sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Em período de crise, britânicos plantam para poupar...

Os britânicos estão a aderir a uma forma rentável de fazer exercício e poupar dinheiro num período de crise: plantar os vegetais que consomem. A tendência para a agricultura, aliada à preparação das próprias refeições em casa, começou já há dois anos como uma reacção contra o consumismo, mas ganhou agora um novo impulso com a quase certa possibilidade de o Reino Unido entrar em recessão. John Harrison, um experiente agricultor amador, disse ao "Financial Times" que em média uma pessoa que se dedique à plantação de vegetais pode poupar em comida mais de 1500 libras (cerca de 1822 euros) por ano. "Dado o elevado preços dos vegetais, as pessoas estão a dizer 'Eu consigo plantar os meus próprios'", afirma. Em consequência, a Suttons, uma empresa de venda de sementes, estima um aumento das suas vendas na ordem dos 14 por cento para este ano. Os supermercados, pelo contrário, apresentam uma quebra nas vendas de comida, o que acontece pela primeira vez desde 1986. Dados do instituto de estatística britânico sugerem que as famílias estão a comprar menos carne e outros produtos dispendiosos, devido à crise financeira. No terceiro trimestre deste ano, o volume de vendas das lojas de alimentação caiu 0,1 por cento, depois de nas últimas duas décadas ter aumentado em média 2,7 por cento em cada ano. Também os dados da empresa de pesquisa de mercado TNS demonstram que, durante o Verão, as vendas de carne fresca no Marks & Spencer, um dos maiores retalhistas no Reino Unido, caíram 28 por cento em comparação com igual período do ano passado. "A carne é um dos alimentos mais caros nos cestos de compras, por isso, é das primeiras coisas que as famílias reduzem quando tentam poupar dinheiro", disse ao "The Telegraph" Nick Gladding, analista de retalho na Verdict. Benjamin Williamson, economista no Centro de Investigação Económica e de Negócio, afirmou, em declarações ao jornal inglês, que "é duro pensar que as pessoas estão a comer menos, mas é possível. É um facto que as pessoas estão a trocar os produtos orgânicos, de melhor qualidade e de comércio justo pelos de linhas mais normais" acrescentou. .

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