às compras como quem ia ao andar de cima da casa onde morávamos. Desta foto que "tirei" da net que retrata o último nevão em Amarante consigo reconhecer a Torre do Mosteiro de São Gonçalo (onde íamos à missa (depois passamos a ir ao Porto porque o padre à data em Amarante roçava o imbecil)), reconheço ainda o consultório do Dr.Rodrigues (dentista), a Pastelaria Lailai, e os outros restaurantes à beira rio Tâmega, a famosa ponte de S. Gonçalo, o recuperado Hotel de Charme "Casa da Calçada", enfim, memórias que não se apagam e que nos deixam com uma vontade imensa de 9 anos depois regressar a Amarante.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A sorte e o azar do CR7


Hoje de manhã num dos túneis rodoviários da cidade de Manchester o auto intitulado "melhor jogador de futebol do mundo" estoirou um dos brinquedos que tinha na garagem. Dizem que ia a caminho do treino do MU, se calhar, já um pouco atrasado. Ainda não se sabe as causas do acidente, mas julgo que está bom de ver (excesso de velocidade). Sorte teve o referido "melhor jogador de futebol do mundo", pois não sofreu qualquer ferimento, teve azar porque a ver pelo estado do seu Ferrari o mesmo não presta para mais nada, isto é, aproveitam-se peças. Interrogo-me será que esta alma saberá no futuro administrar a sua fortuna (ontem mesmo calculada em 20 milhões de euros).
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O lado obscuro da guerra


Ontem vi uma senhora do exército israelita justificar o barbaro ataque a uma escola da ONU em Gaza, que conduziu à morte de 43 pessoas, entre elas 30 crianças, e a senhora dizia que a referida escola escondia militantes do Hamas. Nesta foto conseguimos ver como estes "bravos" combatentes do Hamas estão a fazer frente a Israel, com um pau de giz, minhas senhoraas e meus senhores, este é o verdadeiro rocket que se utiliza nas escolas palestinianas. Dá que pensar não dá!
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Um civil é um civil é ... quem?

As estimativas das vítimas civis na operação israelita em Gaza seguiram um princípio simples: mulheres e crianças eram de certeza civis. As mortes de homens estavam na categoria de potenciais combatentes. Como distinguir quem é civil quando quem combate não tem uniforme? Como definir que membros do Hamas são alvos? E a polícia do movimento, o que é? Várias ONG apelam a investigações sobre possíveis crimes de guerra em Gaza, Israel diz que está a respeitar a lei internacional.A BBC perguntava como definir o que é um alvo militar num local governado por um grupo que "esteve por trás de uma campanha de atentados suicidas e dispara rockets indiscriminadamente, que também tem a seu cargo escolas, hospitais, sistemas de esgoto e instalações eléctricas".Os alvos, segundo disse um porta--voz do Exército de Israel à BBC, vão "desde instituições estritamente militares até às instituições políticas que dão apoio logístico e recursos humanos para o braço terrorista".A Cruz Vermelha diz que combatentes são quem está "directamente envolvido nas hostilidades".O professor de Direito Internacional Phillipe Sands, da University College, em Londres, comentou: "Uma vez que esta definição é alargada do modo que, aparentemente, o Exército de Israel está a fazer, começa a ser possível associar indivíduos que estão envolvidos apenas indirectamente ou perifericamente... Torna-se uma definição aberta, o que destrói o próprio objectivo de ter uma definição". A lei internacional é obviamente violada pelo Hamas com o disparo de rockets contra civis. Jessica Montell, directora do grupo israelita de direitos humanos B'Tselem, diz que "esperaria que o meu Governo não agisse de acordo com o modo de acção do Hamas - exigimos uma melhor conduta". 42 palestinianos morreram no ataque israelita a uma escola da ONU. Estima--se que já tenham morrido mais de 300 civis

A hora Euribor

Todos os dias entre 10 e as 11 horas da manhã "sai" a cotação diária da Euribor, mas com ela também sai uma das minhas 2 colegas de gabinete, qual é a relação entre a minha colega e a Euribor? Nenhuma, aparentemente, apenas coincidências da vida, uma faz-me mais ou menos feliz conforme sobe ou desce a outra é-me perfeitamente indiferente. Mas, há uma diferença substancial entre as duas uma (a Euribor) nunca mente aquilo que se vê é o que se tem a outra é uma das pessoas mais dissimuladas que já tive ocasião de conhecer na minha vida, durante algum tempo conseguiu enganar-me, mas desde meados do ano passado não me enganou mais. A de referir que a hora Euribor para essa minha colega deveria intitular-se, por assim dizer, a hora do aconselhamento matrimonial, o que constitui um verdadeiro paradigma, na medida em que aconselha um divorciado frustrado e ela própria é uma solteirona, trintona, frustradona. Como podem ver é só animação no meu local de trabalho.
O que me vale é que a minha outra colega é uma pessoa normal, e com quem se gosta de trabalhar e conversar! Também não pode ser tudo mau, não é?

Xutos e Pontapés ... Torres da Cinciberlândia (Albúm 88)



O concerto que os Xutos deram na minha "terra" foi o primeiro que fui, tinha 16/17 anos e, curiosamente, o mesmo decorreu na escola onde tinha completado o ciclo (5º e 6º ano)! Foi memorável, o "evento" decorreu numa tarde de sábado sombria, mas para nós (eu e o meu rol de amigos) foi um dos dias mais luminosos da nossa, até então, curta existência. Foi lindo, muito bom mesmo, valeu os 500 paus que pagamos!
Durante anos tive religiosamente guardado um autografo que me havia sido dado pelo Tim, mas após 21 anos e muitas mudanças não sei onde pára tal preciosidade! Memórias de quem está à beira dos 40 anos, mas que, por vezes, ainda pensa e sente como um qualquer "teenager" dos anos 80!
Bom dia!