terça-feira, 21 de outubro de 2008

Estamos mesmo no séc. XXI???

Estaremos no século XXI com notícias destas...no "Público"

Britânica morta por pregar o cristianismo em ataque assumido pelos taliban em Cabul
21.10.2008,
Isabel Gorjão Santos

Foi a quarta estrangeira de uma ONG a ser assassinada no Afeganistão no espaço de dois meses. Tinha 34 anos e era acusada pelos taliban de pregar o cristianismo
A Com dupla nacionalidade, britânica e sul-africana, Gayle Williams trabalhava em Cabul para a organização não-governamental Serve Afghanistan. Ontem foi assassinada por dois homens que dispararam e fugiram numa motorizada quando seguia a pé para o trabalho. Tinha 34 anos. O ataque foi reivindicado pelos taliban, que também assumiram a responsabilidade por atentado em Kunduz, no Norte do Afeganistão, que teria como alvo a força da NATO no país, e no qual morreram cinco crianças e dois soldados alemães.Mais tarde, um porta-voz dos taliban, Zabihullah Mujahid, confirmava por telefone à agência AFP: "Fomos nós que assassinámos esta mulher estrangeira em Cabul, assumimos essa responsabilidade. Matámo-la porque trabalhava para uma organização que prega o cristianismo no Afeganistão."O director da Serve Afghanistan, Mike Lyth, rejeitou as acusações dos taliban e explicou que a ONG que dirige "é uma organização cristã mas que se opõe a todo o proselitismo". Gayle Williams estava no Afeganistão há dois anos e meio e chegou a trabalhar em Kandahar, mas foi chamada para Cabul há seis meses "porque a situação estava a tornar-se perigosa". O assassínio foi condenado pelo Presidente afegão, Hamid Karzai. "Matar uma mulher que veio ao nosso país para ajudar o povo afegão é um acto cobarde e contrário à nossa cultura e princípios religiosos", disse. A funcionária da Serve Afghanistan foi a quarta mulher estrangeira a ser assassinada pelos taliban no Afeganistão desde Agosto. Foi atingida por dois homens que, segundo testemunhas ouvidas pela BBC, desceram da motorizada, dispararam quando já estavam bastante perto, voltaram a subir para a moto e desapareceram.As balas atingiram o tronco e as pernas; quando a polícia chegou, Gayle Williams já estava morta, adiantou um porta-voz do Ministério do Interior afegão, Zemarai Bashary. Várias crianças, a caminho da escola, assistiram ao atentado.Os ataques seguidos de fuga em motorizadas têm aumentado no Afeganistão. Na semana passada foram assassinadas desta forma três pessoas em Kandahar, a cidade onde no final de Setembro foi morta a capitã Malai Kakai, a mais graduada e célebre responsável policial do Afeganistão.A Serve Afghanistan, que dá apoio a pessoas com necessidades especiais, não foi a primeira ONG atacada. Um outro grupo de apoio humanitário, o International Rescue Committe, suspendeu as suas actividades no país depois de, em Agosto, três funcionárias - uma britânica, uma canadiana e uma norte-americana - terem sido assassinadas quando se deslocavam para Cabul. Desde Janeiro já se verificaram 146 actos de violência contra funcionários de ONG no Afeganistão que resultaram em 28 mortes e 72 raptos, mais do que os 135 ataques que ocorreram em 2007. Mas este foi o primeiro fatal contra estrangeiros de ONG dentro de Cabul. No país, estão 70.000 soldados estrangeiros, e desde Janeiro já morreram 232. Ontem, num ataque em Kunduz, que teria como alvo uma patrulha de soldados da NATO, foram mortas cinco crianças e dois soldados alemães. Gayle Williams estava no Afeganistão há dois anos e tinha sido transferida para Cabul por questões de segurança

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