sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Só os ministros do PS se demitem por razões éticas...

Quem é o autor da afirmação? É o nosso 1º Ministro (depois de ontem alguém ainda acredita neste moço)!???!!?? (DN 06.10.2005)

Sócrates lembra Guterres e rejeita repetir demissão PS coloca pesos- -pesados no terreno a dois dias do final da campanha eleitoral
Lusa-Nuno Veiga
Alentejo. Sócrates despiu fato de PM e andou a fazer campanha.

A dois dias do fim da campanha, e em feriado republicano, o PS colocou ontem no terreno e em simultâneo diversas figuras de topo da hierarquia partidária, num derradeiro apelo ao voto nos socialistas. José Sócrates foi ao Alentejo, Almeida Santos e Maria de Belém estiveram no Porto e Jorge Coelho andou por Viseu.Em Alter-do-Chão, o primeiro--ministro e secretário-geral do PS esteve numa sessão de apoio ao candidato local e do baú dos discursos retirou diversas referências a António Guterres. O líder socialista que se demitiu precisamente há quatro anos, depois de um resultado autárquico catastrófico. Guterres demitiu-se, lembrou Sócrates (citado pela Lusa), "porque nessa altura o seu Governo estava sem condições políticas e sem maioria absoluta na AR. O resultado dessa eleição acabou por debilitar o Governo". Com esta afirmação, José Sócrates deixou de alguma forma implícito que para o PS, mesmo perante um mau resultado eleitoral no domingo, esse cenário não terá, agora, as consequências que teve na noite de 16 de Dezembro de 2001 - "estas eleições são sobre autarcas, a avaliação do Governo chegará dentro de quatro anos". Uma forma suave de ir preparando o discurso para a noite do dia 9.
Felgueiras. José Sócrates "provavelmente" teria ido a Felgueiras se não fosse "intimado" pelos adversários, afirmou ontem Almeida Santos. Antes do almoço de apoio ao candidato oficial do PS à Câmara, José Campos, o presidente do partido - "sabe que também tem algum peso", ironizava - disse que o facto do desafio ter sido colocado ao nível do líder do PS ter ou não coragem para ali ir foi "uma forma de insultar o povo de Felgueiras", cuja população é ordeira. "Se alguma coisa o primeiro-ministro já demonstrou é que tem coragem", lembrava. "Nunca nenhum Governo tomou medidas impopulares (mas necessárias) nas vésperas de um acto eleitoral. Mais, pela primeira vez, as medidas de austeridade afectam tanto quem está por baixo como quem está por cima", explicaria o presidente do PS. Recusando pronunciar-se acerca do processo de Fátima Felgueiras, alegando a sua condição de jurista e o princípio da presunção de inocência ("ninguém espere que venha aqui para julgar"), tornearia a questão quando, ao falar aos candidatos e apoiantes, evocava a ética política republicana, até porque os calendários marcavam, ontem, 5 de Outubro, essa data que remete para a Rotunda em 1910."Só os ministros socialistas é que se demitem por razões éticas", exemplificava, sem necessitar de citar os nomes de Walter Rosa, que saiu do Governo porque "o filho foi acusado de comportamento desonroso"; de António Vitorino, "acusado de não ter regularizado a sisa" quando até tinha pago a mais; de Jorge Coelho, que abandonou o cargo "quando caiu uma ponte", meses depois de ter sobraçado a pasta das Obras Públicas".Confrontado com a declaração da candidata da lista "Sempre Presente" (para o PS local, "sempre ausente"), Fátima Felgueiras, que disse que lhe daria um abraço se se cruzassem, Almeida Santos retorquia "Recebê-lo-ei com muito gosto e retribui-lo-ei também com muito prazer." Quanto ao resto, "vamos ver o que pensa o povo de Felgueiras, pois esse é que é o árbitro supremo nestas querelas que, neste momento, nos dividem".
GONDOMAR. Para Gondomar, o PS destacou Maria de Belém para dar apoio ao candidato Manuel Martins no combate a Valentim Loureiro. A dirigente, membro da Comissão Política do partido, afirmou estar no concelho nortenho para evidenciar que a candidatura do PS assume uma forma de estar na política diferente da praticada pelo autarca de Gondomar, agora candidato independente."O poder pelo poder não interessa. Não serve as pessoas. A política defende interesses colectivos e não individuais. Isso é que é preciso gritar bem alto Não vale tudo em política", disse aos jornalistas no jardim frontal à Câmara Municipal de Gondomar. No interior do edifício, Valentim Loureiro espreitava por uma janela enquanto apertava o nó da gravata. O candidato preparava-se para efectuar, enquanto presidente da câmara, a segunda das quatro inaugurações previstas para ontem. Maria de Belém (que nestas eleições é candidata à presidência da Assembleia Municipal de Lisboa) rejeitou que a direcção nacional do PS esteja a prestar pouco apoio a Gondomar. "Os dirigentes nacionais estão muito empenhados nesta candidatura. Vim cá a pedido de Jorge Coelho, que não pode vir cá por estar muito ocupado, estando de dia e de noite ao serviço do PS. Vim com todo o gosto e até estou a dar visibilidade às mulheres com a minha presença. Não considero que possa ser interpretado como um sinal menor ter sido eu." Manuel Martins sentiu-se satisfeito com a presença de Belém e apontou que as "expectativas estão a subir", apesar das indicações das sondagens. "Valem o que valem e não acreditamos que Gondomar seja novamente entregue a Valentim. Seria uma desgraça", disse. O candidato e a convidada partiram depois para a acção de campanha. Sentados num Mercedes SLK200 cabriolet , que liderava a caravana automóvel pelo concelho.
Mangualde. A tal agenda muito preenchida de que falava Belém levou Jorge Coelho à sua terra natal, Mangualde (Viseu), para dar um forcing ao candidato do PS, João Azevedo, numa autarquia do PSD. "Hoje é seguramente o dia mais importante desta campanha eleitoral para mim, porque estou na minha terra, com a minha gente."Amanhã à meia-noite calam-se os bombos, recolhem-se as bandeiras, termina a campanha. Domingo, aos eleitores o julgamento.* Com Martim Silva

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