terça-feira, 11 de novembro de 2008

Politicas de Obama para estimular a economia

Interessante artigo hoje no "Público"
Cortes fiscais, criação de empregos e investimento público são receita para estimular economia em recessão


A redução de impostos para a classe média e a criação de empregos, combinadas com a aposta nos grandes investimentos públicos "que os Democratas já tinham prometido há anos", serão os eixos fundamentais da política económica da Administração Obama, quando este assumir a presidência dos Estados Unidos, em Janeiro. Os traços gerais desta política "big bang" (como já lhe chamaram alguns analistas), de estímulo à economia, foram desvendados no sábado passado pelo futuro Presidente norte-americano, numa comunicação radiofónica ao país, e repetidos depois pelo seu chefe de Gabinete, Rahm Emanuel, numa entrevista televisiva.
"Precisamos de um plano de auxílio à classe média, que invista na criação de empregos e traga algum alívio às famílias que vêem os seus rendimentos encolher e as poupanças de uma vida desaparecer", defendeu Barack Obama no discurso do fim-de-semana. Emanuel fez eco destas preocupações, afirmando que "não pode haver uma economia forte sem uma classe média forte".
Mas estas medidas de curto prazo não põem em causa um exaustivo programa de reformas económicas e sociais que a nova Administração democrata visa empreender, já assegurou Obama. As prioridades do novo Presidente norte-americano são as reformas nos sectores da educação, saúde e políticas energéticas. Os objectivos passam por estender a cobertura dos serviços de saúde a toda a população, melhorar o ensino público e reduzir a dependência dos EUA do petróleo estrangeiro (com recurso a um plano de investimentos de cerca de 150 mil milhões de dólares na próxima década).
Do lado da actividade económica parece claro que a indústria automobilística, em crise severa, será uma das prioridades da nova Administração, a julgar pelas palavras do próprio Obama ao longo da campanha e, mais recentemente, de Rahm Emanuel, que se referiu ao sector como "parte essencial" da economia norte-americana.
Para já, Obama não deverá avançar com muitos mais pormenores sobre políticas futuras. Nem mesmo sobre a nomeação de cargos-chave do seu Governo, como o futuro secretário do Tesouro.
O presidente e o seu staff têm feito passar a mensagem de que "os Estados Unidos têm um Presidente de cada vez" e parecem apostados em não se sobrepor às decisões da actual Administração Bush, nem ofuscar a sua actuação. O que poderá à partida ser visto como demonstração de cortesia, mas que alguns analistas encaram com uma maneira inteligente de os novos ocupantes da Casa Branca evitarem assumir responsabilidades ou ficar conotados com decisões que não tomaram.

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